5. Caindo em grande estilo

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...

(Louis)

— Papai! — ouvi Amélia pronunciar em um tom animado, correndo desajeitadamente em minha direção enquanto meus olhos caíam para minha filha com um grande sorriso e cabelos bagunçados.

Me abaixei ficando em sua altura enquanto abria os braços, a segurando e envolvendo em um forte abraço, sentindo suas pequenas mãos apertarem ao redor de meu pescoço.

Consegui notar pelo canto dos olhos que o homem de aparência desleixada e cabelos bagunçados nos olhava atento, não movendo um músculo sequer de onde estava.

—Tudo bem, filha? — perguntei ao que Amélia me largou um pouco, ainda segurando o tecido de meu terno chumbo, amassando um pouco com seus dedinhos. — Posso saber por que a senhorita está suja de tinta? — perguntei arrastando as costas de minha mão esquerda em sua bochecha minimamente marcada por tinta vermelha.

Ela nem deveria estar em sala de aula pelo horário, para início de conversa. Além do mais, por quê estava suja e com as roupas completamente amassadas? E sem a auxiliar que ficava de olho nela após o horário de saída?

E quem afinal era esse homem que parece nunca ter visto um pente na vida olhando em nossa direção com os olhos completamente vidrados?

Isso estava um pouco estranho.

Nunca havia sido apresentado para esse professor, nem ao menos deram um aviso sobre quem ele é. E agora, encontro o mesmo sujando minha filha de tinta e brincando como se eles se conhecessem há anos?

Eu deveria ter sido apresentado no momento que ele pisou em sala de aula.

— A gente tava limpando a sala, papai. O Tio Hazz me pediu ajuda . — ela disse simplesmente, dando de ombros e voltando a atenção para o homem de cabelos castanhos, parado perto de um cavalete. — Né Tio?

Virei meu olhar para o professor de minha filha, o vendo adquirir um forte rubor nas bochechas devido a atenção que estava recebendo naquele momento.

Ele clareou a garganta e tossiu. Demonstrava receio e incerteza no que fazer e até no que falar, então escolheu se aproximar a passos curtos.

— Isso, sim! Certo. Eu, hã, acabei pedindo ajuda porque assim iria conseguir ficar de olho nela, já que a auxiliar teve que resolver uma pendência. — ele dizia tentando parecer certo em suas palavras, mas eu só conseguia sentir incerteza nas mesmas.

Seus os olhos vagavam para qualquer outro lugar. O chão, o fundo da sala, seus sapatos, o bolso da calça. Mas ele se recusava a olhar em minha direção.

Ele estava realmente fingindo que eu não estava ali?

— Amélia foi uma ótima ajudante, mas acho que acabamos nos envolvendo demais na limpeza e pegamos um pouco da tinta pra gente, não é? — ele dizia abaixando o olhar para minha filha, colada em minhas pernas, que deu uma risada levando a mão para a boca e escondendo seu sorriso.

Apesar dele não ter tido resposta, recebeu uma gargalhada de porquinho de minha filha, que abaixou a cabeça em seguida ainda segurando na barra de minha calça, fazendo pequenos círculos no tecido escuro. E por sua atitude, consegui notar que ela encontrava-se tímida por nossos olhares e atenção que estava recebendo no momento.

Learning to Fall in Love | l.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora