CAPÍTULO 8

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Saí do carro e tirei meus fones, Star vinha logo ao meu lado e não pude deixar de perguntar algo que rondava minha cabeça.

-Você tem algo a ver com o carro ? Digo, na quinta ele não funcionava por nada e hoje amanheceu perfeito.-A questionei.

-Eu?? Claro que não, amo meu bebê Lia, o carro só amanheceu bom até ia chamar o mecânico para dar uma olhada.-A mesma disse.-Olha Caleb está me chamando, beijinhos e boa aula nos vemos no refeitório mais tarde. -Saiu andando rapidamente, sem nem dar tempo para respondê-la. Passei primeiro por meu armário para pegar alguns livros e guardar meus fones.

***

A quarta aula de química transcorreu tranquila e entediante, a professora corrigiu as atividades que foram passadas nos dias anteriores e passou novas. Aula terminada, o refeitório me aguardava, quando cheguei peguei algo para comer e sentei no meu lugar.

Olhei para minha irmã e a mesma apontou a cabeça em sinal de "quer que eu sente aí e lhe faça companhia". Balancei a cabeça em negação, não queria atrapalhar as risadas que vinham da mesa dela. Fixei meus olhos na bandeja e comecei a comer.

Minutos depois, já alimentada, peguei meu livro ,fones e sentei em um banco branco que fica perto do caminho de pedrinhas. Era perfeito e estratégico como o banco ficava na parte da sombra de uma árvore enorme que tinha ali, não fazia sol e assim eu não teria um bronzeado ou queimadura indesejada. Concentrei minha atenção nas últimas partes do livro, com o final próximo eu me sentia triste e feliz ao mesmo tempo, eles ficariam juntos e felizes, mas eu queria mais... Depois da morte de uma personagem que eu sentia apreço, espero que a escritora não mate mais ninguém até o final ou juro que vou surtar. Faltando umas três folhas para o livro acabar alguém parou a minha frente, fui levantando meus olhos até parar em um garoto da minha turma, acho que é Nathan o nome do indivíduo.

-Oi, você é a irmã da Star certo? -Perguntou me olhando de cima a baixo. Nisso eu já estava em pé.

-Si...Sim.- Gaguejei meio envergonhada.

-Você poderia entregar esse papel para ela ? Meu número está anotada aí.-Falou me estendendo um pequeno papel dobrado.

Por um lapso de momento realmente esperei que o interesse seria eu. Não estou sendo egoísta, mas não é de agora que coisas assim acontecem, nunca falam comigo , só quando querem algo relacionado a minha irmã, novamente aquilo doeu.

Dei as costas para Nathan, e fui em direção a escola, ele correu e senti um aperto em meu braço, olhei por cima do ombro e Nathan segurava meu pulso um pouco apertado demais.

-Me..me..solta- Gaguejei com certo nervosismo.

-Faça esse favor por mim gatinha.-Disse.

-Não vai rolar, agora me solta por favor. - Exclamei novamente, tentando puxar meu braço.

-Você não ouviu da primeira vez Nathan ?-Ouvi alguém disser.

Olhei para o lado e Caleb se aproximava, o sol que batia em seu rosto fazia seus olhos brilharem.

-Não se intrometa Caleb- Nathan falou.- O assunto é entre mim e ela.

-Pelo que vejo ela não parece muito interessada no que tem a dizer. Então largue-a , não irei mandar novamente. Vá encher o saco de outra pessoa, mas não o dela. -Caleb bufou.

Eu olhava a conversa calada, não queria ter o desprazer de bancar a forte e chorar ali com os dois de testemunha. Ainda sentia o aperto no pulso.

-Você é tão frouxo que não consegue você mesmo entregar o que? Seu número de telefone ?.- Caleb Zombou. - Fique longe da minha melhor amiga e da Lia.

-Você não merece a atenção de nenhuma das duas, agora vou falar mais uma única vez. Largue-a.- Caleb alterou o tom de voz.

Ainda bem que essa parte da escola está vazia, ou seríamos motivos de fofoca. Nathan parece ter voltado à realidade , soltou minha mão e saiu andando como se nada tivesse acontecido.

Nem percebi que prendia o ar, até soltá-lo e respirar direito novamente.

-Você está bem? -Caleb perguntou com as feições do rosto preocupado.- Ele a machucou?.

Sua mão correu até meu pulso e no mesmo instante senti como se uma pequena carga de eletricidade tivesse passado dele para mim. Tirei meu braço de sua mão.

-Estou bem sim, queria saber como você está sempre nos lugares. -Dei uma meia risada.

-Estava indo na biblioteca pegar uns livros para um amigo e acabei vendo vocês dois, percebi na mesma hora que algo não estava certo.- Explicou, enfiando a mão dentro do bolso da calça.

-Ah sim, entendi. Obrigada por ter vindo me ajudar. - Agradeci já de saída.

-Sempre, raio de sol.

Olhei para trás e ele ia em direção a biblioteca. Parece que esse ano vai ser diferente dos outros anos, pensei. Será bom ou ruim, um dos dois tem que ser, não dá para ser os dois.














Continua.....

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