Capítulo 29

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Estavam parados na borda de um enorme tabuleiro de xadrez atrás das peças pretas, que eram todas mais altas que eles, e talhadas em um material que parecia pedra. 

De frente para eles, no outro lado da câmara, estavam dispostas as peças brancas. Harry, Rony e Hermione sentiram um leve arrepio — as peças brancas e altas não tinham feições. 

—Agora o que vamos fazer? — sussurrou Harry. 

—É óbvio, não é? — Hermione sussurrou de volta. 

—Temos que jogar para chegar do outro lado da câmara. — disse Rony. 

Por trás das peças brancas eles podiam ver outra porta. 

—Certo, acredito que temos que temos que virar as peças. — disse Rony, pensativo. — Não se ofendam, mas eu sou o melhor em xadrez daqui. 

—Não estamos ofendidos. — Hermione disparou. — Diga o que temos que fazer. 

—Eu vou ser o cavalo. Hermione, você fica no lugar daquela torre,  e Harry, você toma o lugar daquele bispo. 

E como se tivessem escutado, as pessas rangeram e se arrastaram, dando espaço para eles. 

 —No xadrez, as peças brancas sempre jogam primeiro. — explicou Rony, observando o tabuleiro. — É... Olhem... 

Um peão branco avançara duas casas. 

Rony começou a comandar as peças pretas, que se moviam e iam para onde ele mandava. 

—Harry, ande quatro casas para a direita em diagonal. — disse ele. 

O primeiro choque de verdade que tiveram foi quando o outro cavalo foi comido. A rainha branca esmagou-o no chão e arrastou para fora do tabuleiro, onde ele ficou, deitado e imóvel no chão. 

—Eu tinha que deixar isso acontecer, — disse Rony, parecendo abalado. — assim você fica livre para comer aquele bispo, Hermione. Ande. 

E ela se moveu, sem dar um pio, lembrando-se de mais cedo nesse dia, de quantas partidas jogara com Malfoy. E ela respirou fundo, por que tinha prometido a ele que no dia seguinte eles se encontrariam de novo. Eles tinham que ganhar, e sair vivos dali. 

Todas as vezes que perdiam uma peça, as peças brancas não mostravam piedade. Dali a pouco havia uma coleção de peças pretas inertes contra a parede, fora do tabuleiro. Duas vezes, Rony reparou em cima do lance, que Hermione e Harry estavam em perigo. Ele próprio disparou pelo tabuleiro comendo quase tantas peças brancas quanto as pretas que haviam perdido. 

—Estamos quase chegando... — murmurou de repente. —Me deixem pensar... me deixem pensar... 

A rainha branca virou o rosto vazio para ele. Hermione sentiu um frio na barriga. Ela não era muito boa no jogo, mas depois de tantas partidas com Malfoy, ela conseguia prever o que viria a seguir. 

—Rony... — ela olhou para ele com os olhos arregalados. Ele respirou fundo. 

—É, — ele disse baixinho. — é o jeito... Preciso me sacrificar...

—Rony, não! — Hermione gritou. 

—Não faça isso! — Harry disparou, do outro lado do tabuleiro. 

—Isso é xadrez! — retorquiu Rony. — A pessoa tem que fazer alguns sacrifícios! Dou um passo a frente e ela me come, isso deixa o espaço livre para você dar um passo a frente e dar o xeque-mate no rei, Harry. 

—Mas... — Hermione queria argumentar, mas não tinha tanta estratégia assim quando se tratava de xadrez. 

—Vocês querem deter Snape ou não? 

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