1. O Primeiro Dia

112 8 9
                                    

— Bom dia, Ohio. É quarta-feira, são sete horas da manhã, fazem vinte e um graus lá fora, o dia está aberto, com dois por centro de previsão de chuva. — A tv do quarto de Blaine ligou, despertando-o para mais um dia de aula.

O garoto sentou-se na cama, coçou os olhos e abriu a cortina, deixando a leve onda de luz adentrar seu quarto, causando irritação aos olhos esverdeados do menino. Ao levantar-se da cama, o garoto vai para o banheiro. Ele entra, fechando a porta e virando-se para o espelho. Blaine pega sua escova de dentes, ligando a torneira, ele molha e fecha rapidamente. Ele realiza a sua limpeza dental, e em poucos minutos, retorna para seu quarto. Blaine tira seu pijama, vestindo a sua calça do uniforme e os sapatos. Ele veste sua camisa social branca, fechando os botões, colocando por cima do blazer com o brasão de sua escola. O garoto retorna ao banheiro, para pentear seu cabelo. Após terminar, pega sua bolsa em seu quarto e desce as escadas, indo até a cozinha, encontrando sua mãe, Pam, e sua irmãzinha de seis anos, Lillian.

— Bom dia, mãe. — Ele beija a testa de sua mãe. 

— Bom dia, Anderson. Está bonito hoje. — A mãe do garoto responde, passando a mão em seu rosto.

— Você me diz isso todo dia. — Blaine revira os olhos e solta um sorriso. 

— Bom dia, Blaine. — A pequena garota sentada sobre a mesa chama o irmão, esticando os braços.

— Quer que eu te pegue no colo? Então, se prepara que o bicho vai te pegar! — Ele pega a garota em seus braços, brincando com ela. 

— Socorro, mamãe, o Blaine vai me levar. — A garota solta um sorriso aberto, com gargalhadas. 

— Filha, deixa o seu irmão ir, ele já está atrasado. — Pam esconde o sorriso por trás de uma bronca facial, olhando para o relógio. 

— Sete e quarenta? Caramba! — Ele deixa Lillian no chão. — Eu tô atrasado, preciso ir. 

— Bom dia, meu filho. — A mãe beija a testa do garoto.

— Tchau, mãe. Tchau, coisa linda. Me espera de tarde, se não o bicho papão te pega. — Blaine beija a cabeça de Lillian, fazendo leves cosquinhas. 

Pegando uma fruta sobre a mesa, Blaine atravessa a porta, indo até sua bicicleta, pedalando o mais rápido para sua escola. William McKinley High. A escola é perto de sua casa, então seria tranquilo chegar sem se atrasar, já que o primeiro sinal só toca as oito horas. 

Após alguns minutos de pedaladas, Anderson está na escola. Ele guarda sua bicicleta no bicicletário, acorrentando com uma correia e fechando. Ao se virar, esbarra com um garoto de cabelos castanhos, olhos verdes e jaqueta de couro preta, usando um piercing na orelha, sem o uniforme da escola. Blaine se desculpa rapidamente, pega sua bolsa e entra pelo portão principal. Pelo corredor, ele passa em frente a sala de Emma Pillsbury, a orientadora da escola. Ele para na porta, dando um "oizinho" com as mãos, com um sorriso. A mulher ruiva retribui, mandando um coração com as mãos para Blaine. 

O dia está perfeito, Blaine se sente contente, otimista. Olhando em seu relógio, ele vê que faltam poucos minutos para o sinal de entrada, decide ir para sua sala. Passando pela porta, encontra sua amiga sentada no canto, Allana, com seus fones de ouvido. Blaine se aproxima, puxando os fones, trazendo a atenção da garota para si. 

— Ei! Ah, é você, Blaine. — Allana se levanta, abraçando o amigo. 

Allana tem os cabelos castanhos channel, os olhos cor de mel, um tom de pele branco com bochechas rosadas naturalmente e lábios com tons de vermelho, talvez pelo brilho labial que a garota tenha passado. Allana está usando o uniforme da escola, com uma saia preta jeans, uma calça branca e um bota preta. 

— Tudo bem, Lana? O que está ouvindo? — Blaine pergunta, olhando para o celular da amiga. 

— Lady Gaga com a Ariana Grande, essa música tem quase um ano e eu não enjoo nunca dela. — A amiga diz, empolgada.

Os alunos começaram a chegar e sentar em seus lugares.

— Eu adoro essa música e esse clipe, posso assistir com você? — Os olhos do garoto brilharam, como o reflexo do sol em um lago. 

— Claro, senta aqui do meu lado e coloca o fone. 

Blaine sentou-se e assistiu o clipe junto com a amiga, até o sinal tocar e ele voltar para a sua carteira. O professor de história entra, com uma camisa azul listrado com branco, uma calça cáqui e seus sapatos sociais, com um casaco amarrado em seu pescoço. Seus olhos azuis são mortais, juntamente com o par de óculos que o protegia. 

— Bom dia, segundo ano. Eu estou muito triste, mas creio que não queiram saber, então vamos para a aula de hoje. Bem, em que tema paramos anteriormente? — O professor desanimado pergunta aos alunos. 

— Senhor Ryerson, o senhor par... — Blaine é interrompido, quando um garoto entra na sala. 

— Ai ô, "fessor". — O seu tom de voz rude demonstra sua vontade de estar ali. — Aqui é a sala do terceiro ano? 

— Não, é ao fim do corredor. Eh, Blaine, poderia levar esse jovem para a sala desejada? — O professor sugere a Blaine, que prontamente se levanta e vai até o garoto. 

"Merda, é o garoto que eu esbarrei na entrada da escola. Pronto, ele vai me bater." Pensa Blaine, enquanto caminha até o jovem na porta.

— B-bom, é por ali. — Os dois saem andando. 

— Bem, quanto a vocês, façam o que quiserem, que continuarei lendo este livro triste para afogar minhas mágoas de minha vidinha medíocre. — Ryerson diz, pegando o livro A Garota Que Bebeu a Lua. A sala se vira no avesso, enquanto o professor se debruça sobre a mesa.

Blaine, ao lado do garoto, sai andando.

— Aí, f-foi mal esbarrar em você hoje mais cedo no bicicletário. — Blaine puxa assunto. 

— Ah, era você? Relaxa cara, tô tranquilo, mas que não se repita. — O olhar malvado do mais velho assusta Blaine. — Quantos anos você tem? 

— Tenho dezesseis, e você? 

— Tsc, dezoito. Estou no último ano. — O badboy responde, tirando um pacote de cigarros do bolso, acendendo com seu isqueiro de bolso. 

— É, acho que não pode fumar... — O garoto acende o cigarro, colocando-o na boca, deixando a fumaça escapar. — Acho que pode sim, são só regras bobas. 

— Quer um trago? — Oferece-a Blaine, que se treme de medo. 

— N-não, obrigado. Bem, chegamos, é aqui a sua sala, parece que sua sala está tendo aula com a professora... — Blaine olha pelo vitral. — Dolores. 

— Tanto faz. — O garoto apaga o cigarro, jogando no chão. — Valeu por me trazer aqui...? 

— B-blaine, Blaine Anderson. 

— Sou o Kurt, Kurt Hummel. Então a gente se vê por ai, seu mauricinho. — Kurt dá um tapinha nas costas de Blaine e entra na sala.

— T-tchau. — Kurt entra, fechando a porta e Blaine se vira para ir embora. — Mauricinho. 

On My WayWhere stories live. Discover now