♤ Capítulo 39

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Yuta Nakamoto POV

Devo admitir que eu estava uma pilha de nervos e desde o início da noite que a minha maior preocupação nem era se ganhávamos ou perdíamos o que me assustava um bocado, acho que estou mesmo caidinho por ela, então estar apaixonado é assim? 

Vou ser sincero, no momento em que a vitória foi anunciada um peso saiu-me dos ombros mas quando a beijei em pleno palco, com toda aquela gente no estádio, a nossa família a ver, câmaras por todo o lado... 

Eu nem sei no que estava a pensar mas não posso dizer que me arrependo, não sei o que os representantes do meu pai e da Mariko vão dizer mas eles é que têm de tratar desses assuntos acalmar um pouco os rumores, ou o que fosse possível tendo em conta o facto de ser algo a passar em direto na televisão nacional.

Quando finalmente chegamos à universidade já tinha passado das 3 da manhã, eu despedi-me do pessoal e fui com a Mariko até o meu carro, sempre que há concursos eu levo o meu carro porque sei que estarei demasiado cansado para voltar para casa a pé. Quando chegamos estaciono o carro numa vaga que tinha em frente ao prédio dela e ela pede-me para subirmos, o que é aceitável considerando o gelo que estava cá fora.

Mariko: Toma -diz dando-me uma chávena com chocolate quente que ela tinha acabado de fazer e mal bebi aquilo senti-me melhor-

Eu: Tu sabes do que é que eu quero falar, sei que foi um desafio, quase uma aposta mas eu realmente destas semanas que passei ao teu lado como teu namorado, não sei quanto a ti mas quero saber a tua opinião antes de dizer algo que te possa deixar desconfortável -digo e o meu coração batia a mil dentro do meu peito, parecia que a qualquer momento ia saltar fora-

Mariko: Claro que também gostei destas semanas, admito que não és metade do que aquilo que pensei que eras, não és metade da imagem que passas felizmente, também foi bom ter-vos a todos e ter um grupo onde me sentisse integrada mesmo sendo todos rapazes, foi simplesmente fantástico saber que só estava sozinha se quisesse e não por falta de opções -diz e eu sorrio mas ao mesmo tempo notei que ela fugia do assunto, fugia do que ela sentia quanto a nós, se é que para ela existia um nós na cabeça dela-

Eu: E os nossos momentos? Foi o quê para ti? -pergunto e fica um silêncio na sala por alguns segundos, merda, devia ter feito o que eu queria e não ter falado nada, agora vai ficar tudo estranho e desconfortável e ela vai ter de arranjar uma forma de me recusar sem ter de ser má para mim porque somos do mesmo curso-

Mariko: Foram bons momentos Yuta, muito bons mas... -diz mas eu interrompo-a, bem se ela me vai recusar ao menos vou dizer o que sinto, agora não pode piorar nada-

Eu: Acho que já percebi mas prefiro que ouças o que tenho a dizer antes que perca a coragem, e olha que isso aconteceu poucas vezes na minha vida

Mariko: Okay -diz e vejo que ela parecia curiosa e confusa ao mesmo tempo-

Eu: Eu.. Eu gosto mesmo de ti. Caralho! Sabes o quanto eu neguei isso a mim mesmo? Bastante. Eu não queria admitir a mim mesmo que apaixonei pela versão feminina de mim, com algumas melhorias muito óbvias.- Mas quando te vi dormir nos meus braços, foda-se, tive aquele momento em que soube que não me importo de acordar contigo ao meu lado todos os dias, e agora percebo quão estúpido isso não é. Fizeste-me sentir merdas que nunca senti, só te consigo agradecer por isso e ao mesmo tempo só quero que saibas que eu estou apaixonado por ti -digo e faço uma pausa e vejo a Mariko sem palavras e acho que isso deve ser um acontecimento raro-

Depois de alguns segundos em silêncio eu decidi deixar aquilo um pouco mais fácil para ela e retirar-me da situação, eu sei que ela me vai recusar então nem lhe vou dar esse trabalho, é mais difícil do que parece, já tive de o fazer muitas vezes, apenas nunca o fizeram comigo e eu nunca fui o que era recusado.

Eu: Eu vou indo, amanhã quando acordares liga-me ou a um dos rapazes, vamos comer fora para festejar a vitória e foi tudo graças a ti então é em tua honra, tens de aparecer, o que aconteceu aqui fica aqui, só queria ser honesto contigo e comigo mesmo -digo levantando-me e dou-lhe um beijo na testa e começo a ir em direção à porta e saio sem lhe dar tempo para reagir, quando fecho a porta dou um suspiro enorme e seguro a tristeza que estava a sentir, por alguma razão estúpida por momentos senti que ela ia corresponder aos meus sentimentos, mas isso seria só ridículo, agora é isto que resta e eu aprendi que ser recusado é fodido, não recomendo-

Ruin My Life ♠ Yuta NakamotoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora