Acordo sem ar e percebo que estou no chão do corredor escuro. Me levanto e volto pro quarto as pressas e vou até o Nate.
- acordar nate, preciso de ajuda. - Digo sacudido um Nate adormecido que resmunga.
- o que o que o que??
- Eu vi o fantasma. - digo
- legal. - Nate fala e põe o travesseiro na cara
- Não você não está entendendo ! preciso de ajuda o garotinho fantasma sofre. ele quer descansar ele leva pessoas as suas memórias pedindo ajuda mas ninguém entende ou enlouquece ...
Nate se senta atordoado e me encara.
- Vamos sair numa missão de 2:30 da manhã para velar um corpo ?
- Sim e tem mais. - digo e explico tudo que vi sobre o diretor e Nate suspira.
- Não é de se admirar que as pessoas enlouquecem ... você viu coisas terrives Tim, você está bem?
- Vou ficar após dar um enterro digno ao garotinho - digo me pondo de pé e pegando o necessário.
Corremos para fora do prédio dos alojamentos e tento refazer o caminho da lembrança. Foi muito dificil pois muitas coisas haviam mudado. Nate me seguia de perto me ajudando a carregar o necessário para velar o corpo do fantasma.
Quando finamente encontro a caverna, não existe passagem visivel.
- e agora? - Nate pergunta
Observo a pedra tentando lembrar onde ficava a entrada mas não tenho sucesso.
- Tim, as pedras aqui estão mais escuras.. isso aqui não faz parte da roxa! é cimento. - nate fala e pegando uma pedra grande do chão começa a quebrar a parede.
Logo uma pequena passagem se abre.
- Vamos logo, jaja amanhece - digo entrando na passagem.
A gruta estava suja e vazia, o lago parado no final da gruta estava do mesmo jeito que a lembraça.
- Onde está o corpo? - Nate pergunta
- La dentro - digo apontando o lago - vou ter que mergulhar para pegar.
- Água suja com gente morta dentro? - nate fala - você pode pegar uma doença.
- Espero que não - digo tirando a roupa e me preparando para o mergulho. - Segure a lanterna a cima do lago para me dar alguma luz.
Apenas de shorts e nervoso, caminho em direção ao lago frio. Com alguns passos vejo que é mais fundo que parece e então mergulho.
O lago é escuro e demoro muito a me situar. o feixo de luz que nate faz com a lanterna ajuda apenas parcialmente. Começo a mergulhar mais fundo e vejo vários objetos como a lanterna do garoto e uns livros destruído pelo tempo na água.
Estou começando a ficar sem ar quando o avisto, descansando no fundo do lago, apenas os ossos. Com dificuldade vou até ele e tento levanta lo sem que se desmonte.
Leva mais tempo que o esperado mas consigo tirar todo seu esqueleto do rio e deita lo no chão de pedra. Nate me ajuda com as velas e põe os dracmas nas orbitas vazias do crânio do garoto morto.
- Nunca fiz algo tão louco - disse Nate suspirando e se afastando.
- Nem eu - digo me preparando .
Começo a recitar em grego antigo uma pequena oração para meu pai sobre a passagem dos mortos para o mundo a qual pertence, falo do desapego e também do seguir em frente. e me desconcentro quando Nate exclama de susto.
Abro os olhos e o fantasma do garotinho sai do lago, ele olha seu corpo e depois me encara:
- Quero ir para casa - ele diz.
- Eu o liberto desse mundo e lhe dou passagem segura para onde é seu lugar. Que tanatos o acompanhe nessa nova jornada. - digo e o garotinho sorri antes de sumir.
As velas ao redor dos ossos apagam e o próprio esqueleto começa a se desintegrar e virar pó.
- Que tipo de magia negra vocês estão praticando? - Uma voz fria fala e me levanto assustado.
O diretor passou na pequena fenda e nos encara com uma arma na mão.
- Respondam ! seus demonios ... - ele falou engatilhando a arma.
Apesar da frieza e da sua maldade vejo o medo em seus olhos.
- Eu sei o que você fez , diretor. Afogou um menininho, seu covarde seu monstro.
- NÃO FOI POR QUERER! EU ESTAVA BRINCANDO! AQUELE IDIOTA FRACOTE...- O diretor caminha em minha direção com a arma em minha cabeça. - Mas calma que logo logo os corpos dos dois farão companhia ao do larry no fundo do lago.
Eu o encaro com ódio e nesse momento o Nate conseguiu chegar ate o diretor e o desarmou com um golpe. Eu me viro para ele que treme ao meu olhar e o seguro pelo pescoço.
- Eu estou banindo essa alma da terra, que além do crime de morte não há arrependimento em sua face. Que as fúrias lhe castiguem no submundo por seus crimes. - Digo isso com firmeza e o diretor abre a boca em pavor e então seus olhos se apagam e seu fantasma observa seu corpo no chão.
- o que você fez? - ele grita comigo e vem em minha direção, mas nessa hora, mãos saem da terra e puxam o fantasma do diretor com um ultimo grito.
- Eu nunca mais terei uma missão tão louca, mortal e assustadora como essa. - Nate comenta e percebo que ele não viu o espirito do diretor, apenas seu corpo no chão. - Tim, você falou na lingua antiga.
- Não percebi - digo surpreso observando o corpo do diretor. Sem precisar fazer a passagem ou ser velado pois sua alma ja estava condenada, seu corpo começou a virar pó. - Vamos embora, acho que ja amanheceu e eu só quero dormir.
A escola militar borbulhava de teorias, todos alegavam que não foram vítimas do fantasma mas como o diretor havia sumido a teoria era que o fantasma o havia levado embora. Passei os ultimos dias cansado e louco para acabar com as aulas para voltar para casa. Apesar de ter descoberto esse poder novo, não era algo para se usar sempre. Banir pessoas só para almas marcadas e mesmo assim, o gasto de energia era muito alto.
- Ei cara - Nate falou organizando as malas no quarto - pronto para ir para o acampamento?
- Sim, e pronto para dar as costas a esse lugar para sempre.
fim ! o que acharam? votem !
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Filha da Neve - Contos
Short StorySe você leu sobre as aventuras da Filha de Despina e curtiu, vai adorar esses contos! Teremos um aprofundamento dos personagens, novas aventuras e aprenderemos mais sobre esses deuses menores quase esquecidos !!!