Capítulo 17 - Fernando

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- Me sinto bem! - sorri com franqueza - Não quero o dinheiro do meu pai, apenas quero que isso acabe logo e espero que ele tenha deixado pra alguma instituição, porque se ele deixou com a minha mãe essa maluca vai se esbaldar

- Tenho certeza de que seu pai era um homem sensato e sabia muito bem o tipo de mulher que ele arrumou - disse dura - Tome seu café e irei me arrumar para irmos - me beijou a bochecha e eu a puxei para meu colo

- E você já tomou seu café minha deusa? - beijei seu pescoço e senti seu cheiro que me deixava maluco

- Sim amor, aproveitei pra deixar a maioria das coisas adiantadas, não quero que se preocupe com nada e nem se atrase - sorriu e se levantou. Ela realmente pensava em mim antes de pensar nela, era magnífica essa atitude dela.

Tomei meu café sossegado e logo ela voltou, seus cabelos eram perfeitamente adornados com uma tiara de pérolas, usava uma camisa de seda laranja e uma saia preta. Maquiada e perfumada.

- Terminou seu café?

- Sim, estava maravilhoso, deixe-me lavar a louça e já iremos - ela se sentou e me observou lavar a louça, às vezes jogava alguns pingos de água nela para provocá-la, seu sorriso contagiava o ambiente e ela soltava algumas piadinhas.

- Que rapaz prendado! - dizia ela e ria - Quero um desse pra mim

- Ah é? Já sou comprometido moça - brinquei

- A moça com quem tem compromisso realmente é sortuda - enlaçou meu pescoço com seus braços e a segurei pela cintura

- Quem pode responder isso é apenas ela... Alias, você anjo - beijei sua testa e ela me olhou no fundo dos olhos com um carinho enorme.

- Sim, eu tenho sorte por ter alguém como você, alguém que cuida, ama e respeita. Batalhador, fiel e incrível. Amigo para todas as horas e refúgio! Sim, eu tenho uma imensa sorte por ter sido escolhida por você, e eu te amo muito - sorri com sua declaração e a beijei com ternura.

Fomos até o local onde seria lido o testamento e mais uma vez minha mãe destilou seu veneno.

- Ainda com ela? - encarou-a e ria

- Não te importa - sorri

- Mas vai se importar quando toda a riqueza do seu velho vier aqui - apontou para suas mãos

- Tenho certeza de que meu pai não seria tolo o bastante para isso, mas se ele infelizmente foi, espero que faça bom proveito e que me esqueça - Andrezza já se posicionou ao meu lado segurando minha mão e pedindo quase mentalmente que eu me acalmasse.

- Saiba que eu farei um ótimo proveito meu querido - ela ria com maldade. Andrezza me pegou pelo braço e me tirou dali, se ficasse mais um pouquinho teria perdido as estribeiras e dado uma lição na Verônica.

- Se acalme ok? Ela diz isso pra te desestabilizar - ela passava a mão em meu rosto e esse simples toque fazia meus pêlos se arrepiarem.

- Eu sei meu anjo, mas é difícil ver ela dizendo tudo isso e causando mal a todas as pessoas que eu amo - olhei para seus olhos que brilhavam - Porque seus olhos brilham tanto?

- Porque percebi que você tem um coração de ouro, e poucas pessoas ainda o possuem. É uma dádiva divina e a coisa mais linda que existe! Meu advogado chegou e fomos interrompidos, fomos chamados à sala de reunião e ali se iniciou toda a conversa.

Uma hora e meia de conversa até que chegamos aos finalmentes, segurei firme a mão da minha princesa e ela a acariciou. E foi então que veio o baque.

"Deixo todos meus bens para o Orfanato Marmara* no qual deixo nas mãos de meu filho Fernando Garcia"

- O que? Eu suportei esse velho todos esses anos para no final ele fundar um orfanato e deixar tudo nas mãos do bastardo do Fernando? - Verônica gritou

- Senhora peço, por favor, que se acalme e mantenha a ordem - o advogado disse - Sim, o senhor Garcia fundou o Orfanato à 4 anos atrás, deixando seu dinheiro, ações e todo o tipo de contribuições úteis para o mesmo. Deixando o senhor Fernando a par de tudo

- Não, eu não aceito isso - ela berrava - E para mim? O que ele me deixou?

- Ele desfez a conta conjunta então todas as dívidas feitas pela senhora ainda precisam ser pagas

- Não, eu não acredito - ela começava a ficar com o rosto vermelho - Irei atrás dos meus direitos, sou a viúva devo ter parte em algo

- Teria apenas se ele tivesse deixado escrito Verônica - disse seco

- Cale a boca! - suspirou - Aproveite o momento, pois isso acabará logo - levantou-se e saiu enfurecida.

O advogado veio ao meu encontro e me deu um aperto de mão.

- Parabéns senhor Fernando Garcia - disse ele

- Obrigado - sorri - Uma pergunta, onde fica esse orfanato?

- Em São Paulo, parece que seu pai tinha pensado em tudo antes de fazer qualquer coisa! Ele pensou no melhor pra você - sorriu - O senhor estará a par de tudo e se tiver algum problema entre em contato

- Obrigado pelo trabalho senhor e eu ligarei se precisar - apertei novamente sua mão e ele saiu.

Restando apenas eu e minha princesa, ela não se continha de felicidade e ela chorava.

- Porque chora minha morena? - me aproximei e limpei suas lágrimas

- São lágrimas de pura alegria meu amor! Estou tão surpresa e tão feliz por tudo ter se resolvido da melhor forma - sorriu - Parabéns pela conquista, seu pai deve nesse momento estar sorrindo lá do céu

- Farei o possível para orgulhá-lo - sorri e a puxei dando um abraço forte nela. Assim fomos para o hotel e passamos uma noite incrível juntos, acabamos nos entregando mais uma vez e nosso encaixe era realmente perfeito, a amei de todas as formas e seu rosto de satisfação me fez sentir nas nuvens.

- Eu te amo - disse enquanto acariciava suas costas e via ela se entregando ao sono. Entendi que na vida a gente perde algumas coisas, porém acabamos recebendo dádivas maiores ainda. E eu fui muito agraciado por isso.


Amor a Tira ColoWhere stories live. Discover now