Tomando café após o fim de semana tranquilo e quieto, tal qual o início oficial da semana, nossa quarta-feira era anunciada pela manhã. Não gostava desse dia. Era exatamente no meio. Longe do fim de semana e longe do começo de uma nova. Mas foi também na quarta que eu recebera a notícia de pausa sem previsão de retorno no andamento do divórcio.

Stanley viajara para Nova York a trabalho, aparentemente havia conseguido uma promoção e precisaria fazer viagens longas. Eu bufei irritado pela pausa no andamento do inventário, mas dei graças a Deus. Quanto mais longe, melhor. Poderia dormir mais tranquilo sem ouvir seu canto de sereia que insistia em me fazer querer cair na rede. Às vezes, era realmente difícil resistir. Dar ouvido a razão. Calar o coração. Muito vivi com o homem que abriguei em minha casa. Ofereci minha confiança, meu sentimentalismo e, mais importante que qualquer coisa, minha filha. E o mesmo jogou tudo pela janela. Era difícil deitar de noite sabendo que nem eu nem Amélia fomos o suficiente. Era difícil lidar com três casamentos jogados no lixo. Mas, estranhamente, após um tempo que não reconheci quando havia começado, eu não me sentia mais tão tentado nas noites solitárias. E me pegava pensando o que estava acontecendo.

Não sentia mais a vontade incessante de me agarrar a qualquer corpo só para ter calor. Não sentia o ímpeto de querer ouvir qualquer palavra jogada ao vento. Não queria mais nada daquilo. Não queria nada mais que me causasse sentimento de pertencimento.

— Então o Oli vai passar as tardes com a gente, papai? — ouvi Amélia perguntando com um bigodinho de iogurte, me fazendo olhar em seu rosto e dar uma risada.

— Yeah, amor. Vou cuidar de vocês dois em algumas tardes enquanto Tio Niall estiver no trabalho e quando Tia Sarah precisar ir ao médico. — levantei meu polegar, limpando seu bigodinho, que sorriu travessa e continuou se deliciando com seu laticínio. Sarah havia conseguido alguns freelancers como modelo após um excêntrico estilista a ver em um anúncio publicitário. Talvez ela se saísse bem.

— Ela vai no médico por causa dos bebês, né? Ver se eles estão bem e crescendo na barriga.

— Isso mesmo. — proferi, assentindo. Pela gravidez de risco por serem duas crianças, Sarah e Niall deveriam fazer visitas mais frequentas e acompanhar toda semana os próximos períodos dali em diante. Horan, puxando novos projetos na construtora, pedira para que eu ficasse cuidando de Oliver nos dias que ele teria que acompanhar a esposa e levá-la ao médico, e quando ela precisasse sair. Depois de muita insistência, acabei aceitando e negociando algumas horas de serviço via home office. Trabalhando de casa, poderia ficar de olho nos dois. — O médico vai ajudá-la a cuidar direitinho para que os bebês cresçam fortes e saudáveis. - ela assentiu entendendo.

— Será que eles vão vir mais parecidos com o Tio Niall ou a Tia Sá? — perguntou docentes balançando as pernas, me olhando com expectativa.

— Se tiverem sorte, vão puxar os traços dela. Niall é feio. Você não acha? — brinquei e ela gargalhou negando com um aceno.

— Não, papai. Tio Niall não é feio. Ele é bonitão!

— Bonitão? — pelo adjetivo eu sabia que ele que havia ensinado exclusivamente para falar de si. — Niall parece um sapo, pelo amor de Deus!

— Sapo que nem o Tio Hazz? Você também disse que ele parecia um sapo. – ela perguntou dando uma risadinha. Acabei corando. Styles havia virado alguém da adoração e carinho de Amélia, aparentemente.

Learning to Fall in Love | l.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora