Capítulo doze

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— Desculpa a demora, como está o Connor?

— O procedimento já começou, se tudo der certo ele vai ouvir pela primeira vez.

— Nossa, isso tudo é tão novo para mim. Eu nem sequer acompanhei todo o processo até aqui.

— O Connor ainda é um bebê, você ainda tem muito para acompanhar da vida do seu filho.

— Você tem razão, ao menos ainda posso o acompanhar nesse momento, ele vai ouvir minha voz pela primeira vez.

— Sim, e mesmo que nunca escute a mãe falar, ele vai sobre ela através de mim.

— Responsáveis por Connor Bekker?

— Somos nós — Connor acena para a enfermeira.

— A cirurgia foi um sucesso, o aparelho já foi colocado internamente e o externo será colocado com a presença dos dois.

— Vamos? — ela diz animada.

— O pequeno Connor se comportou muito bem, só precisamos esperar mais um pouco e logo o traremos para está sala.

— Vamos esperar — Eve se senta.

— Eve, eu gostaria de cuidar do Connor durante a recuperação.

— Mas a recuperação vai ser rápida, por que isso agora?

— Eu já perdi muito tempo longe do meu filho.

— E você acha que está sendo fácil para mim? Eu sou a mãe dele, fui mais mãe que a própria Ava.

— Eu não quero te separar do meu filho, mas também não quero perder mais tempo longe dele. Acha que está sendo fácil para mim também? Eu olho para você e vejo a Ava, até a voz é a mesma.

— E o que quer que eu faça? Mude de aparência? Eu sou irmã gêmea dela, somos idênticas, isso nunca vai mudar.

— Você tem razão, me desculpa — ele respira fundo — É que isso tudo está me deixando confuso.

— Eu não entendo o motivo disso tudo, eu não tenho culpa de nada.

— O problema é que apesar da sua aparência ser a da Ava, eu sei que não é ela, mas a sua personalidade é totalmente diferente. Só que algo em mim fica em alerta, eu não consigo explicar.

— Eu não estou entendendo, estamos convivendo por conta do Connor, eu percebi que você sempre me trata de uma forma estranha.

— Nem eu me entendo, acho que está tudo confuso aqui.

— Quer um atendimento psiquiátrico?

— Não — ele ri — Não cheguei nesse extremo.

— O que você tem então?

— Você vai querer me internar se eu falar.

— Acho que não vou conseguir conviver com você desse jeito, sabe nem o que sente.

— Desculpa por isso — ela abre os lábios levemente na tentativa de dizer algo.
Mas os lábios do moreno indo de encontro aos dela, a faz paralisar.

— Connor — ela se afasta — Isso é doentio, e eu já estou saindo com o Will.

— Eu...me desculpa, mas nem eu sei explicar.

— Com licença, trouxemos o Connor — a enfermeira entra com o bebê nos braços.

— É melhor focarmos no meu filho — ela da ênfase no "meu".

— Vamos colocar o aparelho, esse modelo é mais avançado e o procedimento bem mais simples e com uma recuperação, melhor que antes.

— Não vejo a hora do meu filho escutar a minha voz.

— Eu vou ligar os dois aparelhos, aí vocês podem falar calmamente para não assustar o bebê.

— Então o bebê mais lindo desse mundo pode me ouvir? — Connor a olha por alguns segundos e logo depois sorri, ele estava escutando pela primeira vez.

— Oi garotão, aqui é o papai — o pequeno estava achando tudo muito interessante, era um mundo novo, agora com sons. 

Phantom ( Med & PD ) Where stories live. Discover now