Capítulo 26

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Um movimento nas árvores atrás de Ronan fez Hermione erguer a varinha outra vez, mas era um segundo centauro, de cabelos e corpo negros e de aspecto mais selvagem do que Ronan.

—Olá, Agouro. Tudo bem? — cumprimentou Ronan.

—Boa noite, Ronan. Você vai bem, eu espero.

—Sim, vou bem. Esta aqui é Hermione. Ela é estudante da escola.

—Ola, Hermione.

—Ola. — ela disse, menos tímida pois estava se habituando a essa coisa de conversar com criaturas mitológicas. — Olhe, eu estava agora mesmo perguntando ao Senhor Ronan, você viu alguma coisa estranha por aqui ultimamente? É que um unicórnio foi ferido. Você sabe alguma coisa?

Agouro foi se postar ao lado de Ronan. Olhou para o céu.

—Marte está brilhante hoje. — disse simplesmente. Hermione largou os ombros, vendo que a conversa não ia chegar a lugar algum.

—Ja sabemos. — disse, sentindo-se cansada. — Bom, se um de vocês vir alguma coisa, avise ao Hagrid, por favor. Vamos indo então.

Hermione saiu, liderando o caminho pela trilha. Malfoy estava tão silencioso atrás dela que Hermione se perguntou se o susto de ter visto um centauro o teria deixado catatônico.

—Nunca, — disse Malfoy de repente, e Hermione quase deu um pulo com o susto. — nunca tente obter uma resposta direta de um centauro. — disse ele, usando um tom de voz sério. — Meu pai que me ensinou isso. Disse que estão sempre observando as estrelas e não se preocupam com nada que esteja mais próximo que a lua.

Hermione concordou com um aceno breve de cabeça, fazendo uma anotação mental.

—Sera que tem muitos centauros por aqui? — ela perguntou, por que o silêncio que seguiu estava se tornando desconfortável demais para seu gosto.

—Ah... um bom número.

—Você acha que foi um centauro que ouvimos antes?

Malfoy estreitou os olhos. Ela estava falando demais para quem não queria mais sua amizade.

—Voce achou que era barulho de cascos? Não, se quer saber, aquilo é o que anda matando os unicórnios. Nunca ouvi nada parecido antes.

Eles continuaram caminhando e se enfiaram mais para dentro do coração da floresta. Andaram quase meia hora, se embrenhando cada vez mais, até que a trilha se tornou impraticável por que as árvores cresciam demasiado juntas.

Havia salpicos nas raizes de uma árvore, como se o pobre bicho tivesse se debatido de dor por ali. Hermione viu uma clareira adiante, através dos galhos emaranhados de um velho carvalho.

—Olhe... — ela murmurou, erguendo o braço para deter Malfoy.

Alguma coisa muito branca brilhava no chão. Eles se aproximaram aos poucos.

Era o unicórnio, sim. E estava morto.

—A floresta aqui é muito fechada, as centelhas não vão aparecer. Melhor eu ir chamar Hagrid. — disse Malfoy. Hermione concordou com a cabeça e o garoto virou as costas e saiu.

Hermione nunca vira algo tão bonito e triste. As pernas longas e finas do unicórnio estavam esticadas em ângulos estranhos onde ele caira e  sua crina espalhava-se sobre as folhas secas e escuras.

Hermione deu um passo à frente mas um som de algo que deslizava a fez congelar onde estava.

Uma moita na orla da clareira estremeceu... Então, do meio das sombras saiu um vulto encapuzado que se arrastava de gatas pelo chão como uma fera à caça.

Love spellWhere stories live. Discover now