Conto 4 parte 3

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Acordo sem ar e percebo que estou no chão do corredor escuro. Me levanto e volto pro quarto as  pressas e vou até o Nate.

- acordar nate, preciso de ajuda. - Digo sacudido um Nate adormecido que resmunga.

- o que o que o que??

- Eu vi o fantasma.  - digo 

- legal. - Nate fala e põe o travesseiro na cara 

- Não você não está entendendo ! preciso de ajuda o garotinho fantasma sofre. ele quer descansar ele leva pessoas as suas memórias pedindo ajuda mas ninguém entende ou enlouquece ... 

Nate se senta atordoado e me encara.

- Vamos sair numa missão de 2:30 da manhã para velar um corpo ? 

- Sim  e tem mais. - digo e explico tudo que vi sobre  o diretor e Nate suspira. 

- Não é de se admirar que as pessoas enlouquecem ... você viu coisas terrives Tim, você está bem? 

- Vou ficar após dar um enterro digno ao garotinho -  digo me pondo de pé e pegando o necessário. 

Corremos para fora do prédio dos  alojamentos e tento refazer o caminho da lembrança. Foi muito dificil pois muitas coisas haviam mudado. Nate me seguia de perto me ajudando a carregar o necessário para velar o corpo do fantasma.

Quando finamente encontro a caverna, não existe passagem visivel. 

- e agora? - Nate pergunta 

Observo a pedra tentando lembrar onde ficava a entrada mas não tenho sucesso. 

- Tim, as pedras aqui estão mais escuras.. isso aqui não faz parte da roxa! é cimento. - nate fala e pegando uma pedra grande do chão começa a quebrar a parede.

Logo uma pequena passagem se abre.

- Vamos logo, jaja amanhece - digo entrando na passagem. 

A gruta estava suja e vazia, o lago parado no final da gruta estava do mesmo jeito que a lembraça.

- Onde está o corpo? - Nate pergunta 

- La dentro - digo apontando o lago - vou ter que mergulhar para pegar.

- Água suja com gente morta dentro? - nate fala - você pode pegar uma doença.

- Espero que não - digo tirando a roupa e me preparando para o mergulho. - Segure a lanterna a cima do lago para me dar alguma luz.

Apenas de shorts e nervoso, caminho em direção ao lago frio. Com alguns passos vejo que é mais fundo que parece e então mergulho. 

O lago é escuro e demoro muito a me situar. o feixo de luz que nate faz com  a lanterna ajuda apenas parcialmente. Começo a mergulhar mais fundo e vejo vários objetos como a lanterna do garoto e uns livros destruído pelo tempo na água. 

Estou começando a ficar sem ar quando o avisto, descansando no fundo do lago, apenas os ossos. Com dificuldade vou até ele e tento levanta lo sem que se desmonte. 

Leva mais tempo que o esperado mas consigo tirar todo seu esqueleto do rio e deita lo no chão de pedra. Nate me ajuda com as velas e põe os dracmas nas orbitas vazias do crânio do garoto morto.

- Nunca fiz algo tão louco - disse Nate suspirando e se afastando. 

- Nem eu - digo me preparando .

Começo a recitar em grego antigo uma pequena oração para meu pai sobre a passagem dos mortos para o mundo a qual pertence, falo do desapego e também do seguir em frente. e me desconcentro quando Nate exclama de susto.

Abro os olhos e o fantasma do garotinho sai do lago, ele olha seu corpo e depois me encara:

- Quero ir para casa - ele diz.

- Eu o liberto desse mundo e lhe dou passagem segura para onde é seu lugar. Que tanatos o acompanhe nessa nova jornada. - digo e o garotinho sorri antes de sumir. 

As velas ao redor dos ossos apagam e o próprio esqueleto começa a se desintegrar e virar pó. 

- Que tipo de magia negra vocês estão praticando? - Uma voz fria fala e me levanto assustado.

 O diretor passou na pequena fenda e nos encara com uma arma na mão. 

- Respondam ! seus demonios ... - ele falou engatilhando a arma. 

Apesar da frieza e da sua maldade vejo o medo em seus olhos. 

- Eu sei o que você fez , diretor. Afogou um menininho, seu covarde seu monstro.

- NÃO FOI POR QUERER! EU ESTAVA BRINCANDO! AQUELE IDIOTA FRACOTE...- O diretor caminha em minha direção com a arma em minha cabeça. - Mas calma que logo logo os corpos dos dois farão companhia ao do larry no fundo do lago. 

Eu o encaro com ódio e nesse momento o Nate conseguiu chegar ate o diretor e o desarmou com um golpe. Eu me viro para ele que treme ao meu olhar e o seguro pelo pescoço. 

- Eu estou banindo essa alma da terra, que além do crime de morte não há arrependimento em sua face. Que as fúrias lhe castiguem no submundo por seus crimes. - Digo isso com firmeza e o diretor abre a boca em pavor e então seus olhos se apagam e seu fantasma observa seu corpo no chão. 

- o que você fez? - ele grita comigo e vem em minha direção, mas nessa hora, mãos saem da terra e puxam o fantasma do diretor com um ultimo grito.

- Eu nunca mais terei uma missão tão louca, mortal e assustadora como essa.  - Nate comenta e percebo que ele não viu o espirito do diretor, apenas seu corpo no chão. - Tim, você falou na lingua antiga. 

- Não percebi - digo surpreso observando o corpo do diretor. Sem precisar fazer a passagem ou ser velado pois sua alma ja estava condenada, seu corpo começou a virar pó. - Vamos embora, acho que ja amanheceu e eu só quero dormir. 

A escola militar borbulhava de teorias, todos alegavam que não foram vítimas  do fantasma mas como o diretor havia sumido a teoria era que o fantasma  o havia levado embora. Passei os ultimos dias cansado e louco para acabar com as aulas para voltar para casa. Apesar de ter descoberto esse poder novo, não era algo para se usar sempre. Banir pessoas só para almas marcadas e mesmo assim, o gasto de energia era muito alto.

- Ei cara - Nate falou organizando as malas no quarto - pronto para ir para o acampamento? 

- Sim, e pronto para dar as costas a esse lugar para  sempre. 

fim ! o que acharam? votem ! 

Filha da Neve - ContosWhere stories live. Discover now