-Não,vou pra casa descansar- disse ele colocando a bolsa no ombro.

Ele passou por mim e meu peito apertou,estava com saudades dos carinhos dele,do cheiro dele.

-Espera.- eu disse e ele parou ainda de costas pra mim.

-Me desculpa tá legal,eu sei que eu errei,me desculpa por ter gritado com você,me desculpa por ter esquecido nosso aniversário de namoro me desculpa por ser assim,mas mano,tenta entender o meu lado.-

-Eu fiz três partos naquele dia,eu estava exausto Simon,não era a minha intenção esquecer mas aconteceu.-

Eu disse tudo isso enquanto ele escutava de costas pra mim,e quando terminei de falar ele apenas acenou com a cabeça e já ia saindo da sala mas eu o segurei,estava com raiva já,custava o que ele entender meu lado?eu sempre me colocava no lugar dele,por que ele não poderia fazer isso por mim?

No impulso da raiva eu o peguei pelos braços e o segurei de frente pra mim o chacoalhando e disse um pouco alto;

-Você não pode se colocar por um minuto no meu lugar?eu faço de tudo por você,eu te amo mais do que a mim mesmo,eu esqueci?esqueci mas isso não é motivo pra você me tratar com a maior indiferença,toda vez é isso,todo mundo erra Simon-

-Eu tô cansado disso- digo soltando os braços dele e me virando de costas passando a mão nos cabelos.

Fiquei esperando ele dizer alguma coisa mas nada veio,eu estava com raiva,com muita raiva,e ele estava chorando silenciosamente,para não fazer nenhuma besteira eu passei por ele indo para a porta e quando coloquei a mão na maçaneta ele disse:

-Eu estou esperando um filho seu-

Aquilo foi um tapa na minha cara,eu iria ser pai e meu cérebro não tinha compreendido isso ainda.

-Como é?- perguntei me virando para ele.

-Eu tô grávido- disse ele enxugando as lágrimas que estavam escorrendo pelo seu rosto.

Me aproximei dele e tirei os seus óculos,olhei no fundo dos olhos dele e perguntei;

-Eu vou ser pai?- e ele afirmou com a cabeça.

Ficamos nos olhando por um tempo sem dizer nada e eu então o abracei colocando a cabeça dele na curva do meu pescoço e pensei *Eu vou ter um filho cara*,nos separamos daquele longo abraço e eu o beijei,foi um beijo apaixonante e com saudades.

-Desculpa- digo baixinho encostando minha testa na dele.

-Desculpa também- diz ele.

-Vamos pra casa- digo pegando na mão dele.

Pov Simon

A 4 semanas atrás eu tinha descoberto minha gravidez e fiquei desesperado pois eu não planejava um filho tão cedo,eu não me sentia nenhum um pouco preparado para cuidar de uma criança e nem para deixar meu emprego dos sonhos.

Ao invés de me sentir feliz,o sentimento que me invadiu foi a raiva,fiquei com raiva de mim,com raiva de Giuseppé e com raiva do bebê que eu estava carregando. Eu sabia que a criança que estava esperando não tinha culpa de nada mas o sentimento era inevitável.

Depois de alguns dias o sentimento de raiva passou e o que tomou seu lugar foi o medo.

O medo de não ser um bom pai tomou conta de mim e eu não sabia o que fazer,pensei em abortar e não contar nada a Giuseppé mas depois repensei e vi que isso não era nem um pouco justo afinal eu não tinha feito a criança sozinho e também não teria coragem de tirar de mim um serzinho que eu já tinha aprendido a amar nesses poucos dias.

Decisões - Angel • IV Years Onde histórias criam vida. Descubra agora