cap 4 - mármore roubado

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Aquela noite foi estranha, nunca tinha sentido nada como aquilo antes, não digo a ninguém mas nunca namorei antes, essa "área" não é para mim, mas com John é diferente, parece q ao passar dos anos nós fomos nos adaptando um ao outro, John tem um pouco de mim nele assim como tenho muito de John dentro de mim, nunca havia pensando nele daquela maneira, quero dizer... Sim, já senti algumas coisas antes mas nada que eu não pudesse armazenar no fundo no meu palácio mental para esquecer para sempre, mas dessa vez foi diferente, eu não conseguia guardar isso, bom, nem queria.

Acordei quinta-feira e já estava bem melhor, Molly disse que os efeitos poderiam durar até sábado, mas acho que o choque da realidade que tive ontem a noite fez meu corpo eliminar o resto das substâncias de mim. Não costumo dormir muito, uso meu tempo de sono para revisar as coisas importantes no meu palácio mental, mas ontem não consegui pensar em Moriarty, casos não resolvidos ou como desarmar uma bomba, parecia que finalmente minha cabeça iria enlouquecer.

Me arrumei, passei um perfume de uma marca chamada Versace que Mycroft havia me dado como piada no meu aniversário, passei um perfume para cabelos que usava apenas em ocasiões importantes, como um caso onde precisássemos estar bem apresentáveis e escovei o dente, atravessei o corredor em questão de dois segundos e fui para a cozinha na esperança que John estivesse lá, não havia ninguém apenas um bilhete e uma bandeja com ovos mexidos, bacon, linguiças e chá preto, uma refeição mais britânica que nós dois juntos, olhei o bilhete e como era de se esperar era de John,

"Sherlock,
Recebi uma proposta do Jornal Britânico esta manhã para nos entrevistar, querem que nós falemos do caso em vermelho, estou indo conversar com eles, não darei certeza por enquanto, mas isso seria muito bom para o nosso blog já que estamos a três semanas sem nenhum caso realmente bom, e por favor Sherlock, não saia de casa.

Querido, John"

Entrevista? Por mais que odeie perguntas sem noção sobre deduções das mais simples, seria uma boa oportunidade de mostrar minhas habilidades e como sou a tempo da nossa realidade, aliás seria ótimo para John, já que ele ama o blog.

Peguei meu casaco e quando estava passando pela sala percebi que na carta John me pedia para não sair de casa, ignorei totalmente já que só estava saindo para comprar um casaco, já que meu vigésimo terceiro havia rasgado quando pulei do carro em movimento, peguei meu celular e passei pela janela dos fundos, dando em cima do telhado da parte de trás de outra casa, pulei e dali consegui descer escorregando em um cano, peguei a escada de emergência e cheguei a porta dos fundos da cafeteria embaixo da nossa casa, passei pela cozinha e pelo restaurante, cheguei na porta de saída e simples, estava do lado de fora da rua, andei como se nada tivesse acontecido, peguei o primeiro taxi que passou e fui direto para a loja onde compro todas as minhas roupas.

Chegando lá comprei meu casaco azul marinho e um terno preto, nunca se sabe quando exatamente você vai precisar de um terno reserva, quando estava saindo do caixa recebo uma mensagem de John, ele estava me perguntando se poderia confirmar para essa tarde a entrevista, perguntei o nome dos entrevistadores, afinal não deixaria qualquer pessoa entrar na nossa casa, ainda mais com John lá, se fossem pessoas perigosas e fizessem algum mal a John me sentiria culpado para minha vida inteira, na mesma hora uma mensagem de Lestrade chega, dizia que John tinha contado para ele como meus sintomas estavam menores e como eu estava melhor, Lestrade disse que havia um caso novo, algumas estátuas de mármore haviam sido roubadas e o principal suspeito era o dono da galeria, parecia ser um caso bom, eu queria muito resolvê-lo, mas John ficaria bravo se soubesse que durante minha recuperação eu sai escondido e decidi resolver um caso sem avisar a ele, eram 15:30 da tarde, John mandou uma mensagem avisando que eu havia demorado muito pra responder então ele acabou marcando a entrevista em nossa casa as 18:00 da tarde. Eu sou Sherlock Holmes, consigo resolver um caso em 3 horas se me apressar.

querido dr. watsonWhere stories live. Discover now