Veracidade

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*Capítulo dedicado a uma antiga amiga, Gabz que fez aniversário esses dias. Feliz aniversário. Te adoro.

* Na mídia, é de um desenhista do IG, assim que eu lembrar o user, coloco nos comentários.

Boa leitura!

Veracidade

ve-ra-ci-da-de

s.f. (substantivo feminino)

1. Característica ou particularidade do que é verdadeiro; qualidade daquilo que contém e expressa verdade; veridicidade.

2. Tendência para ser verdadeiro; que diz somente a verdade.

Ao mesmo passo que durmo por conta do remédio, também tenho pesadelos. Todos eles extremamente tensos. Pela manhã, é como se eu não tivesse dormido, me sinto indisposta, mentalmente exausta e emocionalmente esgotada. Eu saio da cama para escovar os dentes e volto para ela.

Eu olho o despertador da mesinha na cabeceira da minha cama dando às dez horas da manhã. Não fui trabalhar, pedi para a empregada da casa ligar para Alexander e avisar que estou doente. Sofia não vem verificar como estou, já que imagino mesmo que ela tenha feito isso a noite toda. Apenas eu e eu mesma, no estado de inércia a ponto de não conseguir me mover para nada.

A sensação ruim na boca do meu estômago permanece, como sei que ficaria pelo resto do dia após uma crise de ansiedade. Fazia muito tempo desde que tive uma, e agora veio com força total. Recuso o café da manhã, e acabo recusando o almoço. Eu seria capaz de vomitar se colocasse qualquer coisa na boca. É um dia péssimo. Não penso em pegar o celular para nada.

— Camila? – Sofia bate na porta, entreabrindo um pouco. — Está tudo bem?

— Só estou indisposta. – Eu digo, minimizando meus sentimentos. Viro de lado, abraçando meu travesseiro. — Pode me deixar sozinha?

— Não... Eu deixaria, juro! Mas Camila... Você precisa olhar o celular, sei que vai ficar brava se eu não insistir nisso. Adam precisa falar com você. – Ela me diz, entrando no quarto.

— Eu não estou trabalhando, e a não ser que seja sobre Katherine ou Aurora, não quero falar ou ver ninguém. Me deixe em paz, sim? – Eu peço, um pouco enjoada.

— Preciso perguntar... Você e Lauren terminaram? – Terminar o que nem mesmo começamos? Bem... Eu gostaria de ao menos ter tido tempo de ter algo concreto com a minha assistente pessoal para conseguir responder que sim.

— Não tínhamos nada além de flertes e alguns beijos. Estou bem, só estou me sentindo mal. – Respondo de maneira breve e seca, sem olhar a minha irmã caçula.

— Camila... Você precisa olhar o celular e falar com Adam. Ele não quis me dizer o que aconteceu, mas fale com ele. – Sofia pede. Eu fico em silêncio, e ela interpreta isso como um o não que realmente significa, então me deixa sozinha com meus pensamentos.

Talvez, eu fosse egoísta demais de me permitir a esse momento de solidão, mas é como eu lido com meus sentimentos e a cabeça barulhenta, no isolamento. Poucas pessoas conseguem me fazer conversar com elas nesses momentos. E apesar disso, dou poucas horas para que minha mãe chegue aqui e exija saber o que aconteceu, como se eu ainda tivesse dezoito anos.

Demoro até estender a minha mão e pegar o telemóvel para desbloquear. 25 chamadas perdidas, 5 de Lex, 15 de Adam e o resto de pessoas aleatórias. Em qualquer aplicativo de mensagem, Adam tentou se comunicar comigo. Tudo o que vem de Adam, foi depois que a festa acabou e de hoje mais cedo. Ao invés de clicar nas mensagens, eu escrevo o número dele, me sentando na cama. Ele atende no primeiro toque.

O Diabo veste PradaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora