Capítulo 1

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Cidade de Moruá, dia 11 de novembro, são exatamente 5:20 da manhã

Bendy on

~trink~

~trink~

~trink~

Eu acabo acordando com alguns sons meio irritantes vindo de minha janela, como se algo pequeno estivesse batendo na mesma, porem, em nenhum momento abro meus olhos, tento apenas ignorar aquilo, talvez desse jeito ele parasse logo, eu realmente não queria me levantar, estava tão bem posto ali, nada iria me tirar daquela cama.

Depois de alguns minutos tentando voltar a dormir, o som finalmente cessa, poderia ter de volta paz e silencio, bom, se não fosse por aquilo, um estrondo ecoa por todo o meu quarto, rapidamente abro meus olhos e me levanto bruscamente, dando-me uma leve dor de cabeça, mas foda-se, ao abri-los acabo me deparando com minha janela quebrada e um tijolo no meio do meu quarto.

--mas que caralhos ta acontecendo?

Após ter dito isso me dirijo ate a frente de minha janela, agora quebrado, escuto algumas risadinhas ao me aproximar, quando chego mais perto podendo assim ver a "linda" paisagem da minha fudida cidade, encontro três crias correndo pra longe da minha humilde moradia, enquanto davam algumas olhadas por cima do ombro para se vangloriarem pelo que fizeram, só faltava eles se jogarem no chão de tanto que riam.

--cade os pais destas pestes meu deus?

Bom, e assim começo mais um dia normal, ando calmamente ate a minha cama para pegar meu celular que estava no chão, carregando do lado dela, ligo ele para ver que horas são, e, caralho, to surpreso que os muleke acordaram as fuking cinco da manhã só pra quebrar minha preciosa janela, não, eles merecem ate uma salva de palmas, quem me dera ter a disposição para levantar a essa hora, bom, agora eu não consigo mais dormir e ainda tenho que ajeitar essa bagunça, incrível que o Boris não acordou, se duvidar podia estar acabando o mundo e ele ainda estaria dormindo.

Tiro meu celular da tomada e vou ate o tijolo, logo pegando o mesmo e jogando pela janela, depois de fazer isso vou ate a entrada do quarto e caminho ao banheiro que atrás da porta dele havia a vassoura, pego ela e me dirijo a cozinha para pegar um saco plástico, volto para o meu quarto, varro todos os cacos e os coloco na lixeira do banheiro e já bota a vassoura que estava comigo atrás da porta, ando para a cozinha novamente para fazer um café como se nada tivesse acontecido.

Começo a fazer meu café e junto com ele um simples pão com manteiga, era hoje que iríamos por o pé na estrada, o Boris não curtiu muito a ideia de irmos ate inkwell com a minha van, mas consegui convence-lo, afinal, seria ate que divertido, a van é um pouco grande e aconchegante, encontrei ela enquanto andava em um montinho de lixo aqui do bairro, tinha muita coisa lá, as pessoas costumam ir naquele lugar para jogar fora os pertences que não querem mais e as vezes tacam fogo neles, bem, eu a trouxe e concertei-a, agora ela esta novinha em folha, ate enchi de compartimentos secretos, acho que pus um machado em um deles, nunca se sabe quando iremos precisar.

Meu café ficou pronto, saio de meus devaneios e percebo que nem tinha dado uma única mordida no pão, ligo meu celular para ver as horas, já eram 6:35, "logo o lobinho acorda", penso comigo mesmo enquanto pego o meu pão e o coloco na boca, finalmente dando minha primeira dentada, o dia havia começado normal, algumas balas perdidas, pessoas gritando e xingando no transito, os meus vizinhos brigando, é, apenas mais um dia normal, acho que o Boris esta certo, vai ser bom ir junto com ele para aquele internato, no começo apenas ele ia ir, era para isso que havia trabalhado, quero dar uma vida boa para meu irmão, longe dessa cidade de merda, porem ele quase implorou para mim ir junto com ele, tive que trabalhar dobrado, tomara que valha a pena.

school tripWhere stories live. Discover now