Feels like this song's already been sung.

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Os tumores localizados em qualquer parte do cérebro podem causar pressão dentro do crânio. Isto pode ser causado pelo crescimento do tumor, inchaço no cérebro ou bloqueio do fluxo do líquido cefalorraquidiano (LCR). O aumento da pressão pode levar a sintomas como:

1. Dor de cabeça;
2. Náuseas;
3. Vômito;
4. Visão turva;
5. Problemas de equilíbrio;
6. Alterações na personalidade ou comportamento;
7. Convulsões;
8. Sonolência.

Harry pressionou os olhos fortemente e jogou o celular para longe, sendo apenas capaz de ouvi-lo quebrar em algum lugar não muito longe.

Ele havia passado a noite inteira revirando sites e mais sites sobre aquela merda, e cada vez a realidade o atingia mais forte. Todos os sintomas, todos os sinais apontavam para aquilo, não havia uma alternativa, não havia uma escapatória.

Harry estava quase se sentindo hipocondríaco. Como se ele estivesse procurando alguma coisa errada em si mesmo, como se praticamente estivesse rezando para estar morrendo.

Ele sentia náuseas. Sua garganta estava seca, e seus olhos cansados. Não era a primeira noite que ele passava em claro. Mas era a primeira noite que ele passava em claro por causa disso. Dessa coisa, dessa maldição.

Porque era isso o que era. Nada mais. Nada menos.

Talvez Harry realmente merecesse toda a merda que acontecera em sua vida, por algum motivo, alguma divindade - se é que elas existem - gostava de se divertir às suas custas e ok, não era como se Harry tivesse muitas cartas para jogar na mesa, de qualquer forma.

Ele estava aceitando o que estava recebendo.

Quando o fotógrafo pensou em ir dormir um pouco, aquelas batidas sutis e quase nada escandalosas ressoaram pela sala. Ele gemeu baixinho, querendo mais que tudo enxotar Louis, dizer que tinha tido uma noite de merda - o que não era mentira - e que provavelmente ele teria que pedir a Niall para buscar as gêmeas na escola, pois ele planejava dormir por no mínimo, 24 horas.

Mas ignorando completamente a sua mente, seu corpo se levantou - pesado e dormente - e Harry esfregou os olhos cansados. Ele abriu a porta para um Louis com uma expressão nada amigável.

- O que aconteceu? - Harry perguntou quase imediatamente. Louis não havia sequer dado um passo para entrar no apartamento e aquilo era novo.

Nas últimas semanas ele era aquela maldita bola de sol, cheio de energia e sorrisos e luz o tempo todo, entrando saltitante pelo apartamento e falando sobre a viagem dos sonhos, como ele mesmo havia a intitulado.

E aqueles olhinhos tristes e a expressão derrotada, fez com que Harry esquecesse dos seus problemas em um piscar de olhos, focando-se apenas na tristeza daquela criança.

Harry havia se tornado tão propenso a Louis em tão pouco tempo que aquele sentimento estava começando a incomodá-lo.

Não só por Louis ter um namorado, longe disso. Mas por toda aquela situação que o cercava.

Como ele podia sequer pensar em se apaixonar quando estava cada dia mais perto da morte? Morrer com o coração cheio de amor não era uma maneira muito bonita de morrer.

Louis fungou, passando a barra do suéter grande pelo nariz, entrando no apartamento a passos lentos e sentando sobre as próprias pernas no sofá. Harry trancou a porta e sentou ao seu lado.

- Já teve algum dia que você acordou triste? - Louis questionou, quietamente. A voz em um sussurro quase inaudível. - Só triste... Sem nenhum motivo aparente?

Harry odiava aquele Louis. Ele odiava quase todas as versões de Louis, para falar a verdade. Mas aquela versão frágil, inquieta e dolorida era demais para ele aguentar.

TIME LAPSE | l.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora