A Bastarda (Livro 1 da Série Os Campbell)

Capítulo 11 - Parte 1

Aleistar levantou-se antes do nascer do sol, Jade ainda dormia enrolada em si própria na beira da cama, tinha tentando a abraçar a noite toda mas ela não o deixava mexia se toda que por fim com medo de cair ele próprio da cama largou-a.

O rei chegava hoje e Aleistar tinha que garantir que tudo corria tão harmoniosamente quanto possível. Devagar levantou-se da cama, cobriu sua amada e vestiu-se rapidamente para começar um dos dias mais stressantes da sua vida. Ele odiava visitas de superiores, especialmente do rei, parecia que havia sempre algum problema, defeito para ser criticado.

Ao andar no castelo já via as empregadas a limparem tudo, os homens em suas posições típicas mas com uma postura ainda mais ereta, lá fora as crianças brincavam, e homens andavam de um lado para o outro com cavalos, baldes, tudo tinha que estar mais que pronto para a chegada do soberano. Aleistar não estava preocupado com o interior das muralhas mas sim o exterior por isso reuniu-se com Enzo, Gideon e mais alguns homens para patrulharem a aldeia e garantirem a paz. As crianças brincavam pela aldeia, mulheres lavavam roupa na fonte e os homens traziam madeira e carne para venderem e levarem para as suas casas, graças a Deus estava tudo calma. Já a muito tempo que não haviam rebeliões mas a chegada do rei poderia desencadear alguma e Aleistar queria evitar isso. Em bom som Enzo proclamou para todos ouvirem o seu pedido.

-Juntem se todos ao pe da fonte e chamem os seus amigos, o Lorde tem algo a declarar.

Em coisa de minutos todos estavam a frente de Aleistar e a espera de ouvir o que ele tinha a dizer.

- Bom dia. Primeiro quero vos dizer que meu casamento foi efetuado e não poderia estar mais feliz com minha esposa e em segundo lugar, e de certo que já ouviram rumores, hoje o rei da Inglaterra irá nos visitar para averiguar a situação e a lealdade do clã e dos seus lideres, espero que mais uma vez me provem o quão respeitosos e leais são, e peço em meu nome e de Lady Jade essas coisas. Obrigada pela atenção e o excelente trabalho que têm feito, parece-me que será um inverno muito bom este ano e que se continuarem com este trabalho a muralha a volta da aldeia estará pronta em menos tempo do que anticipamos.

Raro era o clã que tinha uma muralha a volta da aldeia, geralmente só havia a volta do castelo, mas em época de guerra, Aleistar queria todos protegidos. As terras do clã campbell também ficavam ao pe de uma pedreira gigante, pelo que a construção da muralha não ficava assim tao cara e renderia mais a longo prazo.

Dito isso a multidão dispersou-se, alguns tinham gostado mais da noticia que outros, mas Aleistar não esperava uma aceitação inquestionável e total, desde que os infelizes não causassem problemas ele ficava feliz.

Chegado ao castelo já era hora de almoço, Jade comia ao lado de sua prima, decidiu juntar-se a elas mais Enzo e Gideon. Sentiu o desconforto de Jade quando ele aproximou-se e beijou-la a frente de todos, a mesa ficou em silencio apos a demonstração de carinho, ainda era esquisito pensar que eram casados.

-Então como correu na aldeia? – interrompeu Annabelle o silencio desconfortável.

- Tudo bem, ouve algumas pessoas que reclamaram mas os soldados irão as manter sob controle. – respondeu Enzo, sorrindo para Annabelle que limitou-se a baixar a cabeça.

O silencio retomou e mantendo-se enquanto continuavam a almoçar até serem interrompidos pelo demónio em pessoa.

-Boa tarde Lorde Campbell gostaria de falar consigo se não fosse incomodo.

- Claro senhora Mortia que deseja? – respondeu Aleistar

Jade bufou tão alto que todos na mesa ouviram, Aleistar quase riu com o gesto mas devidiu manter sua feição neutra.

- Em privado por favor.

- Meu marido está ocupado, qualquer assunto que diga respeito a mulheres será tratado comigo, percebido senhora Mortia? – Jade respondeu por Aleistar.

- Claro Milady, creio não ser nada de grande importância para a incomodar.

Mortia tal como tinha chegado partiu e Enzo começou a rir-se alto e descontroladamente sendo a seguir acompanhado por Gideon, contudo Jade manteve-se em silêncio, a situação tinha sido estranha, e Aleistar sabia que Jade tinha conhecimento da sua ex relação com Mortia queria lhe dizer algo mas aquele não era nem o lugar nem o momento.

- Enzo, Gideon, calem-se! – Disse secamente Aleistar – Jade ..

- Milorde. – interrompeu outra pessoa Aleistar outra vez.

- Diga!!! - Aleistar já estava irritado pelas interferências constantes.

- O rei chegou, senhor. – Disse o jovem mensageiro atrapalhado.

Todos levantaram-se tomando os seus lugares, Jade posicionou-se ao lado de Aleistar e juntos foram esperar o rei na entrada.

- Falaremos do que se passou mais tarde. – sussurrou Aleistar à amada.

- Nada a falar.

Mais nenhuma palavra foi proferida por nenhum dos dois enquanto esperava a chegada do rei, que não demorou muito tempo para felicidade dos dois.

- Meu rei. – Disse Aleistar curvando-se

- Meu rei. – disse Jade curvando-se levemente e graciosamente.

Os olhos do Rei Robert brilharam perante a visão de Jade, ciúme rosnou no interior de Aleistar, sempre soube das atitudes desbravadas do irmão de Enzo mas esperava que ele se controla-se pois Jade era sua esposa e ninguém iria por a mão nela.

- Maravilhosa terra que arranjou para si Aleistar. – disse o Rei com um sorrido rasgado na cara enquanto olhava vidrado para Jade. – E maravilhosa esposa pelo que vejo.

Jade estava vermelha, ela também se apercebia dos olhares do Rei mas ao menos controlava-se melhor que Aleistar que estava quase a pular no pescoço do mesmo.

- Agradecemos os elogios senhor – respondeu Aleistar o mais educadamente possível. – A viagem foi longa deseja algo para comer ou beber, talvez ir para seus aposentos descansar?

- Tal não será necessário. Estou desejoso de experimentar tudo o que este clã tem para oferecer. – Ao dizer isso o rei focou seu olhar em Jade.

Aleistar imediatamente meteu-se a frente da esposa, tapando a imagem dela e disse ao rei:

- Vamos ver o clã, afinal foi para isso que veio! – o ciúme na sua voz era audível tal como visível na sua cara. 

Era muito mau ir contra o rei, afinal ele era um simples guerreiro e oque tinha conquistado tinha sido graças ao soberano, mas era seu agora e elenão ia perder nem Jade nem sua terra para ninguém.