500 (segundos) sem você [hyunsung]

Capítulo Único

1- 60 SEGUNDOS

"But that was love and it's an ache I still remember"

(Mas era amor e essa é uma dor que eu ainda me lembro)

.

"Se você tivesse um superpoder, qual ele seria?"

"Ser invisível. Aí você não me encontraria e me acordaria seis da manhã pra perguntar isso."

"Para de ser cuzão, Jisung. Eu só quero saber!!"

"Você pergunta isso todo dia, cara."

"Bem, deve ser porque eu me importo com as suas respostas. Qual seria o seu superpoder?"

"Ser invisível."

"Você diz isso todo dia, Sungie. Acho que na verdade o seu superpoder é ser previsível."

"Diz o cara que sempre pergunta isso todo os dias."

"Você gosta porque no fim eu te dou mil beijos pra você me perdoar."

".... Certo."

"Hehe"

"Ah, não..."

"Entãooooo....?"

"... Qual seu o seu superpoder Hyunjin?"

"A minha saliva ia ser o segredo de todos problemas do universo."

.

Não era como se a vida sem ele fosse difícil.

A bem da verdade, se Jisung fosse realmente sincero consigo mesmo, perceberia que era até mais fácil. Ele nunca se atrasava para seus compromissos porque Hyunjin não estava mais ali demorando horas para se arrumar, não precisava mais arrumar a casa 5 vezes por dia porque o Hwang não estava ali deixando um rastro de bagunça por onde passava, também estava economizando bastante com comida, considerando que nem Hyunjin ou Kkami estavam por ali.

Ele nunca mais perdia a hora, porque Hyunjin não estava mais ali para desligar o despertador por conta própria e acordá-lo ele mesmo (ainda que isso significasse os dois se atrasando porque o Hwang sempre voltava a dormir e Jisung nunca ouvia a merda do despertador pra começar). Não tinha mais todo aquele drama ridículo todas as manhãs sobre qual roupa vestir e quem tinha acabado com a pasta de dente.

As manhãs agora era mais tranquilas, sem cantorias ou latidos ou cheiro de ovo queimado e farinha pelo chão de toda cozinha.

A vida sem ele não era difícil.

Era só dolorida.

Porque mesmo que agora ele vivesse em uma calmaria, a casa inteira lembrava à Hwang Hyunjin (até no cheiro, porque duas semanas antes do ocorrido o Hwang tinha tropeçado e derrubado todo o frasco de perfume no carpete – e aquela merda não saía nem com reza braba). Um lembrete silencioso e dolorido que ele já esteve ali. Com toda a bagunça que Jisung não tinha arrumado ou roupas que ele não sabia onde enfiar.

Era quase como se um dia ele fosse abrir a porta do apartamento minúsculo de supetão e xingasse Jisung por não estar lavando a louça. Porque ele não perdia a hora só porque não conseguia dormir mesmo, encarando um teto com estrelas coladas e com medo de encarar o outro lado da cama, sabendo que estaria vazio e parecia pecado "roubar" o espaço que Hyunjin sempre batalhava para ter durante o sono.

Claro que ele economizaria com comida, já tinha um tempo desde que tinha comido algo realmente decente.

As manhãs tranquilas eram só mais um sinal de como a vida dele sempre tinha sido melhor com aquele furacão de cabelos negros, que não sabia fritar ovos ou regular a quantidade de ração certa para o próprio cachorro, que sempre segurava a caneca de café do lado errado e começava o dia com um palavrão alto por queimar a mão. A tempestade que sempre falava alto demais, era agitado demais e o encarava com um olhar intenso demais.