02. A desgraça do poderoso diabo

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Engulo em seco pela décima quinta vez em menos de um minuto, podendo sentir minha boca ressecar por completo em conjunto com a minha garganta, essa que se fecha a cada mínimo espaço de tempo que bato pestanas. Sem contar que os meus cílios, neste instante desmedidamente aterrorizante, estão pesando cerca de uma tonelada.

O poderosinho ainda está bem à minha frente, mantendo o seu olhar de gavião preso bem no fundo das minhas pupilas, com as suas dilatadas enquanto, pelo nariz, só falta sair fumaça, de tão brava sua fisionomia se encontra.

Se eu pudesse pontuar, diria que o loiro de cabelos longos, ouviu exatamente cada sílaba das palavras de baixo calão que proferi referidas a si, e está prestes a voar em meu pescoço, devido a forma tão informal que o tratei. E não estou falando de um jeito bom, vale muitíssimo a pena ressaltar.

— O-Oi chefe, que bom lhe rever.

É a única coisa que sou capaz de empurrar para fora, com a voz vergonhosamente trêmula, em sincronia com o medo presente em todos os poros existentes na minha estrutura física.

Park apenas trinca a mandíbula utilizando bastante força, franzindo tanto as pálpebras que, por um minuto, faço um breve esforço para encontrar suas orbes castanhas, as quais são fuzilantes o suficiente para me tirar de órbita da maneira mais veloz já vista.

Tremendo na base, busco olhar de esguelha para Hoseok que ainda está parado ao nosso lado, logo podendo vê-lo tão assustado quanto a mim. Novamente, se pudesse pontuar, diria que já está fazendo o número dois por conta da careta que sustenta no rosto.

O coitado está quase morrendo, e olha que quem Park está almejando estrangular neste exato momento, sou eu. Só espero que ele tenha trazido uma roupa reserva caso esteja se borrando nas calças, porque me recuso a vestir as minhas novamente, já paguei mico demais por hoje.

— Eu vou trabalhar!

O meu amigo solta, de repente, pouco se importando com o olhar de socorro que lhe jogo em um notório desespero, saindo do banheiro sem nem ao menos esperar o poderosinho consentir.

Judas!

Bom saber que, a mesma velocidade em que ele se dispõe a me salvar, é a mesma que ele pode acatar para me jogar aos leões, somente para livrar a própria pele. O que somos? A família Mikaelson? Traição atrás de traição? Tsc, bobão, espero que leve um fora dos grandes, só para tomar vergonha nessa cara limpa.

Coço a nuca quando as íris amedrontadoras percorrem por todo o meu esqueleto, escaneando a roupa que estou usando, a qual claramente não me pertence, pois há muitos tecidos que gritam riqueza. Sem contar que as cores são consideradas sensuais demais; o que se torna um belo contraste com a samba canção de ursinhos que estou trajando.

Minha Vida De Cabeça Para Baixo × jikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora