Capítulo 01. [🌿]

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"Sentimento de desgosto, de mágoa e de desalento; sensação de tristeza; circunstância emocional de melancolia; ausência de alegria: decepção profissional

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"Sentimento de desgosto, de mágoa e de desalento; sensação de tristeza; circunstância emocional de melancolia; ausência de alegria: decepção profissional." 


Respingos de chuva caíam sobre a pele alva do ômega largado na rua. Suas lágrimas desciam como cachoeiras e os lábios tremiam sem parar. Viver em uma sociedade, onde os ômegas são desvalorizados não era nada fácil. Acordar todos os dias, e saber que, você, apenas por existir, sofreria cada segundo do seu dia. 

Pessoas passavam pela rua e esbarravam sem se importar com o corpo caído e reprimido no chão. Alguns pediam desculpas e outros gritavam palavras ofensivas de como aquilo atrapalhou seu dia. 

Mas nenhum deles sequer parou para se preocupar com o cheiro adocicado de avelã e baunilha. 
A chuva se intensificou e os passos ao redor também, em poucos minutos a multidão de pessoas não existia mais; deixando apenas um ômega — Agora sentado, e abraçando seus joelhos —, choroso encolhido debaixo de um toldo qualquer para não se molhar com os pingos d’água. 

Grandes minutos se passaram e o choro da criatura loira também parou, seus olhos continuavam avermelhados, enquanto observava as gotas caírem e se questionava se deveria ou não voltar para casa. 

Não longe de si, pequenos passos eram dados. Um alfinha, perto de seu responsável, andava confiante com suas botas de borracha amarelas e seu guarda-chuva de sapinho. Ninguém tiraria sua felicidade, porque era a primeira vez que seu papai havia deixado ele andar de guarda-chuva sozinho, sem ser carregado ou segurando em suas mãozinhas. Então um sorriso grande era bem-vindo em seus lábios, fazendo-o gargalhar quando se atrevia a pular numa poça d’água. 

Apesar de ser bem novinho, o alfinha era muito inteligente. Sabia que seu pai, a qualquer deslize seu, por mínimo que fosse, fecharia o guarda-chuva de sapinho e o pegaria no colo; não deixando que saísse até chegar em casa. 

Então, sempre se precavendo, ele andava em passos curtos e firmes. Para que a sua felicidade não durasse pouco tempo. 

Andando mais alguns quarteirões os pequenos olhinhos de jabuticaba puderam perceber e sentir tristeza, angústia e medo no ar. As emoções eram rodeadas pelo cheiro de avelã e baunilha. Ele inalou um pouco mais da essência, se acostumando com o cheiro suave e logo pôde avistar o corpo que exalava os cheiros. 

Quando percebeu que por um milésimo de segundo, a atenção do seu pai não era sua, ele correu até o corpo sentado, sentindo urgência de ajudar o pobre moço desamparado. Aproximou-se do adulto e o cobriu com o seu guarda-chuva o protegendo de alguns respingos que passavam pela parte coberta. 

O objeto saudou os fios dourados do ômega quando as mãozinhas falharam por um instante, fazendo-o erguer a cabeça e encarar a pequena criatura ao seu lado que sorria minimamente, talvez com um pouco de receio e hesitação. 

Avelã E Baunilha | TaekookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora