3. The Almost Date - Part 1

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[Point of View Blaine]

O dia de sábado amanheceu nublado, ao contrário do dia anterior, que estava bastante calor. As árvores dançam com o vento, mexendo seus galhos e suas folhas. Os vidros dos carros estão embaçados por conta da neblina. 

Abro um pouco os meus olhos e pego meu celular para ver as horas. São sete e dez da manhã. Sento-me na cama, coloco meus óculos e vou para o banheiro fazer minha higiene matinal. Penteio meu cabelo e vou até o quarto da minha mãe. Ela está deitada na cama, vendo TV e mexendo no celular.

— Já acordada, dona? — Brinco, indo até ela e dando um beijo em sua testa.

— Sua irmã já levantou, tomou café e foi pra casa da Larissa porque os pais dela vão para uma chácara e ela quis levar sua irmã. — Minha mãe senta na cama, mudando de canal. 

— Hum, e o que a senhora Pam Anderson está fazendo ai, hein? — Digo, olhando para o celular dela.

— Eu tenho um encontro hoje, entrei nesses aplicativos de namoro. 

— Wow! — Fico surpreso. — E quem é o sujeito? Posso ver?

— É esse aqui, o nome dele é Carl. — Minha mãe me mostra o celular. Um rapaz bem cuidado, barba feita, usando camisa preta, um sorriso branco, cabelo liso com um topete. — Ele tem quase minha idade, uns dois anos mais velho. É divorciado e tem um filho quase da sua idade.

— Uau, ele é... ah, bonito, mas você é muita areia pra carrocinha dele. — Brinco. 

— Ah, Anderson, eu não ligo pra beleza, você sabe... eu converso com ele tem um mês, todo dia ele me manda uma mensagem de manhã, me manda baladas dos anos oitenta, me liga de noite pra dizer que gosta de mim, inclusive ele que me enviou aquele buquê que está na mesa da cozinha. Ele me faz me sentir bem, como há tempos não me sinto, a não ser com o seu pai. — Minha mãe solta um sorriso de canto, um sorriso bobo.

— Fico feliz, mãe... Bom, chama ele pra eu conhecer antes de vocês saírem, eu gostaria de conhecer ele, saber como ele é, se tem tudo o que você precisa. — Brinco, dando um beijo em minha mãe e levantando da cama. 

— Ele vem me buscar as cinco e meia, ele disse que vai me levar em um lugar especial, então não precisa se preocupar com a hora que eu volto. Vou deixar dinheiro, se quiser comprar pizza ou qualquer outra coisa. A Lillian volta amanhã de tarde, vou buscar ela na casa da Larissa. 

— Ok, agora deixa eu trocar de roupa pra ir correr. — Saio do quarto de minha mãe, voltando para o meu e me trocando, colocando uma roupa leve e meu tênis de corrida. Coloco um boné com a aba para trás, passo desodorante e desço as escadas. 

Na cozinha, pego uma garrafa de água e uma barrinha de cereal. Abro a embalagem e dou uma mordida, enquanto jogo a embalagem no lixo. Termino de mastigar em poucos minutos, dando um gole na água. Saio no jardim, me alongo rapidamente e saio na direção que saio sempre. Corro uns cinco quilômetros, até que volto para perto de casa, na pracinha, e me sento em um dos bancos. Tomo um gole de água e respiro, recuperando o ar.

— Acordado logo cedo, mauricinho? — Ouço a voz de longe.

— Blaine, não me chama assim não. — Digo para Kurt, que se senta ao meu lado, com seu cigarro entre os dedos. 

— Desde quando sai para correr? — Ele pergunta, tragando. 

— Fazem dois meses, eu não tenho tempo durante a semana, então aproveito o sábado. — Respondo, dando um gole na minha garrafa. 

— É pra ver se emagrece essa bunda gorda, né? — Kurt brinca, em um tom de sarcasmo.

Não sei o porquê, mas eu me tremo todo perto desse cara. Esse jeito badboy, esse estilo dele, o cheiro de perfume, o jeito que ele traga o cigarro, bizarro.

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