Capítulo 07. [🌿]

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Enquanto uns nascem para festejar, outros passam suas vidas no escuro, implorando as sombras por um momento de luz

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Enquanto uns nascem para festejar, outros passam suas vidas no escuro, implorando as sombras por um momento de luz. 

A ligação foi encerrada, provavelmente a mulher ligaria mais tarde. Precisava ao menos saber se os dois eram mesmo parentes ou ao menos conhecidos. 

Outro estrondo foi ouvido: o impacto dos joelhos do loiro contra o chão de madeira. Suas costas se curvaram e ele agarrou seus fios dourados com ambas as mãos, apertando-os com força. Os olhos cheios d’água atrapalhariam sua visão, se ele não estivesse batendo sua cabeça no próprio joelho. 

Seu peito doía, seu cheiro exalava cansaço, cada órgão do seu corpo clamava por paz.

Necessitava esquecer só um pouquinho de qualquer coisa relacionada a sua vida pessoal. Nunca imaginou que chegaria ao seu limite tão cedo. As lágrimas caiam sem parar e ele gemia de dor; o gosto da amargura descia pela sua garganta, quase lhe fazendo engasgar com a própria saliva. 

Isso nunca aconteceu antes. Sempre conseguia controlar os seus sentimentos, seu choro, sua vontade de morrer. Criou para si uma bolha, incapaz de fazê-lo sentir algo, tudo era tão cinza e sem graça. Vivia no automático, esperando os céus lhe abençoar com a saborosa morte. 

Quando a bolha estourou? Quando voltou a sentir a dor? O cansaço? Não atrasou nenhum de seus remédios, de forma nenhuma. Anticoncepcional em dia, supressores em dia, calmantes em dia, vitaminas em dia. Todos os seus exames também seguiam em perfeita ordem. Coisa que não gostava muito porque todos diziam e lhe informavam que estava saudável e que viveria longos anos de vida. 

Ah sim, foi aquele dia chuvoso. Estava um pouco frio e era começo de inverno.  O chão estava úmido e gelado, chorava mais de desespero do que de tristeza. Foi naquele momento que sentiu o guarda-chuva de sapinho lhe tocar, seus olhos subiram e admiraram o pequeno bebê em sua frente. Que, com apenas um sorriso, trouxe todas as cores de volta. Junto a ele, um alfa, que trouxe todos os sentimentos de volta com seus olhos de jabuticaba. 

Não conseguia colocar nenhuma culpa nos dois. Eles não o trataram mal ou lhe enfiaram em uma cova. Diferente disso, eles lhe dão tudo que sempre desejou ter. Em uma semana; horas contadas; mesma fase lunar; em tão pouco tempo, os alfas se tornaram tão importantes que nem se dava para acreditar. 

Mas sabia que isso duraria pouco tempo. Igual da última vez. 

— Taehyungie? — Aquela voz, a bendita voz que lhe causava arrepios por todo corpo. Junto a ele, o cheiro de terra molhada e canela, um olhar de preocupação e boca semi aberta. 

Ver o corpo do loiro se debatendo contra o próprio joelho não foi nada agradável para o alfa, seu coração se despedaçou em milhões de pedaços. Conseguiu sentir toda a angústia e tristeza do ômega, que agora, o encarava com o rosto vermelho e cheio de lágrimas. 

Sem esperar uma resposta ou algum sinal, o mais velho correu em direção ao corpo desamparado. No caminho ele se ajoelhou e puxou a cintura do ômega para si, que lhe agarrou como refúgio, encaixando seu rosto molhado na curva do pescoço do alfa e abraçando o que podia, de qualquer jeito. Apertando-o, se certificou que o mesmo era realidade e não uma ilusão que a vida o entregou só para caçoar da sua cara. 

E esse contado quente entre os corpos só fez com que o Kim chorasse mais. 

— Eu estou aqui, vai ficar tudo bem. — Garantiu, acariciando os fios dourados e sedosos. 

Não mentiu de nenhuma forma, por mais que o ômega estivesse todo quebrado, com todos os seus pedaços em cantos diferentes, o alfa lhe ajudaria a recolher tudo e depois colocaria tudo no seu devido lugar. Se sentia tão bem perto do loirinho que cometeria o maior crime da sua vida se o deixasse sozinho tão despedaçado como estava agora. Apertou um pouco a cintura fina do menor, trazendo para bem perto e inalou o seu cheirinho doce.

Deixou um selar no ombro alheio quando notou que o mesmo dormia igual uma criança depois de ter caído da gangorra e aberto o joelho. 

O pegou em estilo noiva e o levou até o quarto do loirinho. Aposentou seu corpo devagar na cama, para não o acordar, cobriu os dois corpos que dormiam tranquilamente ali e se sentou na ponta da cama. Cruzou os braços e tombou a cabeça para o lado, dormindo também. 

A noite inteira foi tranquila, com os três lobinhos exalando tranquilidade. Mas assim que o sol surgiu iluminando boa parte do cômodo, o choro da noite passada despertou. Se espreguiçou na cama macia e olhou para o lado, sorrindo ao ter a imagem de Sun-oh babando com a boquinha aberta. Desceu sua visão até a cabeceira da cama, também vendo o alfa ali e sorrindo sem perceber. 

As lembranças da noite de ontem vieram como um flashback na sua mente. O rostinho que sorria, agora estava murchando igual uma uva passa. Ele fungou três vezes, tentando conter o choro, mas assim que viu os olhos do alfa em si, despencou de chorar e correu novamente para o seu mais novo refúgio. 

— O que tanto te faz chorar? — Perguntou baixinho, mas muito preocupado. 

Formar frases coerentes estava tão difícil para Taehyung, porém ele fungou várias vezes tentando, a todo custo, se acalmar. 

— Eu não aguento mais, Jungkook. — Seus olhos se encheram novamente, jogando todo seu esforço no lixo. — Estou cansado. Sempre que acontece algo bom pra mim, a vida vem, e acaba com tudo em segundos. 

— Não diga isso, Taehyung... 

— É verdade. Não é a primeira vez e eu sei que não vai ser a última! — Apertou a camisa do alfa, tentando despejar sua dor através de gestos. — Não posso suportar isso sozinho. 

Confessou. Estava tão assustado, seus lábios tremiam e ele nem ao menos tinha coragem para olhar para alguém agora. Seria tão fácil se ele tivesse nascido um alfa, forte e corajoso. Assim, ninguém nunca ousaria o machucar, ninguém mandaria nele; ele poderia sair de casa sem medo, livre como um pássaro. Voltaria altas horas da madrugada, beijaria quem lhe desse a telha, beberia até esquecer o caminho de casa... Parecia ser tão fácil, tão bom. 

— Você não está sozinho, estou aqui agora. — Tentou confortá-lo, mas isso só piorou tudo. 

— Onde você esteve esse tempo todo? — Questionou. — Por que demorou tanto, Jungkook? 

— Eu não demorei, Taehyung. Cheguei no momento em que você precisava de alguém. — Acariciou os fios dourados cuidadosamente. 

— Eu sempre precisei de alguém, Jungkook. — Finalmente encarou o alfa, com seus olhos transbordando de dor. — Por que você se importa tanto comigo? Você nem me conhece direito. 

— Não seja por isso Taehyung, eu quero conhecer você. Eu não entendo e nem sei de onde veio toda essa vontade de participar da sua vida. Mas não posso simplesmente ignorar. — Respondeu limpando algumas lágrimas do loirinho com o polegar, logo acariciando seu rosto. — Me conte sobre você. Qualquer história, faísca, desastre, sentimento... 

— Só vou te dar motivos para ficar longe de mim. — Voltou a se encaixar no pescoço do alfa, que riu sem humor. 

