10- Nao Há Maneira Fácil de Dizer Adeus

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Harry sentou-se olhando para Dumbledore, congelado de descrença. Havia um zumbido estranho em seus ouvidos que parecia estar ficando cada vez mais alto. Ele balançou a cabeça e seus lábios formaram a palavra 'não', mas o som parecia morto em sua garganta. O silêncio estava se estendendo e ele sentiu o peso da sala pressionando-o.

"Sinto muito, Harry" disse Dumbledore, colocando uma mão gentil no braço de Harry.

Harry olhou para baixo e notou sem graça que seu braço estava tremendo sob o toque do diretor. Seus olhos envidraçados enquanto pensava na última vez que viu Lupin; passeando pela longa viagem de Hogwarts depois de uma visita de verão, jogando uma onda amigável sobre o ombro em Harry de pé nas portas da frente.

"Nunca mais o verei", Harry percebeu, o choque brutal da realidade começando a se instalar.

"Oh, Deus" Harry soluçou, fechando os olhos. Suas mãos começaram a tremer e ele se sentiu doente.

"Vai ficar tudo bem" Dumbledore disse gentilmente, tentando tranquilizar o garoto perturbado.

"Não!" Harry pulou da cadeira e começou a andar descontroladamente. "Ele não está morto...ele não está morto...ele não pode estar..."

Dumbledore sentiu seus olhos picando de lágrimas enquanto observava Harry balançar a cabeça em negação. "Harry-"

"Não!" Harry gritou, soluçou, enquanto se virava para enfrentar o diretor. "Você não entende. Ele é tudo o que me restava, ele era minha única fonte de força depois que Sirius morreu. Nós nos ajudamos a continuar. Não posso fazer isso sem ele! Não há ninguém para me ajudar a superar a morte de Remo porque todos eles já morreram, o último dos verdadeiros Marotos... Sirius, meu pai..."

Dumbledore ficou em alarme quando Harry se tornou cada vez mais histérico.

"Eu não tenho ninguém agora. Todos eles me deixaram, assim como todo mundo. Eu só quero um ano em que ninguém que eu amo morra, é pedir demais?"

Harry caiu de joelhos quando Dumbledore rapidamente se agachou ao seu lado.

"Harry, você vai superar isso. Você tem que ser forte. Eu sei que é injusto e parece que o mundo está contra você, mas você deve continuar. Harry, por favor, acalme-se", ele implorou.

Harry continuou a soluçar enquanto se enrolava no chão, ignorando as amáveis palavras do diretor.

Dumbledore foi até sua porta e a abriu, chamando ordens para quem estava do lado de fora.

Harry pressionou as unhas nas palmas das mãos novamente, mas não foi suficiente para substituir a dor que agarrava seu coração. Seus lamentos se tornaram mais altos à medida que a realização o oprimia; sabendo que ele não tinha mais a quem recorrer e que os únicos contatos que tinha com a vida de seus pais já se foram. Ele se sentiu mais sozinho do que jamais se sentiu em sua jovem vida.

Ele ficou pouco consciente de que Dumbledore estava conversando com alguém dentro da porta.

Ele não se importou. Ele só queria dormir e nunca acordar, então não teria mais que sentir. Ele queria estar com Remo, Sirius, Tiago e Lily. Eles simplesmente não podiam abandoná-lo. Seu corpo tremeu enquanto ele continuava a chorar desenfreadamente no chão.

Um forte par de braços de repente cercou seus ombros e o levantou, trazendo sua cabeça para descansar contra um peito quente e sólido. Ele manteve os olhos fechados e agarrado à pessoa desesperadamente, simplesmente precisando ser mantido em silêncio e compreensão. Enterrou o rosto no manto da pessoa e depois de algum tempo sentiu sua respiração diminuir, tornando-se menos errática, sentiu a última de suas lágrimas caindo em suas bochechas.

Walk Away | drarryWhere stories live. Discover now