Capítulo 45

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Alice

A tarde passou infinitamente mais rápido do que eu gostaria na verdade. Mesmo com Hope me perturbando o dia todo, falando sobre eu ir ou não para a casa de Louis, foi como se o tempo voasse. Enquanto troco de roupa, com minha mente bloqueando toda a falação de Hope, decido que vou aceitar o convite de Louis, mas antes preciso passar em casa. Não posso ir para a casa dele desse jeito, não com esse jeans colado e essa blusa curta. Não. Mando mensagem para ele, avisando que vou em casa antes de ir para lá e assim que recebo sua resposta, confirmando que está me esperando, coloco o celular de volta na mochila.

— ...tá me entendendo? Não acho justo que depois de tudo você... — A interrompo antes que ela perceba que não prestei atenção em absolutamente nada que ela falou nos últimos dez minutos.

— Dá pra você respirar?

— Não. Você precisa entender que...

— Se continuar falando disso eu vou te enforcar. Cala a boca, eu vou, já mandei até a mensagem confirmando. — Ela me encara sem reação. Tinha certeza que eu não cederia. E pra falar a verdade, eu também tinha. Minha mente ainda oscila entre continuar o planejado e mandar mensagem inventando um imprevisto inadiável. — Agora por favor, se você puder ficar calada me ajuda muito.

— Uau, eu não esperava. — Lanço um olhar ameaçador pra ela, que logo ergue as mãos em sinal de rendição. — Ok, ok, boca fechada.

— Tchau. Fica atenta. — Aponto para o celular na mão dela.

— Tudo bem, não vou desgrudar. — Nem se ela quisesse, ficaria longe do aparelho. Ele é quase parte dela, só não é pior do que o Dylan.

A parada em casa é tão rápida, que me arrependo por não ter pedido pra motorista esperar, já que levo uma eternidade para conseguir outro carro. Eu até iria de metrô, mas esse horário é tudo tão lotado. Prefiro o trânsito em um ar condicionado decente. Quando aviso que cheguei, Louis abre a porta em menos de um minuto, o que me faz acreditar que ele estava do outro lado, apenas me esperando.

— Oi Loirinha, entra. — Ele dá espaço e eu dou alguns passos na sala da casa. Reparo na televisão enorme e no sofá que cabe praticamente todos os meus amigos. Daqui não dá pra ver muito bem a cozinha, mas também parece ser um espaço grande.

— Oi popstar. Estava me esperando?

— Mais ou menos. James e Max acabaram de sair. — Então isso significa que...

— Então... você tá sozinho? — Não consegui não perguntar. Não ia ficar tranquila. Mas também não ia ser menos pior se eu estivesse sozinha em uma casa com três garotos. Céus, como eu concordei com isso?

— Não. Tô com você.

— Eles vão demorar? — Por mais que eu tente esconder minha apreensão, sei que é bem visível nesse momento.

— Provavelmente, foram pra uma festa de alguém da faculdade. — Meu estômago revira, minha cabeça começa a doer e eu já não sei se deveria estar aqui.

— Lou, talvez seja melhor eu ir, sei lá. Eu volto outra hora...

— Alice, o quê? — Ele me olha tão confuso que chega a me dar um aperto no peito. — Você tá com medo de mim?

— Não! Eu só... — Não confio em ninguém. Queria conseguir falar, mas travo e nada mais sai.

— Alice, respira. Eu te chamei aqui pra te mostrar o vídeo e a música. Nada mais, eu... é sério. — Ele para antes de prometer algo e muda o que ia falar. De certa forma, isso me dá algum conforto, quer dizer, se ele se preocupa o suficiente para cumprir com algo que combinamos, talvez realmente se importe em me deixar confortável e não vai fazer nada que me machuque.

Summer LoveWhere stories live. Discover now