— Olha, até agora você só me deu motivos para ficar. — Confessou, não deixando que saísse a parte em que o alfa queria ficar. 

— Já me aconteceu tantas coisas, não sei nem por onde começar. — Se acalmou, suspirando pesadamente. 

— Me conte desde o início. — Deixou o ômega pensar um pouco. Quando sentiu que ele realmente não sabia por onde começar, decidiu lhe fazer uma pergunta. — Por que saiu das casas dos seus pais? 

O inocente questionamento vez o corpo do ômega tremer. Ele odiava e tentava a todo custo não se lembrar do seu passado; todavia, Jungkook queria saber e ele queria poder dizer qualquer coisa ao alfa. Então juntou qualquer vestígio de coragem que ainda existia em si e começou a falar: 

— Eu estava na faculdade, cursava pediatria. Sempre amei crianças e ensinar era o que fazia meu coração bater mais forte. — Iniciou suspirando. — Era tarde, o sol já estava se pondo. Eu me sentia um pouco tonto, os cheiros estavam fortes demais, e foi aí que me toquei que meu cio havia se iniciado. Não tinha para onde correr, acho que nem me lembrei que tinha um celular. Naquela sala, me “ajudaram”... 

O ômega foi brutalmente estuprado pelo seu professor principal. Ele implorava para que ele parasse, mas seu cheiro e seu corpo diziam o contrário para o estuprador. Taehyung se culpou durante anos. Seu corpo o traiu, reagiu a um estímulo sem sua autorização, liberou lubrificação natural quando gritava de dor. 

— Ele era meu professor e não usou proteção. Eu não tinha relações sexuais então não tomava nenhum anticoncepcional... Duas semanas depois descobri que estava grávido. — O alfa se surpreendeu, nunca imaginou que o loirinho tivesse um filho, por que nunca o viu? 

Depois dessas duas semanas, a rotina do ômega se tornou um inferno. Enjoos, dores, tonturas. Todo esse combo exatamente no início de tudo. Não tinha contado a ninguém o que aconteceu naquela sala, se lembrava apenas de flashes na sua cabeça e de ter acordado na enfermaria da escola. Soube pela enfermeira que passou seis dias ali, revezando em tomar supressores e gemer de dor. 

Sim, seis dias. Seu professor só lhe aguentou por algumas horas, até tentou marcar o ômega, mas sua mordida foi severamente rejeitada. Taehyung não sabia disso, apenas de uma horrível sensação no seu pescoço depois que o seu período passou. 

— Meus pais surtaram. Não acreditaram em nada do que eu disse, acharam que eu havia seduzido meu professor e que tinha destruído a vida dele por ter engravidado um idiota desamparado. Semanas depois, estávamos morando juntos. 

Estava tudo bem. Não era tão ruim assim estar grávido, tirando o fato de que esse bebê não era planejado e que seus avós o odiavam assim como seu pai alfa, mas não importava. Taehyung estava estranhamente feliz, seu cheiro tinha a doce mistura de morango. Acariciava sua barriga diversas vezes no dia, amava se olhar no espelho e observar se o seu bebê já havia crescido mais um pouco. 

O pequeno feto se tornou seu melhor amigo. Eles conversavam por horas, comiam coisas estranhas como ovo com brigadeiro. 

— Eu não me importava com nada, além de nós dois. O ver crescer dentro de mim me fazia amá-lo cada vez mais. 

— E onde ele está agora? — Jungkook perguntou, engolindo seco. 

— No céu. — Uma lágrima caiu. — Faltava dois dias para eu finalmente conseguir descobrir qual seria o sexo do meu bebê. Eu estava tão feliz, tão feliz, podia sentir que meu peito iria estourar de tanta felicidade que sentia. 

Devorava melancia com pó de café, encostado no mármore da pia, cantarolando alguma cantiga de infância. Acariciou novamente a barriga redondinha e grande, seus olhos brilhavam quando sentia seu presentinho do céu se mexer todo animado.

