Eu achei que ele iria separar o trabalho com a nossa intimidade, mas eu me senti tão feliz quando ele me perguntou se podia. Antes de mim, um Harry reservado não o deixava expor muito o que ele estava pensando em sua mente e em seu coração. Mas ele mudou muito. Harry amava me ter por perto e me envolver em tudo que ele fazia. Literalmente tudo. Harry quis a minha opinião nas músicas do álbum, na roupa que ele usaria na capa, nos figurinos que ele usaria ao redor do mundo... Eu estava nos planos dele, em todos, e isso me tirava um sorriso enorme do rosto. O moreno nos envolvia em tudo porque éramos importantes e eu não duvidava quando ele dizia que estava vivendo a melhor fase de sua vida, ele deixa isso explícito para todos que queriam ver.

Sorrio abertamente ao ouvir que a pipoca estava pronta. Em um segundo, eu estava suspirando ao sentir o gosto da pipoca. Mas minutos depois, eu estava colocando tudo para fora naquele balde. Vou rapidamente ao lavabo e escovo meus dentes para não ter outro enjoo com o gosto ruim na minha boca. Limpo o balde para também não me enjoar com o cheiro e lavo as mãos. Me sento no sofá da sala de estar e choro como se fosse o meu último minuto na Terra. Mas era apenas os hormônios da gravidez que insistiam em colocar na minha cabeça que eu era uma péssima mãe, mesmo eu sabendo que era mentira. E para melhorar a situação, ouço o choro de Faith pela a babá eletrônica. Meu caminho até seu quarto é rápido, eu não queria que seu choro acordasse Harry. Faith se acalmou assim que me viu e todo aquele choro era apenas saudades de sua mamãe. Acho que ela já sentia e sabia que iria ter irmãozinhos, porque ela estava um grude comigo e adorava depositar suas tentativas de beijos em minha barriga. Harry estava a ensinando fazer isso e ela simplesmente não parava.

— Oh, meu amor... — fungo o nariz e a levo para a sala. — Por que chora, minha princesa?

Ela esfregou o rosto de uma forma extremamente fofa e deitou a cabeça em meu ombro. Me levanto e vou até a cozinha, fazendo rapidamente a sua mamadeira e voltando para a sala. Deito a minha cabeça no sofá enquanto dava a mamadeira de Faith. Eu estava morta de sono, mas meu mal-estar não me deixava dormir. Encaro a minha pequena e sorrio para ela, acariciando seu cabelo que já estava um pouco escuro. Seus grandes olhos cinzas me encaravam e eles já caiam de sono. Faith lutava contra o sono e não dormia nem por uma reza brava. Eu balançava seu corpo para ela dormir, mas nada adiantava. E quando ela percebeu que era a hora de dormir, começou a choramingar.

— Não, filha... Não chore. — sussurrei enquanto balançava seu corpinho para um lado e para o outro. Não resolveu, Faith abriu o berreiro.

Suspiro alto e encaro a lua pela a enorme porta de vidro que havia naquela parede da sala. O jardim estava quieto e no mesmo instante que olhei para as espreguiçadeiras quadradas que mais pareciam camas king size, tive uma ideia. Pego um coberto grosso e quente no quarto de hóspedes e saio da sala, indo até o jardim e me deitando na espreguiçadeira. O vento frio deu uma trégua hoje e até que estava abafado, mas não queria que a gripe de Faith piorasse então a coloco em meu peito e cubro nós duas com o cobertor. Mesmo com a sua roupa quentinha, qualquer cuidado era bem-vindo.

Balancei o seu corpo alguma vezes e sua respiração funda me mostrou que ela dormiu profundamente. Meu olho estava pesado, mas ficar ali fora respirando ar puro e junto com a minha filha me acalmava, assim como também acalmava o meu estômago. Pela a primeira vez na noite, tive sossego e consegui cochilar. Sim, cochilar. Eu acordei minutos depois com Harry abrindo a porta de vidro.

— O que está fazendo aqui fora? — ele perguntou com a voz extremamente rouca.

— O que você está fazendo acordado? — franzo o cenho.

— Não te senti na cama e me preocupei. — ele suspirou ao se deitar ao meu lado, puxando um pouco de coberta para si.

— Desci para matar meu desejo de uma pipoca, mas botei tudo para fora. De novo. — sorri sem ânimo. — Faith acordou, mamou e chorou. Vim aqui para fora ver se ela dormia um pouco e para ver se o enjoo passava.

FALLING | ʜ.ѕWhere stories live. Discover now