BROKEN SECRETS (BROKEN CROWN #02) [DEGUSTAÇÃO]

𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟏

Para a minha surpresa, o cão de guarda do Morgan não nos acompanhou. Ele apenas dirigiu até um ponto da cidade e nos deixou lá. Fui todo o tempo vendada.

— Vamos dar um passeio, Princesa. — disse tranquilamente a voz que me deixava assassina.

Fui tirada do carro por Morgan e, logo em seguida, a venda se foi.

Já tinha escurecido, e estávamos em uma rua pouco movimentada, mas eu podia ouvir o som de pessoas e carros a vários metros.

— Eu não quero ir a lugar nenhum com você! — grunhi.

— Hmm... Tem certeza? Eu tenho coisas muito interessantes para contar a você sobre a sua família. — ele sorriu. Um sorriso macabro e tranquilo.

— Eu não quero nada que venha de você, imbecil! — Tentei partir para cima dele, mas Morgan me segurou. — Você é doente!! — gritei.

Seu sorriso se alargou.

— Não, não, Princesa. A única doente aqui é você. — Ele se aproximou. — As drogas, a depressão, o alcoolismo, o comportamento autodestrutivo. — Seu sorriso cresceu ainda mais. — Pensa que eu não sei? Estive observando você por muito anos. E não se esqueça de que costumávamos frequentar os mesmos lugares. Me lembro de cada coisa autodepreciativa que você fazia, Eerika.

O olhei com ódio.

— Isso tudo é por causa de Jake? É esse o seu problema? Todo esse teatro que você armou é porque eu nunca te quis? Porque nunca pude te corresponder e amar como Jake?

Ele riu.

— Bem, o "eu" que você conhece não teria coragem suficiente para fazer algo assim. Sua atitude seria patética e covarde, como a do Griffiths, por exemplo.

Franzi a testa em confusão.

— Você está louco? Do que está falando? Por acaso você tem dupla personalidade? — ri com deboche.

Ele sorriu.

— Hmm... Podemos colocar dessa maneira, Princesa.

Mas de que porra ele estava falando? Suas palavras não faziam sentido. Tudo bem que em perfeitas condições mentais esse babaca não estava, mas ele não era tolo e nem burro. Em seus olhos eu podia ver que ele sabia exatamente o que estava dizendo. A única pessoa que parecia perdida ali era eu. A maneira com que me olhava, a maneira com que sorria demonstravam exatamente isso. Ele me via como uma garota ingênua e tapada que não fazia ideia do que estava acontecendo.