Quantas são as chances que podem ser desperdiçadas durante a vida? Se duas pessoas que foram feitas uma para a outra, por que não conseguem ficar juntas? Encontros e desencontros serão suficientes para que percebam, finalmente, a verdade? E se não h...
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— 2007, julho. 13 ANOS ATRÁS.
— Ah, Sky, qual é? Vamos lá, essa é a minha favorita! — Kate puxava meu braço com força, tentando desesperadamente me levar para o meio da pista de dança, mesmo sabendo que eu não era daquelas pessoas que amavam dançar, principalmente pela minha incrível falta de talento pra isso. Muitos diziam, com certeza, que eu tinha dois pés esquerdos.
Eu fiz uma careta ao ouvir pela milésima vez "Gimme More" da Britney Spears. Tudo bem que ela tinha voltado ao topo depois daquele surto memorável, mas pelo amor de Deus, ouvir aquilo a cada meia hora já era demais. Kate não ligava, era fã de carteirinha. Não convencida, sequer me movi do banco em que estava sentada no balcão do bar. Minha melhor amiga, contudo, não estava para brincadeiras.
— É o seu aniversário de 18 anos, Skylar Williams! E em poucos dias vamos ser separadas por esse mundo cruel. Tem certeza que não quer aproveitar os últimos momentos com a sua melhor amiga, antes da faculdade? — Era a vez dela de fazer biquinho e ganhar o Oscar pelo melhor drama de 2007. Sorri envergonhada, ela tinha razão, iríamos para faculdades diferentes em cidades diferentes, provavelmente só nos veríamos, novamente, no Natal.
— Ok, Katherine Lewis! Tudo bem, nossa! Quanto drama. Não é a toa que você está indo fazer artes cênicas — peguei o drink que tinha pedido ao garçom pouco antes e deixei que Kate me levasse até o meio das luzes, bem próxima ao DJ que tocava naquela noite.
Não posso negar que me diverti muito, Miami era uma cidade com várias opções de diversão noturna, mas aquela boate era, definitivamente, a melhor, mesmo sendo difícil de conseguir entradas. Kate tinha os contatos certos e era realmente admirável o esforço que ela estava fazendo para meu aniversário ser o melhor possível. Então decidi retribuir todo aquele esforço, ignorei um pouco a vergonha que sentia de dançar e me deixei levar pelo som, pelas luzes, pela companhia de minha melhor amiga e pelo belo efeito que o álcool começava a causar no meu corpo.
E depois de muitas risadas e coreografias mal feitas, pude perceber a aproximação de um garoto ao lado de Kate. Era notável o efeito que ela tinha nos homens, sempre chamava a atenção e, raramente, ficava sozinha. E aqueles que chegavam nela nunca era feios, e absolutamente todos costumavam ser muito legais. Ao contrário de mim, que sempre atraí otários. Digamos que, no quesito “homens”, eu tinha um certo azar. Me senti salva de continuar dançando desajeitadamente, quando o garoto começou a bater um papo animado com Kate, então aproveitei o momento e lhe dei um sinal de que ia voltar ao bar a fim de descansar um pouco e pedir outro drink.
— Um Sex On The Beach, por favor — solicitei ao mesmo garçom que tinha me atendido anteriormente. Ele assentiu, começando aqueles malabares impressionantes que costumavam fazer a cada drink que preparavam.
— Uau, é um drink bem radical pra quem acaba de fugir da pista de dança — mesmo com o som alto retumbando em meus ouvidos, pude ouvir uma voz grossa, vindo do meu lado. — Mas suponho que whisky duplo com gelo seria bem mais selvagem para uma garota de 21 anos.
