- Isso é verdade, mas te conheço o suficiente para saber que você prefere estar aqui do que em casa lendo roteiros - Molly me abraçou pelas costas e riu.
Pedi um ponche ao barman e me virei para observar a festa, enquanto esperava a bebida. Haviam muitas pessoas ali e eu sequer sabia que Atlas conhecia tanta gente. Provavelmente aquela deveria ser a parte mais movimentada da casa, os convidados bebiam, dançavam, conversavam, tiravam fotos, e boa parte deles se divertia na piscina.
- Estou com fome - Molly praguejou.
- Aqui não tem nada para comer, vou ver lá dentro.
Peguei minha bebida e degustei enquanto ia na direção da cozinha. A música não estava muito alta, o que me agradava e em certa parte me fazia pensar que Atlas era o responsável por aquilo, já que ele sabia que não escutava como as demais pessoas.
O som de David Guetta foi substituído pelos solos de guitarra do Arctic Monkeys, então eu sorri. Era uma das minhas bandas preferidas, aproveitei o momento para murmurar baixinho enquanto decidia entre cachorro-quente ou sanduíche de carne defumada para Molly.
Um rapaz bonito passou por mim e não pude evitar o olhar em sua direção. Ele retribuiu o contato visual e eu abaixei a cabeça, envergonhada. Ele tinha uma pele bronzeada, cabelo enrolado, era alto e encorpado. Conhecia alguns dos amigos de Atlas, mas não me lembrava do rosto daquele. Bebi um pouco mais da minha bebida e, com um cachorro-quente em mãos, me virei para voltar até o bar.
- Essa banda é muito boa, não é?
Uma voz falou atrás de mim. Me virei e abri um meio sorriso observando o dono da voz, já que o reconheci pelo rosto.
- É - respondi para ele. - Gostei do seu jeans azul e a camisa branca à la James Dean, mas essa jaqueta de couro te deixa parecido com o Alex Turner. Só falta gel no cabelo.
- E quem é esse cara? Ele é bonito como eu, pelo menos? - Ele pôs as mãos nos bolsos frontais da calça.
Dei risada.
- Ele é o vocalista dessa banda.
- Ah, nossa, foi mal.
- Não precisava fingir conhecer a banda para me impressionar. Que tal começarmos de novo? - sugeri entre um sorriso.
- Ok. Olá, Casey.
- Oi, Matthew - sorri, entrando na brincadeira. - Você está sempre onde eu estou, não é mesmo? - Matthew me seguiu quando comecei a caminhar para fora da cozinha.
- Será? Não acha muita coincidência que sempre estejamos perto? No ginásio, na academia do seu pai e agora aqui. O que nos conecta, afinal, bela moça?
Matthew me tirou risos sinceros com seu tom de cordialidade fingida. Ele era engraçado.
- Você conhece o anfitrião? - perguntei.
- Atlas Bouchard. O patinador. Bom ator.
- Suponho que também saiba que ele é meu melhor amigo - ressaltei, disfarçando a surpresa no fato de Matthew conhecê-lo.
- Bom, agora que eu sei, as coincidências ficam ainda melhores - Matthew sorriu.
Fiquei um pouco sem jeito diante da fala dele, supondo o que quis dizer. Procurei por Molly no lugar onde estávamos, mas não a encontrei. Que diabos ela tinha que sair de onde estava? Agora, devia estar pela casa, bebendo e, do jeito que eu a conhecia, devia estar bêbada, dançando ou aprontando alguma outra coisa. Molly era o tipo de pessoa que quando ficava bêbada, passava vergonha, e mesmo que na maioria das vezes eu estivesse com ela para tentar evitar que aquilo acontecesse, ela sempre dava um jeito de sumir do meu radar.
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O Melhor de Nós
RomanceO coração de Casey é tão frio quanto a pista em que patina. Duro como ferro e impenetrável como uma pedra. Ou pelo menos é o que ela diz e deixa transparecer, depois da morte da irmã. Dividindo o tempo entre a faculdade e os treinos, lidando com con...
CAPÍTULO 5
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