Capítulo 65

3.4K 260 57
                                    

— O que está fazendo aqui? — pergunto quando vejo meu tio no corredor da escola.

O velhote apenas revira os olhos em minha direção e continua andando, corro atrás dele com medo de que ele faça alguma merda.

— Vamos encontrar o Diaz.

Reviro os olhos e continuo seguindo o velhote porque por mais que ele seja patético, eu quero saber o que ele está pensando em aprontar. Andamos por mais algum tempo até por fim encontrarmos o garoto.

— Sensei? — Diaz pergunta assim que nos aproximamos, reviro os olhos para os dois e me encosto no armário. — Como passou pela segurança? — Diaz se vira para mim e sorri. — Oi, linda.

— Oi. — murmuro e me aproximo mais dele, lhe dando um selinho. — Também quero saber como conseguiu entrar, velhote. — me viro para meu tio, que está com uma careta no rosto.

— Eu estudei aqui, conheço as entradas secretas. — ele responde.

— Sério? — pergunto animada. — Você poderia me mostrar? — os dois arqueiam a sobrancelha para mim e eu dou de ombros. — Preciso matar as aulas de física.

— Te mostro depois. — meu tio responde e eu sorrio. — Ei, tenho ótimas notícias, — ele olha para os lados. — encontrei um lugar para o dojô.

— Sério? — Diaz pergunta.

— Como vai o recrutamento? — meu tio pergunta e eu solto um riso baixo. — Tão mal assim?

— Não sei se você percebeu, — começo e saio andando, os dois vem logo atrás de mim. — mas as coisas mudaram.

— Ela está certa, — Diaz fica ao meu lado, entrelaçando nossos dedos. — a galera do Cobra Kai virou marionete.

— Kreese transformou eles em monstros. — grunho irritada. — Não tem como convencê-los.

— Esperem aqui. — meu tio diz, passando por nós e indo até Falcão e seus amigos. Ignoro sua ordem e vou atrás dele, Miguel faz o mesmo. — Beleza, escutem, — meu tio começa e todos se viram para nós, abro um sorriso cínico para Falcão, que apenas abaixa a cabeça.... envergonhado? — eu fiz merda e sinto muito, eu deixei vocês de lado e foquei só em mim, e um sensei não faz isso. Escolhi o caminho mais fácil, eu desisti. — abaixo a cabeça, concordando com o que ele diz. — O que aconteceu nessa escola me deixou muito abalado, não conseguia me encarar, imagina encarar vocês. — ele diz isso olhando para mim, e eu sei que é mais um pedido de desculpas por ter me deixado enfrentar aquilo sozinha.

— É, acho que é mais fácil tentar se convencer disso. — Falcão responde e eu reviro os olhos, dando um passo à frente quando ele faz o mesmo. — Mas a verdade é que você nos abandonou bem antes da briga. — Você ficou fraco e nós pagamos o preço.

— Compaixão não é fraqueza, Falcão. — digo rispidamente e todos se viram para mim. Falcão deu mais um passo à frente e eu fiz o mesmo, me preparando para socar a cara desse passarinho insuportável, infelizmente meu tio se pôs à minha frente.

— Olha aqui, — o velhote disse. — quando você veio ao dojô, você era mais mole que a bunda de um bebê. — dou risada quando ele diz isso, e os outros fazem o mesmo. — Eu te deixei assim, não o Kreese. Aquele imbecil não está nem aí para você, pra nenhum de vocês. Se querem continuar reclamando sobre o passado como um bando de idiotas, tudo bem. Querem ficar com o Kreese? Fiquem. Mas não digam que eu não avisei quando suas vidas forem destruídas. Podem virar homens e entrar para o meu dojô. Estarei esperando vocês amanhã no Magnólia às quatro.

Meu tio sai, Miguel vai logo atrás dele, mas eu continuo lá, encarando os garotos que um dia considerei minha família, principalmente o Falcão.

Soulmate • Miguel Diaz Место, где живут истории. Откройте их для себя