Capítulo XVI

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Vladmir Gregorovitch

A explosão acordou todos nós. Verona era a que estava mais próxima à porta quando ouvimos os sons das botas correndo lá fora, vindos de todos os lados.

Malika não parece bem. Não sei o que aconteceu com ela, e acho que não seria uma boa hora para perguntar, mas ela parece abalada. Provavelmente está relacionado com o que Verona queria conversar, pois assim que Malika chegou, tivemos que nos preparar às pressas para um combate.

— Sei que prometi explicar... — Verona sussurrou, enquanto ouvíamos a movimentação de fora — Mas esse não é um bom momento.

— Concordo — Repliquei. — Primeiro vamos sair dessa. Tem certeza que eles estão nos procurando? Não é nenhum outro problema?

— Estão nos procurando. — Malika disse, olhando para o chão — Com certeza.

Então é uma questão de tempo, pensei. A questão é: o que vamos fazer quando nos encontrarem?

***

— Podemos fugir? — Falei em tom normal, depois que o som de fora das portas já havia parado por um tempo.

— Acho pouco provável — Daniel considerou — Eles não controlam apenas essa base, como aparentemente tudo ao redor também.

— Além do que — Verona completou — Eles estão se preparando. A cada minuto que passa, nossa capacidade de fuga diminui e a deles de perseguição aumenta.

— Temos que descobrir o que está acontecendo lá fora — Afirmei. — Se eles simplesmente entrarem aqui, nossas chances diminuem muito.

Daniel e Verona se ofereceram para sair e verificar o que estava acontecendo e, em seguida, Malika olhou para Daniel com uma expressão que não entendi muito bem, principalmente por eles estarem se dando tão bem apenas alguns dias atrás.

***

— A situação é a seguinte — Daniel começou a reportar — De início, eles vasculharam o arsenal, as pistas de pouso e as docas terrestres, e como claramente não estávamos lá, no momento estão vasculhando todos os alojamentos dos recém chegados. Um por um.

— Todas as saídas estão mesmo bloqueadas — Verona continuou — As saídas de pessoas estão lacradas mesmo, e as de veículos e Aeronaves estão fortemente guardadas, provavelmente aguardando reforços.

— Então dessa vez parece que não vão vir com menos do que tudo que eles têm — considerei.

— Então vai ser quase justo — Daniel disse, tentando melhorar o ânimo.

— Também temos motivos para ir com tudo - completei.

Por ela. Vou voltar para ela, custe o que custar.

— E se montarmos uma armadilha? — Ashley fala.

— Como assim? — Malika responde, curiosa.

— Pensei que talvez, se pudéssemos dar uma distração para eles...

— E qual seria a utilidade dessa distração? — Daniel questiona.

— Se, tivermos que abandonar esse lugar, não seria melhor que pelo menos uma parte deles estivesse ocupada? — Ashley pondera. — Talvez possamos tentar fugir assim também...

— Podemos explodir um lugar — Sugeri. — Talvez a área de carga ou o arsenal.

— Tá falando sério? — Daniel me olhou, claramente confuso — Vocês realmente estão pensando em fazer isso?

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