Capítulo 9- Tempestade

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À medida que os dias iam passando, meu pé ficava melhor

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À medida que os dias iam passando, meu pé ficava melhor. No meio da semana, já conseguia andar sem as muletas e isso foi muito útil, pois eu podia ir para qualquer lugar, subindo e descendo escada sem a ajuda de ninguém. Emily sempre que tinha tempo, ficava com Pietro. Eles se davam muito bem e eu estava quase com ciúmes dos dois.

Com relação a nossa moradia ali, não foi tão simples explicar para Betty a situação, mas ela engoliu nossa historia de que seria mais fácil, naquelas circunstâncias, ficarmos na casa por alguns dias. O mais chato nisso era, a essa altura, eu ter que me explicar para algumas pessoas coisas da minha vida. Se a mulher por acaso achasse que teria algo errado, passaria rapidamente para minha mãe e a situação seria desagradável. Por mais que soubesse que queriam meu bem, costumavam exagerar demais em tudo e viraria uma dor de cabeça a mais.

Evitei meu chefe a todo custo desde domingo, fazendo de tudo para não ficar a sós com ele. Eu sabia e sentia que ele queria falar comigo, mas não sabia como agir depois do que aconteceu. Só que era óbvio que isso não funcionaria por muito tempo.

Era tarde da noite. Estava na cozinha e conseguia ouvir o barulho da chuva forte lá fora. Tomei um pouco de água. Todos aqueles trovões me deixavam nervosa, e não conseguia dormir. Sempre que fechava os olhos e até estava quase adormecendo, um estrondo me fazia arregalar os olhos na escuridão do quarto. Passei alguns minutos ali, pensando que era ridículo eu, com essa idade, ter medo de tempestade. Pietro tinha o sono pesado e deveria estar dormindo tranquilamente e eu, pateticamente com medo.

Bastou um olhar ao redor, a casa menos iluminada aquele horário, para perceber que preferia não ficar ali sozinha por muito tempo. Saí da cadeira e voltei apressada. Subi as escadas, apavorada, vendo os clarões das janelas que tinham por perto.

Cheguei à sala, mais um estrondo me assustando. Parei quando ia à direção do meu quarto, pensando se não seria melhor ir até o quarto de minha irmã, já que não queria ficar sozinha. Outro trovão, mas desta vez, as luzes acesas se foram com ele, me deixando num breu apavorante. Arregalei os olhos, o quarto de minha irmã estava mais longe, então decidi ir até o meu. Mal cheguei ao corredor escuro quando mais um clarão no fim do corredor revelou uma silhueta. Gritei de susto.

—Ellen! —Ouvi a voz de Henry. Então percebi que era ele, e a luz atrás de si vinha da janela de seu quarto.

Praticamente corri, desajeitada, em sua direção. Ele me encontrou no caminho, sua porta escancarada. O agarrei assustada.

—Calma, ta tudo bem. —Disse, passando o braço por cima de meus ombros, protetoramente.

—Você me deu um susto! —Eu disse, olhando ao redor. Mal dava para ver nada, exceto quando outro clarão alcançava as extremidades do corredor.

—Saí quando percebi a queda de energia. Tenho que tentar falar com o porteiro. O portão já deu problemas outras vezes. Estava ligando para ele, mas nem chama. —Ele se afastou, tocando meu ombro. —Volte para o quarto, eu vou lá fora falar com ele e ver se está tudo bem.

A Governanta (Concluído)Where stories live. Discover now