Summer Memories

Fotografia

Kyungsoo chegou a acreditar que seu primeiro dia no Oregon seria incrivelmente mágico, como costumava ser em sua infância e não a bagunça que estava sendo desde que começaram a arrumar as coisas. Não fazia nem vinte e quatro horas desde que chegou ali e já havia arremessado uma lata de refrigerante vazia na testa de seu vizinho. Bem, talvez aquilo fosse necessário para ensinar o garoto de cabelos vermelhos os bons modos.

Baekhyun teria que tomar um pouco mais de cuidado dali em diante. Nunca se sabe quando uma latinha vazia pode voar em sua direção novamente e o acertar na testa.

Foi só depois de escutar a porta da casa ao lado se fechando, que o Do deixou seu esconderijo atrás de algumas moitas altas existentes em seu jardim. Ele suspirou aliviado quando terminou de tirar as folhas de sua roupa, teve de confessar que sentiu um pouco de medo do outro vir atrás de si, mas agradeceu a todos os seres celestiais existentes no mundo, por aquilo não ter acontecido.

Quando sentiu que poderia voltar as suas atividades, o moreno correu para guardar o cortador de grama, limpar a parte da frente e regar as flores ao redor da enorme casa pintada em tons de cinza claro e branco. Kyungsoo só retornou para dentro de casa, quando o céu estava escuro e cheio de estrelas. Ele adorava o fato de que, agora, em Portland, poderia ver o céu estrelado e a lua com mais facilidade do que na cidade grande que, devido a poluição, o impedia de enxergar noites maravilhosas como aquela.

Enquanto subia para seu quarto, pronto para passar o resto da noite deitado em seu colchão improvisado e olhando para o teto enquanto aguardava seus pais chegarem com o jantar, Kyungsoo lembrou-se de um cômodo que seu pai cogitou em deixar por último, o sótão. Aquele era o lugar favorito do mais novo, não só pelo fato de ser grande o suficiente para ser um outro quarto, mas por conta de que, quando criança, sua avó o levava para lá e passava horas contando-lhe histórias antigas, mostrando as cartas que trocava com seu avô quando jovens e os álbuns de seus artistas favoritos da época em que era apenas uma adolescente.

Se permitiu sorrir quando deu meia volta no corredor e caminhou em direção oposta da que seu quarto ficava. Logo que avistou a porta quadriculada presa no teto esbranquiçado, um frio percorreu sua barriga, seria a primeira vez desde muito tempo que entraria ali. Kyungsoo exitou um pouco enquanto segurava a corda para descer a escada, ele costumava entrar ali com a companhia da mais velha. E sem ela ali, fez com que algo dentro de si viesse a doer novamente.

Com um pouco de sua coragem que ainda lhe restava, Kyungsoo puxou a corda da escada, só foi perceber que estava prendendo a respiração, quando a escada bateu contra o chão o fazendo soltar o ar pelo susto.

Quando seus pés pisaram na superfície de madeira do terceiro andar da casa, Kyungsoo sentiu um ar nostálgico. Com cuidado ele caminhou até o interruptor do cômodo e ligou as luzes, notando que em sua volta, ao contrário de sua infância, onde era cheio de coisas velhas e caixas para todos os cantos, agora era um lugar vazio e sem graça. Bem, nem tão vazio assim, já que no caminho do interruptor, ele havia tropeçado em uma caixa grande e azul.

Como um bom curioso que era, Kyungsoo abaixou-se para pegar a caixa e levá-la consigo até o banco debaixo da janela existente no cômodo. Naquele momento ele não ligou se a bermuda que estava usando iria sujar com o pó, ou se mais tarde, sua alegria atacaria pelo fato de não ter coberto o nariz com algo para evitar o processo.

Ele poderia ter aberto a janela à suas costas, porém a curiosidade falava mais alto. Retirou a tampa da caixa com cuidado, evitando que o pó acumulado pelo tempo, sujasse sua blusa. Ficou surpreso quando viu que, ao invés de encontrar coisas quebradas ou algo parecido, ele encontrou suas fotos de quando era criança, quando ficava naquela mesma casa durante as férias de verão, também encontrou as famosas cartas trocadas entre seus avós e alguns objetos, como o relógio de bolso do seu avô, as receitas dos doces de sua avó, entre outros pertences.