Capítulo 12 - A volta

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Saí do shopping com um sorriso que não cabia no rosto. Como não tive essa ideia antes? Em vez de sair do meu antigo apartamento, deveria ter alugado o quarto de Emily e a feito dormir comigo, pois assim nunca teríamos nos mudado. Nunca teríamos conhecido João... E muito provavelmente não estaria tão vulnerável com relação a meu chefe e meu trabalho.

André parou o carro preto enorme perto da saída do local e eu corri para lá, entrando rapidamente no veículo. Encontrei um feliz Pietro e o abracei. Estava no banco detrás para ficar ao seu lado.

—E aí, deu tudo certo? —André quis saber.

—Sim! Deu sim. Ela parece legal. A gente vai dar uma olhada no seu prédio, tá parecendo a melhor opção. Você pode marcar com o dono do apê pra mim?

—Claro que sim. Faço isso ainda hoje quando chegar. 

—Você vai sair de casa? —Perguntou Pietro.

—Sim, amor. Eu tenho que me mudar.

—Por quê?

Enquanto íamos de volta para o trabalho, tentei explicar para o menino porque tinha que ter minha própria casa e não podia morar com eles. Ele acabou entendendo.

Pietro, Emily e eu estávamos no meu quarto. A gente brincava com o menino depois do jantar. Assim como pela manhã, não havia conversado com Henry, que não conseguia uma oportunidade de falar comigo, já que eu sempre estava com outras pessoas.

Só que, mais tarde, quando todos haviam se retirado para dormir, não esperava que ele fosse bater em minha porta. Estava daquele jeito informal, que parecia deixá-lo ainda mais bonito, mas tentei não focar em nada disso.

—Oi. —Disse ele, as mãos no bolso da calça. —Posso falar com você?

Hesitei por um segundo, mas assenti. Saí do quarto e fechei a porta. Era mais seguro conversarmos do lado de fora.

—Então... Eu queria pedir desculpa por ontem. Devíamos ter conversado como foi combinado. Mas eu realmente não pensei que poderia ficar ofendida com isso. Não foi minha intenção. —Foi dizendo, parecendo um pouco nervoso.

—Tudo bem. Eu sei.

Não havia ficado com raiva dele, só não gostei de como me senti. Mas ainda assim, com relação a ele, eu não sabia mais o que fazer.

—Quando eu percebi... Quando vi que ficou magoada, eu... —Ele hesitou.

Tocou meu cotovelo, e, vendo que não me afastei, levou sua mão até meu rosto.

—Quase não dormi quando vi que a fiz se afastar de novo.

Eu encarei sua camisa, pensando no que dizer. Não podia negar que fiquei mexida ao ouvi-lo dizer o que disse.

Sem conseguir falar nada, apenas vi quando ele se aproximou para me abraçar. Apoiei o rosto em seu peito, inspirando seu perfume, e isso me trouxe conforto imediato. Depois de um tempo, ele passou os braços ao redor de minhas costas e tirou meus pés do chão, me deixando pendurada em seu corpo.

Ele saiu andando calmamente pelo corredor, na direção de seu quarto.

—Onde está me levando?—Inclinei a cabeça para encará-lo.

—Só queria ficar um pouco com você.

—E então simplesmente me leva aonde quer? —Perguntei, achando graça.

—Sim. —Mas parou no caminho. —Pode fugir, se quiser.

Olhei em seus olhos um instante. Estava tão lindo, preocupado se eu iria embora. Definitivamente não queria.

A Governanta (Concluído)Where stories live. Discover now