7. The Weekend - Part. 2

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Continuamos a conversar, até terminarmos de comer e arrumarmos tudo, quando a noite caiu.

— Bem, é melhor eu ir, cara. — Kurt se levanta, pegando sua bolsa.

— Mas por que, mano? — Questiono, confuso.

— Já tá tarde, são oito horas. E depois fica tarde para eu ir.

O silêncio impregna o quarto por alguns segundos.

— Dorme aqui. — Falo baixo.

— Oi? 

— Por que você não dorme aqui em casa? Tenho um colchão sobrando para as visitas, você pode jogar no chão e dormir aqui. — Sugiro.

— Tá com medinho de ficar sozinho, Andy? — Mais um apelido. Mais um. 

— Idiota! Vai, fica! — Insisto. 

— Quer mesmo que eu fique? — O olhar de mal se transforma em um olhar marejado. 

— Claro, por que acha que eu estaria insistindo? — Digo, fazendo-o deixar a mochila em cima da mesa, e indo pegar o colchão atrás da porta, jogando no chão e arrumando. — Lençol e travesseiro tem ai na primeira porta, na prateleira de cima. 

Ele ajeita com um lençol, um travesseiro e uma coberta fina. Ele pega sua mochila, deixando do lado do colchão. A altura da cama não era muito maior, então eu estava bem perto dele. 

— Então... o que quer fazer? — Ele me pergunta, olhando para mim. — Já sei, me fala de você, Anderson. 

— E-eu? Bom... não tenho muito o que falar. Moro com minha mãe, Pam, e minha irmãzinha mais nova, Lillian, que fica mais na casa da amiga do que aqui. Meu pai deixou minha mãe logo quando eu tinha onze anos, quando ele descobriu que ela estava grávida da Lillian, mas eu gosto da minha vida assim. Minha mãe trabalha em uma empresa aqui de casa mesmo, então tá sempre por aqui. 

— Hum... e você gosta de que? Música, filme? Me fala mais. Já vi que você gosta de gibis de super-heróis e de músicas antigas, mas me fala mais, qual o seu hobby favorito? — Kurt me pergunta, se ajeitando no colchão.

— Eu gosto bastante de escrever, sabe? Geralmente em forma de poema, mas já escrevi umas músicas também, bem ruinzinhas. Sou mais dos textos. — Digo, soltando uma risada.

— Sério? Posso ver uma? 

— Nem por um cacete, você iria me zoar pro resto da vida. — Digo, cobrindo o rosto, fazendo Kurt rir. 

— Ah, para vai! 

— Mas e você, Hummel? Me fala de você, eu não sei nada. — Me ajeito na cama, invertendo de lado, deitando de cabeça para baixo. 

— Não tem muito o que saber. — Percebo a mudança em seu tom, para um tom frio, rude, como se quisesse evitar o assunto. 

— Pode falar, cara. 

— Não, real, não tem nada. — Ele insiste, mas eu sei que é mentira.

— Kurt, o que tá escondendo? 

— NADA, BLAINE, CARALHO! — Ele grita, irritado.

O silêncio se instala no quarto, trazendo um ar de constrangimento. 

— D-desculpa, cara. É que pra mim é difícil falar, me desculpa por gritar com você. 

Fico em silêncio, apenas aceno com a cabeça. O silêncio volta novamente, sendo quebrado por um suspiro de Kurt e uma tentativa falha de falar. 

— Ei... — Coloco a mão sobre a parte de baixo de sua perna, aonde consegui alcançar. — Tá tudo bem, não precisa falar, me desculpa por ter insistido, cara.

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⏰ Last updated: Apr 14, 2021 ⏰

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