Presa no Covil dos Vampiros

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  • Dedicado a Khalled Monroy
                                    

Certo, eu estava nervosa.

Não que eu não devesse estar, afinal eram vampiros e tudo mais. 

Contudo, era estranho.

Se eu não estivesse precisando desse emprego, jamais pisaria no Distrito. Mas por indicação de uma amiga, assídua frequentadora, eu iria trabalhar como bartender na boate do momento em St. Louis: Prazeres Malditos.

Lilly, minha amiga em questão, havia feito uma boa propaganda de mim no lugar, dizendo que eu tinha grande talento no preparo de bebidas e o clube gostava de coisas... Surpreendentes.

Modéstia à parte, eu era uma especialista em bebidas. Conseguira trabalhar em grandes casa de eventos, mas nada como isso. Lilly dissera que me daria status no ramo. Trabalhar para um vampiro realmente parecia algo que desse status. E eu conhecia a legislação, sabia que eles jamais me atacariam sem meu consentimento. Era apenas uma questão de auto-controle e força de vontade. Isso eu tinha de sobra.

Todavia, eu ainda não encontrara aquele seria meu chefe, não pessoalmente. Lilly arranjara tudo. Até agora ela não me explicara o que fizera para conseguir essa oportunidade. Ela apenas balbuciava algo como “contatos” e “comunicação” quando eu perguntava, mas fiquei ligeiramente ressabiada.

Só aceitei porque Lilly sempre foi uma grande amiga. Nos conhecíamos desde os tempos de escola. Supus que isso deveria lhe creditar confiança. Até então, ela jamais teria me metido em enrascadas.

Eu quis saber detalhes sobre o tal vampiro proprietário da Prazeres Malditos. Tudo o que eu sabia era o que corria na imprensa, como que ele se chamava Jean-Claude e era o Vampiro-Mestre da cidade. 

Curiosamente, Lilly mal conseguira descrevê-lo, tendo ela mesma já o tendo visto inúmeras vezes. Apenas repetia adjetivos que não me diziam nada, como “fabuloso”, “incrível”, “sexy”. Eu concluíra que ele devia ser, no mínimo, muito bonito.

Enfim, eu estava basicamente preparada. Nada de contato visual, somente responder as perguntas e lembrar que era tudo ilusão: eles continuavam sendo cadáveres em putrefação. As dicas tinham sido extraídas de um artigo recentemente publicado pelo Post-Dispatch. 

A executora de vampiros oficial do Missouri, a Srta. Anita Blake, dera uma entrevista falando sobre o aumento da criminalidade entre os vampiros. Dissera que era sempre bom ter algo de prata à mão para distraí-los enquanto você corre e chama a polícia. Eu sabia que a pena era a morte. Vampiros não pareciam querer morrer, ou não seriam vampiros. Não se arriscariam por quebrar regras ou infringir leis. A Srta. Blake explicara que vampiros legalizados e socializados davam tudo para permanecer assim, contudo, haviam sempre as exceções.

Bem, sendo o tal Jean-Claude o Vampiro-Mestre, eu duvidava que ele se arriscaria. Os rumores davam conta que era um vampiro muito diplomata. Eu contava com isso.

Lilly me avisara para chegar pelo menos uma hora mais cedo para me apresentar ao meu novo chefe. Procedimentos de praxe, então eu ficaria noite inteira protegida atrás do balcão do bar. Se me concentrasse apenas no meu trabalho, não tinha como dar errado.

Assim, às onze da noite, estava eu, Sarah Williams, descendo da táxi parado em frente à Prazeres Malditos, sinalizava um letreiro em neon vermelho-sangue e em caligrafia estilizada. Uma longa fila se estendia na calçada. Pessoas jovens, animadas, conversavam initerruptamente, chilreando afoitas sobre o que esperavam ver. A maioria, mulheres.

Por Dentro dos Prazeres [ANITA BLAKE + ORIGINAL]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora