Phantom ( Med & PD )

Capítulo quinze

— Doutora Bekker — diz April — Desculpa, se preferir te chamo de Eve.

— Não precisa, agora que voltei a atuar como médica devo me acostumar.

— Como está o pequeno Connor?

— Ele agora vive com o pai, mas sempre tenho notícias dele. O meu bebê está ótimo e não tivemos problema com os aparelhos auditivos.

— Nossa, parece que se passou tanto tempo.

— Nem tanto, desde o aniversário do Connor só se passaram dois meses.

— Mas aconteceram bastante coisas.

— Acho que é porque já estava tudo caminhando, e acabou acontecendo numa tacada só.

— Eve — Will se aproxima — Não me contou que hoje seria o seu primeiro dia.

— Quis fazer surpresa — ela sorri.

— Tenho que ir — a negra se afasta.

— Está tudo bem? Me disse ontem a noite que estava indisposta.

— Acho que comi algo que não caiu bem. Hoje de manhã acordei bem melhor e sem enjôos.

— Não acha melhor eu te examinar?

— Não, eu estou ótima. Eu comi um sanduíche num lugar diferente, deveria está passado.

— Você precisa se cuidar e evitar comer qualquer porcaria.

— Tem razão — ela sorri — Amo quando se preocupa comigo.

— Agora eu preciso trabalhar — ele se despede.

— Doutora Bekker.

— Doutor Charles — ela sorri.

— Fico feliz em ter mais uma psiquiatra por aqui.

— Espero fazer um bom trabalho.

— Sei que fará.

...

— Doutora Bekker — Marcel a chama.

— O que está acontecendo, doutor Marcel?

— Esse rapaz precisa de cirurgia urgente, mas a namorada parece não querer que ele aceite.

— Entendi — eles se aproximam do paciente — Sou a doutora Bekker.

— Não podem operar ele — diz a mulher desesperada.

— Qual o seu nome? — indaga tentando passar calma em seu tom de voz.

— Piper — ela para de chorar — Eu e Gabe namoramos já fazem dois anos.

— E por qual motivo não quer que ele opere? Se  tiver algo de errado, só posso te ajudar se me contar.

— Promete que não vai rir ou debochar?

— É claro, jamais faria isso com você.

— Gabe e eu...bom, gostamos de experiências diferentes — Marcel faz uma expressão um tanto engraçada, mas Eve permanece séria.

— Continua — ela a incentiva.

— Eu estou com tanta vergonha — ela segura a mão do namorado.

— Eu não queria que a Piper ficasse exposta, mas ela também não quer que eu tenha alguma complicação.

— Sim, eu jamais me perdoaria se algo acontecesse  com ele.

— E qual o motivo de tanto medo? Pode falar, não vamos te julgar.

— Pode falar, eu não vou me incomodar — ele tenta transmitir confiança para a namorada.

— Fomos até um ferro velho... Gostamos de apimentar a relação em lugares diferentes...

— Perai... Vocês foram transar num ferro velho? — indaga Marcel.

— Por favor — Eve o fuzila com o olhar.

— Sim — a garota fica corada — Só que estava tudo tão intenso que não vimos a viga.

— Eu acabei me desequilibrando e a viga performou minha barriga — ele diz com certa dificuldade, os bipis das maquinas indicavam que tinha algo de errado com ele.

— Você precisa ser operado agora, se não pode acabar tendo uma hemorragia grave.

— Não vamos expor vocês, não se preocupem — Eve sorri.

— Então o opere, eu quero que Gabe fique bem.

— Vamos levar ele para o centro cirúrgico — diz Marcel e Eve sai dali, estava satisfeita em ter ajudado, mesmo que lhe parecesse algo simples de se resolver.