Capítulo 39

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— Então vocês estão sem se falar por dois dias?

Moon pergunta para mim enquanto pinta minhas unhas de preto. Estávamos trancadas em meu quarto, passando o sábado juntas e contando uma para a outra o que aconteceu conosco durante a semana, já que não tínhamos nos visto mais.

— Ele não me mandou mensagem e nem veio atrás de mim. — dei de ombros.

— Você sabe que poderia ter feito isso, certo? — ela pergunta enquanto tira o borrado de meu último dedo.

— Ele quem errou, não vou ficar correndo atrás.

— Vocês parecem duas crianças, — ela ri. — apaixonados, mas ainda sim duas crianças.

— Ele disse que me adora. — solto com rapidez e ela me encara assustada. — Quer dizer, não é como se eu tivesse o direito de cobrar uma declaração de amor dele, certo? Mas meio que doeu escutar um "adoro você".

— Então ele te machucou e você resolveu machucar ele?

— Eu não o machuquei, — revirei os olhos. — era só o Adam, não tem nada relacionado a machucar meu namorado.

— Esse Adam é bonito? Me passa o número dele!

— Mas e a garota que você estava conversando?

— Foram só uns beijos. — trocamos um olhar e caímos na gargalhada. — Me diz, o cara é bonito?

— Sim, ele é. — respondo por fim, porque Adam é mesmo bonito.

— Vou passar no seu trabalho qualquer dia desses então. — ela diz animada e eu mostro a língua para ela.

— Tem algo que preciso de contar, — começo um pouco hesitante e ela me encara curiosa. — mas você tem que prometer não contar para ninguém, nem mesmo para Tory e Aisha.

Moon apenas concorda com a cabeça e eu começo a contar tudo para ela, sobre minha relação com meu pai, sobre o porquê de ter vindo morar aqui, e principalmente, sobre a falsa morte de minha mãe

Ontem, enquanto eu voltava do hospital, tinha chegado a conclusão de que precisava contar tudo isso para Moon, porque ela confiava em mim e eu também confiava nela, porque Moon era minha melhor amiga aqui e entre melhores amigas não existem segredos, e porque eu precisava desabafar.

Quando terminei de contar tudo ela ainda me encarava assustada, uma de suas mãos tampando a boca, insinuando que ela estava chocada com o que acabei de lhe dizer.

— Meu Deus, Meg. — ela murmura. — Não imaginava que você já passou por tudo isso, sinto muito nunca ter percebido ou perguntado nada.

— Não sinta, — dei de ombros. — eu não iria te contar, de qualquer forma.

— Sua vaca. — ela xinga. — E como você vai fazer para tirar sua mãe de lá?

— Ainda não faço ideia, provavelmente terei que convencer meu pai, mas não acho que ele vá ceder.

— Já te mencionei uma vez que meu pai é advogado, — ela sorri. — acho que se eu falar com ele, ele pode achar uma maneira de ajudar.

— Você faria isso? — pergunto esperançosa.

— Você é minha melhor amiga, — ela da de ombros. — eu faria qualquer coisa por você.

 — eu faria qualquer coisa por você

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Domingo à noite.

Agora quatro dias sem falar com Miguel.

Ele não sentia minha falta? Não iria me mandar uma mensagem?

Estamos sem nos falar por um motivo bobo. Em partes, por conta de seu ciúmes idiota de Adam, em outra, por conta do meu mal humor depois de ouvir dele que ele me adora.

Quer dizer, eu tinha o direito de estar assim, certo? O meu namorado disse que me adora. Ele falava isso para Samantha também? Ou para ela, ele fazia várias declarações de amor? Provavelmente a segunda opção, levando em conta que ele chegou a fazer uma montagem com coração partido na época em que eles terminaram.

Afundei minha cabeça no travesseiro pensando se eu devia ir atrás dele, pedir desculpas ou sei lá, mas, pelo que eu pediria desculpas, exatamente? Por tentar aprender à tocar guitarra? Por ficar brava por ter ouvido um eu adoro você? Não, eu não faria isso.

Mas meus pés me traíram quando me levantei de minha cama, coloquei meus chinelos e fui em direção à casa de meu namorado. Fechei a porta de minha casa - ou a casa de meu tio -, e me virei para bater na porta da casa dele, mas isso não foi preciso porque ele já estava do lado de fora, me encarando com um olhar assustado.

— Oi. — sussurro para ele, tentando quebrar o clima que se instalou entre nós dois.

— Oi, linda. — ele sussurra para mim e eu tento segurar o sorriso que insiste em aparecer quando ele me chama de linda.

— Você acha que a gente pode conversar, Diaz? — pergunto devagar, passando a mão pela nuca.

— Claro, — ele diz rápido. — eu estava indo até você agora e hm, pode ser na sua casa?

Concordo com a cabeça, entrando novamente em casa só que dessa vez com Miguel atrás de mim, vou em direção ao meu quarto e ele me segue, trancando a porta quando entra. Me deito em minha cama e dou espaço para que ele faça o mesmo, e quando ele o faz prendo minha respiração com a sensação do calor de seu corpo contra o meu.

— Eu queria pedir desculpas. — ele diz se virando para mim. — Agi como um imbecil quando vi aquele Adam te ligando e fui mais imbecil ainda em não ter vindo atrás de você antes.

— Pensei que você não quisesse mais nada comigo. — murmurei olhando para seus lindos olhos castanhos que são capazes de me ler por inteiro.

— Como eu seria capaz, Meg? Você é a melhor coisa que já me aconteceu. — ele passa seus dedos pelo meu rosto e eu solto um suspiro de alívio.

— Não vou te pedir desculpas, — começo. — até porque eu não errei em nada, então... — fecho os olhos quando ele ri e apoia sua testa na minha.

Sinto ele observar cada parte de meu rosto, como se pudesse me ler, e de fato ele pode, porquê eu sou um livro aberto quando se trata de Miguel Diaz.

— Te desafio a falar no que está pensando. — digo baixinho quando fico incomodada com nosso silêncio.

Miguel levanta seu olhar para o meu e aproxima sua boca da minha, murmurando:

— No quanto eu amo você.

Soulmate • Miguel Diaz Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora