Capítulo 23

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Ainda era meio dia e eu já estava ansiosa para ir ao hospital atrás de minha mãe.

Robby tinha me mandando mensagem ontem a noite enquanto eu comia meu lanche, dizendo que tinha lido um pouco sobre os hospitais e achou melhor irmos hoje no que tem aqui na cidade, ele também definiu o horário, que seria as cinco e disse que achou melhor irmos hoje - na quinta - por conta do horário de fechamento, que era às dez.

Estava jogada no chão da sala ansiosa demais para fazer algo quando escutei batidas na porta, apenas mandei entrar porque já sabia que era Miguel. Ele havia me mandando uma mensagem mais cedo perguntando porque eu não tinha ido ao dojô, e eu disse a ele que estava ansiosa e surtando demais para ir, então ele disse que passaria aqui em casa quando terminasse.

Ele parou em cima de mim, seu rosto escondendo a luz. Ele sorriu quando percebeu que eu não estava mentindo.

— Certo, você está prestes a surtar. — ele falou, deitando no chão ao meu lado.

— Oh, não me diga. O que trouxe para eu comer?

— E o que te faz pensar que eu te trouxe algo?

— Porque se você viesse aqui sem comida eu te mataria. — ele riu.

— Tem uma cesta de chocolate na mesa. — ela falou e eu sorri.

Quando tentei me levantar para ir comer alguns chocolates, Miguel segurou em meu braço me puxando para cima dele. Cada perna minha estava de um lado de seu corpo e eu estava sentada em sua cintura, suas mãos foram para minha cintura fazendo um carinho suave por lá, e eu sem sabe o que fazer, coloquei minhas mãos em seu peito, o encarando confusa e, um pouco assustada.

— Escuta, — ele começou. — li na internet que seria bom você desabafar com alguém sobre o que você sente, e como eu sei que você não tem nenhuma psicóloga aqui, pode desabafar comigo.

— Você é fofo. — eu ri e ele fechou a cara. — Não tenho muito o que dizer, Diaz.

— Comece me falando como está se sentindo.

— Não sei exatamente, estou ansiosa e esperançosa, mas ao mesmo tempo tudo que quero fazer é me esconder e fingir que nada está acontecendo.

— Acho que isso é normal, huh? — ele apertou levante minha cintura. — Você literalmente acabou de descobrir que sua mãe, quem você pensou estar morta, está viva.

— Eu queria entender o que motivou meu pai a fazer isso. — fiz círculos com meu dedo em seu peitoral.

— Você já falou com ele?

— Sinto que se eu falar com ele, — suspirei. — ele vai reverter toda a situação e fazer eu me sentir culpada.

— Queria fazer algo por você, Meg.

— Você já faz o suficiente, Diaz. — desci lentamente minhas mãos por sua barriga, parando no cinto que segurava sua calça. Senti ele enrijecer. Percebendo que não era o momento para isso, voltei minhas mãos a sua barriga. — Quando eu vim para cá, — ri fraco. — pensei que me sentiria mais sozinha do que já me sentia na cidade onde eu morava, mas aí eu conheci você, conheci as meninas e.... sei lá, me sinto amada.

— E você é. — ele suspirou. — Queria ter te conhecido antes, talvez assim eu conseguiria te proteger de tudo.

— Eu quem preciso lidar com meus demônios, Diaz, mas fico feliz que você esteja aqui para que eu não precise fazer isso sozinha.

Sorri fraco para ele e me levantei indo em direção a cesta de chocolate, logo Miguel apareceu ao meu lado e começou a me contar como decidiu que compraria essa cesta para mim.

Soulmate • Miguel Diaz Where stories live. Discover now