Capítulo 2

389 70 39
                                    

🎧Lauren Daigle - Hold on to me

🎧BTS - Spring day

🌟Não esqueçam de deixarem o voto, boa leitura🌟


🐝Jimin🐝


Volto para casa feliz da vida, minha mãe me da um beijo de boa noite e vou para meu quarto, passando alguns minutos escuto uma gritaria vindo da sala.

Hoje decidi não entrar no armário e me esconder, desço as escadas pra saber o que está acontecendo. Do corredor começo a ouvir vozes alteradas.

— Você não pode fazer isso, nossa vida é aqui. — Escuto minha mãe dizer.

— Não posso? Mas respeito mulher, quem sustenta essa casa e essa família sou eu, eu posso fazer o que eu quiser. — Diz com uma voz de deboche com o olhar impassível de sempre.

— O que tá acontecendo? — Pergunto sem entender nada e um pouco assustado. 

— Querido, suba para seu quarto. — Minha mãe quase implora, com a voz tremula, percebo que ela está prestes a chorar. 

— Ele não vai subir porcaria nenhuma, vai ficar aqui e ouvir as novidades. — Diz meu pai.

— Q-que novidades? — Pergunto com medo da resposta.

— Nós iremos nos mudar para Busan, daqui a duas semanas. —  Eu fico sem reação ao ouvir suas palavras. 

— C-como... assim nos mudar? — Pergunto vacilante.

— Nos mudando, você é surdo, garoto? Recebi uma proposta de emprego que paga melhor, lá teremos uma nova casa, eu aceitei sem pensar duas vezes, e vamos o mais rápido possível. — Diz e eu continuo paralisado sem saber o que falar ou pensar.

— Não podemos pensar mais sobre isso, hum? Nós temos nossa vida aqui. — Minha mãe se pronuncia mais uma vez tentando intervir. 

— Não tem o que pensar, nós iremos e ponto final, não quero ouvir reclamações de nenhum de vocês, seus inúteis. Já não basta eu ter que sustentar e cuidar de vocês, uma mulher burra e um garoto estúpido, ainda tenho que dar satisfações? Nós vamos e pronto, essa semana comecem a arrumar tudo. 

— E-eu não q-quero ir. — Digo e sinto a voz falhar, o medo percorre minhas veias mais do que nunca.

— E desde quando você tem algum querer, seu merdinha? — Diz me olhando com uma raiva que eu nunca tinha visto antes. 

— Não fala assim com el... — Minha mãe é interrompida por um tapa que foi direto no seu rosto, imediatamente tudo ficou em silêncio. Eu corri até ela e vi seu rosto marcado, num tom de vermelho e em seus olhos lágrimas molhando seu rosto machucado. — Querido está tudo bem, agora suba por favor. — Pede olhando nos meus olhos, eu não sei oque fazer. — Por favor... — Dessa vez ela suplica e eu obedeço. 

Subo as escadas com os olhos cheios de lágrimas, sinto um aperto no peito, meu estomago revirar. Quando entro no meu quarto, vou direto para o armário, entro e coloco meus fones, começo a chorar, um choro tão sofrido, chorei como nunca tinha chorado antes. Choro por nunca ter percebido o quanto minha mãe me protegeu todo esse tempo, sofrendo sozinha em silencio. 

Como eu não vi isso? Eu sabia que meu pai era agressivo, mas não que ele poderia bater nela. Sinto meu coração doer cada vez mais, e o choro se intensificar. Minha mãe sempre passou por isso sozinha. Como eu pude viver minha vida como se nada disse tivesse acontecendo? 

7 Minutos no CéuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora