VII

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Ronaldo

A vida é engraçada sabem, eu tinha tudo, tinha uma família incrível que amava, mas era cego demais para ver que estava prestes a desmoronar! Estava tudo bem, até bem demais e sabia que algo estava para acontecer afinal não se pode ser feliz para sempre, mas eu continuava sem ter a noção que podia perder tudo.

- Ronaldo despacha-te quero ir para casa! – Resmungou Mafalda no campo de treinos.

- Já vamos amor! – Respondi-lhe ao chutar a bola que Bufon acabou por defender e me deixar frustrado.

- A tua mulher tem razão Cris, daqui a nada a minha esta aqui a fazer um escândalo porque ainda não foi embora. – Brincou o homem com um sorrio ao afastar-se da baliza.

No carro a morena cantava as músicas da rádio divertida, eu amava bela assim tudo o que envolvia a morena eu amava. Era como se pudesse ser apenas feliz com ela ao meu lado.

Ao chegarmos as crianças correram na nossa direção e abraçaram a mãe que logo as abraçou de volta. Aquela imagem continuava a ser o meu paraíso, imagem que não me fartava de ver a cada dia que passava. Fazia um mês que a morena estava a viver ali e fazia quase um mês que Max estava igualmente nas nossas vidas.

Não consigo dizer-vos a diferença que a presença dele fez nas nossas vidas porque assim que o mais novo entrou nelas era como se uma luz enorme as iluminasse.

- Eu adoro chegar a casa e ter estes abraços todos! – Contou Mafalda quando estamos todos num abraço de grupo.

- Senhor Ronaldo? – Chamou-me Mila da cozinha.

- Sim Mila. – Falei assim que cheguei a cozinha.

- O senhor sabe que não gosto de pedir, mas... – Começou a mesma a falar. – Poderia dar-me um aumento já que agora é mais uma criança?

- Eu percebo que deve ser difícil manter os olhos ne...

- Filha da puta o que é que tu chamas-te ao meu filho? – Exijo a minha namorada chateada.

- Eu não lhe chamei nada! – Respondeu assustada a mulher.

- Cabra, eu vou-te ao focinho! – Ameaçou Mafy.

- Mafalda chega! – Gritei para a mesma pondo-me a frente dela. – Menos.

- Tu só podes estar a brincar comigo! – Surpreendeu-se Mafalda negou com a cabeça e saiu de onde estava.

- Eu juro senhor que não disse nada, a sua namo...

- Não te preocupes, eu vou falar com ela. – Tranquilizei a mesma que chorava.

Mafalda tinha desaparecido daquela casa, os gémeos dormiam tranquilamente enquanto que os nossos filhos mais velhos jogavam entretidos, um jogo na consola.

Eu não via o que estava a acontecer bem em frente aos meus olhos. Não queria perceber que estava tudo prestes a desmoronar a minha volta e talvez se tivesse percebido mais cedo nada do que estava para vir, tinha acontecido.

- Que merda foi aquela Mafalda? – Perguntei irritado assim que a encontrei no nosso quarto.

- Não acredito que a vais defender! – Riu-se sem emoção. – Mas também estava à espera de que?

- Tu não tinhas o direito de lhe falar assim caralho! – Gritei.

- Ela não tinha direito de chamar o meu...

- Não quero saber o que ela chamou ou não cham...

- Eu só estava a defender o meu filho desculpa por tentar! – Gritou de volta. – Desculpa lá se sou uma boa mãe!

- Tu não és mãe caralho! – Gritei irritado sem medir as palavras que saiam da minha boca. – Ninguém aqui é teu filho, sabes porque? Porque não queres ser mãe!

Ela não me respondeu, as lágrimas caiam dos seus olhos.

- Tens razão! – Falou chorosa e saiu do quarto.

Só depois de a ver sair é que me apercebi o que tinha feito.

- Merda! – Resmunguei para mim mesmo e sai do quarto, puxei o seu pulso, mas já era tarde de mais. – Eu não queria dizer aquilo desculpa.

- Querias, já não é a primeira vez que o dizes! – Relembrou baixo e afastou-se as lágrimas continuavam a cair dos seus olhos. – Talvez seja por isso que não me deixas fazer parte da vida deles, eu não lhes...

- Tu és a melhor mãe que...

- Não Ronaldo eu não sou a mãe de ninguém aqui! – Usou as minhas palavras. – Eu vou dormir no quarto de hospedes hoje, faz o que quiseres!

- Não vens jantar?

- Perdi a fome! – Respondeu e entrou no quarto.

Eu tinha errado e não valia a pena ir atrás dela naquele momento, por muito que me custasse em saber que ela ia chorar aquela noite por minha causa.

Mas o pior é que ela tinha razão, por muito que amasse ver toda a nossa família eu tomava as decisões sem ela. Tomei a decisão de contratar uma ama que nunca tinha sido precisa, mesmo sabendo que esta tentava de tudo para me ter eu não queria dar o braço a torcer com a minha namorada e despedi-la. Eu gostava de ter a razão no final das contas apesar de naquele momento eu não ter.

Só queria que as coisas mudassem, mas não fazia nada para que isso acontecesse. Os dois rapazes dormiam profundamente no quarto de Cris quando caminhei para me assegurar que estavam bem já Mafalda como tinha previsto dormia encolhida em cima da cama com a fronha da almofada completamente molhada devido as lagrimas.

Suspirei e puxei os cobertores para cima dela que logo abraçou as mantas devido ao frio que eu sabia que ela sentia. Queria deitar-me ao seu lado como sempre acontecia, mas daquela vez era diferente, sempre que insinuava que esta não era mãe dos nossos filhos, conseguia com que me perdoa-se mas daquela vez eu não consegui e sabia que ia ficar a noite toda acordado devido a esse pormenor. Por sentir a falta da mesma na cama e por ter que descobrir um plano para que a fisioterapeuta me perdoasse por tudo o que lhe tinha dito.

Will be Loved  || CR7Onde histórias criam vida. Descubra agora