Depois de estar satisfeito pela mistura estranha, ele decidiu ir se deitar, e, em apenas um passo, todo o seu mundo acabou. 

— Meu corpo abortou meu bebê, Jungkook. — Chorou mais. — E-eu matei meu próprio filho!

Sem notar, o alfa também chorava, abraçando forte o ômega em seus braços. 

— Era um menino. Ele era tão lindo, tão perfeito. Eu o daria tanto amor que não faria falta o amor dos outros. 

Ver o corpinho roxinho, sem batimentos e encolhido, fez o coração do ômega se quebrar em milhares de pedaços. Abraçar o seu filho morto lhe fez sentir uma dor indescritível, se sentiu a pior pessoa do mundo. Seu bebê nem tinha nascido e ele já havia falhado como pai. 

— Eu não consegui ter meus dias de luto. Assim que voltei do hospital o alfa do meu bebê me bateu. Horas depois eu estava no hospital, com uma “tentativa de suicídio”. 

Seu rosto ficou deformado, um braço quebrado e uma costela fraturada. Por todo seu corpo tinha machucados bem abertos e prontos para pegar uma infecção e levá-lo à morte. Aquela noite foi horrível, não sentia nada do seu corpo; todavia, quando tentava se mexer, tudo doía. 

— Acreditaram nele. Eu havia acabado de perder a coisa mais importante na minha vida, não tinha motivos para viver. Então todos caíram naquelas palavras bem postas. Daí em diante eu não sabia mais o que fazer com a minha vida, eu não sentia nada.

Daqueles dias em diante, ele decidiu sobreviver apenas pelo seu bebê. Esperaria todo tempo do mundo, se algum dia, pudesse se encontrar com seu bebê novamente. 

Para ocupar sua mente, ele arrumou um trabalho, e quando pareceu ser favorável, se mudou para seu apartamento atual. Mas uma coisa que ele nunca conseguiu fazer foi mandar o seu antigo professor embora. Se sentia culpado, estragou a vida dele inteira e matou o seu filho. Nunca conseguiria se redimir consigo mesmo. Essa era a sua cruz; Bogum era sua cruz; era sua obrigação carregá-lo. 

— Taehyung me desculpa, eu sinto muito! Não devia ter te perguntado nada e muito menos te obrigar a dizer algo que te machuca muito. — Pediu abraçando o choroso forte. 

— Muito obrigada por ouvir Jungkook, por acreditar em mim e por dividir esse peso comigo. — Falou finalmente olhando o alfa. — Estava com medo de você não acreditar em mim. Como todo mundo fez.

— Não precisa agradecer, meu anjo. — Beijou o topo da cabeça do ômega, o apertando mais entre seus braços e lhe passando segurança. 

Eles ficaram um bom momento assim, até que o pequeno alfinha acordou totalmente alheio de qualquer coisa. Seus cabelos estavam uma bagunça e isso fez Taehyung sorrir. 

— E agora? O que fazemos agora? Bogum está no hospital internado, teve uma overdose e precisa que um parente cuide dele. — O ômega falou, brincando com a blusa do alfa. 

— Não sei o que vai ser dele, mas você, você vai embora daqui agora. — Ditou, dando tapinhas na coxa alheia para ele se levantar. 

— Eu não tenho para onde ir, Jungkook. — O ômega esclareceu, mas isso não pareceu um problema para o mais velho que carregava o seu filho no colo e depositava vários beijinhos no rostinho pequeno. 

— Você vai com a gente. — Sorriu para o loiro, fazendo seu coração quase sair pela boca. 

Estava decidido. Ambos começaram a arrumar uma mala, apenas com as coisas do ômega. Jungkook queria comprar tudo novo, mas o Kim não deixou de nenhuma forma. Quando a mala do loiro estava pronta, eles organizaram as coisas de Sun-oh. Duas malas e uma mochila. 

— Está pronto? Pegou tudo? — O alfa perguntou rodando a chave do carro nos seus dedos. 

— Só preciso ir ao banheiro. — Falou já se retirando e indo para o cômodo citado. 

Jungkook balançava o seu primogênito que estava grudado nas suas pernas. Ele soltava gritinhos vez ou outra, mas o alfa não esperava que o pequeno viesse lhe morder, o fazendo quase soltar um palavrão. 

— Você não está para brincadeira hein. — Riu, observando seu filho pedir colo e fazer a vontade dele. No mesmo instante a porta da casa é batida três vezes. 

Estranhou, mas sem questionar ele atendeu. Girou a maçaneta e quando abriu, deu de cara com um casal. Eles pareciam ter por volta de 40 a 50 anos, o homem usava óculos e sua cara estampava mal-humor. A senhora que o acompanhava também não tinha a feição mais agradável do mundo. Seus rostos expressavam surpresa, não esperavam ser atendidos por um alfa. 

— Posso ajudar? — Franziu o cenho, ficou sério. 

— Quem é você? — O outro alfa mais velho questionou, já espalhando seus feromônios para se mostrar mais forte. 

— Eu que faço as perguntas aqui. — Sorriu forçado. 

— Somos os pais de Kim Taehyung e queremos saber onde ele está. — Exigiu. 

Após fazer as suas necessidades, o ômega levou suas mãos e ajeitou o seu cabelo. Saiu do banheiro e instantaneamente sentiu o cheiro familiar. Seus ombros encolheram e ele andou em passos vacilantes até a sala de estar. Avistou Jungkook na porta que estava aberta. Não precisou ver, mas sabia que seus pais estavam ali. 

— Ele está aqui, mas não por muito tempo. — O alfa indagou, jogando seus ombros para trás e também soltando feromônios. A ômega mais velha se encolheu e o alfa deu uma pequena tremida. 

Jungkook não gostava de intimidar as pessoas, dificilmente precisava fazer isso. Mas agora era uma questão de honra e respeito. Seu alfinha sempre gostou que seu pai espalhasse o seu cheiro por todos os cantos, e por isso se animou nos braços do moreno.

O seu cheiro causou uma sensação diferente ao loirinho. Não estava assustado e nem com medo. A energia de Jungkook era incrivelmente afrodisíaca nas narinas do ômega. Seu corpo reagiu e também começou a soltar feromônios para agradar o alfa, suas bochechas ganharam um tom rosado e tinha certeza que se tentasse falar alguma coisa agora, acabaria chamando por Jungkook. 

E, sem nenhum consentimento, o Senhor Kim entrou na casa vendo seu filho com uma das mãos na boca. Seu cheiro estava forte e parecia que a qualquer momento ele poderia ter um orgasmo interno. 

— Veja só você. Não tem nojo? — O alfa se aproximou e no mesmo segundo Jungkook se pôs em sua frente, rosnando, impedindo de se aproximar. — Olha isso Margarete. Esse sem vergonha está traindo Bogum enquanto ele está entre a vida e a morte. 

A ômega se juntou ao seu marido, ficando atrás dele e jogando um olhar de desgosto para o seu filho, mas logo rindo. 

— O pacote completo, não é Taehyung…? Um alfa e um bebê. — Riu mais. — Já chega de brincar de casinha. 

— Vamos, Taehyung. — O alfa ignorou qualquer coisa e entregou o seu bebê nas mãos do Kim. Pegou as malas e a mochila. — Estamos de saída, passar bem. — Acenou com a cabeça e seguiu para fora com o Kim caminhando em sua frente. 

— Taehyung, nem ouse olhar para a nossa cara novamente se você ir com esse homem! — Seu pai gritou. A mente de Kim congelou, mas ele não conseguiu parar de andar. 

Todo o seu ser implorava para ir embora e dessa vez ele escutaria. 

 

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Avelã E Baunilha | TaekookWhere stories live. Discover now