23 - Casa

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Ellie apoiou-se no parapeito, Joel juntou-se a ela agarrando no seu café.

- Hey. – Cumprimentou Joel deixando fugir um sorriso, enquanto observava como a filha tinha crescido, não fisicamente, mas no seu interior. Notava que Ellie estava diferente. – Sabes, sempre te imaginei a viver num lugar assim...

- Aí sim? Porquê? – Questionou a ruiva olhando para o chão.

- Tu és pura e tudo isto é a tua cara... – Joel sorriu lembrando quando Ellie era apenas uma menina, só desejava que o tempo voltasse atrás para poder cuidar da sua menina. – Nunca quiseste ter tudo, para ti sempre foi mais importante a essência do que os bens matérias. Lembras-te quando quiseste salvar aquele pequeno esquilo que encontraste ferido no nosso jardim? Isso és tu sempre a querer ajudar tudo e todos...

- Pai, eu tinha o negócio sobre controle. – Interrompeu Ellie.

- É, eu sei... – Joel suspirou.

- Tens de parar de querer controlar tudo o que eu faço... deixar-me agir sozinha.

- Dina! Ela é tua... namorada? – Perguntou o pai.

- Não... – mentiu Ellie, mas logo se apercebeu. – Quer dizer, acho que sim. Não assumimos nada oficial, mas gosto dela... – custava-lhe revelar os seus sentimentos para qualquer pessoa, mas para o seu pai era sempre mais difícil. – Bem, e ela gosta de mim.

- Ama-la?

Ellie fez uma longa pausa, desviando ainda mais o olhar, suspirou: - Sou tão estupida...

Joel viu claramente no rosto da filha a resposta à sua pergunta: - Olha, eu não sei quais são as intenções dela, mas... Eu sei que ela tem toda a sorte do mundo por te ter ao seu lado.

- És um idiota, sabes disso!! – Disse Ellie com algum carinho na voz.

- Não estou a tentar convencer-te...

Ellie interrompeu-o: - Quase que a perdi por tua causa, por causa da estupida empresa e o negócio...

Joel endireitou-se: - Quando te fomos buscar ao orfanato, olhei para ti e vi o sofrimento que sentias, parecias indefesa e nesse dia prometi que não ia deixar nada nem ninguém tirar-te de nós... Jurei proteger-te para sempre. – Suspirou. Não era pai de sangue de Ellie, mas ambos tinham tudo em comum, o feitio dos dois era igual – e quando senti que te estavas a afastar de nós, da nossa casa, senti que tinha de vir até aqui para te levar de volta. Foi errado...

- É...

- Espero que me perdoes...

- Pai... – Ellie também queria o perdão de Joel. – Eu... – estava nervosa. – Eu comprei a ideia de Dina.

- Já sabia que os ias fazer, Ellie. – Joel sorriu. – Não estava à espera de outra coisa vindo de ti. És boa pessoa. Como vais fazer agora? Vais viver aqui?

- Sim... – Ellie suspirou, olhou para o rosto velho do seu pai. – Estou eternamente agradecida pelo que tu e a mãe fizeram por mim, mas... – fez uma pausa – sinto que este lugar aqui é a minha casa, que sempre pertenci aqui ao rancho e a Dina. Acredita que foi uma decisão rápida, mas que me custou muito a tomar... especialmente por ti e pela empresa.

- Filha, tu és mais importante que qualquer empresa. – Joel colocou a sua mão quente por cima do ombro da filha. – Só a tua felicidade importa. A empresa fica bem, eu fico bem.... Além disso... – sorriu – ouvi dizer que ia abrir aqui perto um ótimo Rancho Turístico com alguns quartos para hospedes, acho que se chama Woodward Ranch, acho que já ouviste falar. – Ellie riu, adorava aquela ironia em Joel e em como sempre a fazia rir. – A tua mãe adorou a cidade, está encantada, sinceramente acho que ninguém a vai tirar daqui também...

Woodward RanchOnde histórias criam vida. Descubra agora