Capítulo Três: Win O Burguês

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Os dias passaram e Win tentou ser positivo, encarar de frente e não ligar para as outras pessoas. Ele desconfiava que o Tay tinha descoberto que não tinha amigo nenhum e que Win estava falando dele mesmo. Mas não era hora de pensar nisso, ele estava dirigindo e precisava ter a mente focada no trânsito e chegar ao seu destino que era o apartamento da Tu e do Nani, que ficava no mesmo bloco.

— Por que você está de carro? Não vamos de ônibus como todo mundo? — É a primeira coisa que sua prima fala ao entrar no carro e se sentar no banco de trás.

— Vamos sim, o carro vai ficar no estacionamento da faculdade.

Nani aparece minutos depois, com seu cabelo amarrado em um perfeito coque de samurai, com duas mechas quase imperceptíveis, mas que ele insistia a Win que era o que fazia o seu penteado o deixar ainda mais quente. 

— Sabe, a gente podia só caminhar, a faculdade fica a uns 15 minutos daqui, Metawin, seu burguês. 

— Eu parei de ir para a academia e perdi toda a minha capacidade de fazer exercício físico no momento.

— Não faz nem duas semanas, não deu para você ficar sedentário nesse meio tempo.

— Chega de conversa, ou nunca chegaremos! — Era a vez da Tu entrar na conversa. — Como será que é o acampamento? 

— Tem árvores, um alojamento, mais árvores, mosquitos e outras árvores. Eu já disse que tem muitas árvores? — Assim que Win acaba de falar e olha de relance para  seus amigos, pelo retrovisor, percebe que eles estão a ponto de socá-lo. Mas não o fazem porque ele estava dirigindo e isso colocaria os três em perigo. E claramente Win sorri vitorioso, por ter tido a última palavra.

Assim que ele estaciona o carro e se dirige a frente do ônibus para esperar como todos do clube a liberação para que todos subam e partam finalmente.

Win percebe que Love é que ficou responsável por fazer a chamada para confirmar a presença de todos. Ela começa a fazer a chamada e dá um sorrisinho ao falar o nome de Bright. Até ela não resiste àquele maldito. Win não entendia.

— O que ele está fazendo aqui? — Os amigos de Win se seguraram para não tirar uma foto de sua cara.

— Ele também é do clube, ou você esqueceu?

— Eu não esqueci, Tu, só que é estranho. Ele não parece ser do tipo que gosta de viagens em grupo, ou de pessoas, ou de tudo ao redor dele.

— Você sabe que acabou de se descrever né, Win? Ainda estou surpreso por você estar realmente aqui. — Win luta contra o impulso de responder ao amigo e perde a chance de falar também porque o nome dele e da tu são chamados.

— A droga dessa lista não está em ordem alfabética?

No fim só resta Win e Love, do lado de fora e ela finalmente chama seu nome, e ele entra no ônibus irritado. Pelo menos seus amigos tinham guardado um lugar para si, era o que ele acreditava. Mas quando procura por eles, ele vê que os assentos estão ocupados, menos um. 

— Desculpa, Win, eu e o Nani tentamos guardar um lugar para você, mas você entrou por último.

— Não tem problema, eu vou no meu carro. Ele está lá fora de qualquer jeito.

— Tem um lugar ali perto do Bright. Eu acho que ele não se importa se você se sentar do lado dele. — Win estava pronto para sair do ônibus, mas a Love tinha dito em alto e bom som. 

Forçando um sorriso para ela, Win se virou e se sentou no assento ao lado do outro, que estava de fone e olhando para a vista lá fora.

Ótimo, Win pensou. Bright está no seu próprio mundo então ele não teria que interagir nem nada. Começou a procurar na sua mochila seus fones de ouvido, mas não encontrou nada.

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