Capítulo 68

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Maju narrando

Eu não tava acreditando no que eu tava vendo, o VR voltou e fica dando papo de maluco pra cima de mim, meu deus. O que eu fiz pra merecer isso? Meu pai teve que puxar o VR de cima do Guilherme, que tava sangrando.

- tá bem amor? - falei ajudando

- ele só quebrou meu nariz, vou ter que ir na emergência

- vamos, eu te levo - abrir a porta do carro e levei o Gui no hospital

Enquanto o Guilherme tava sendo atendido, eu fui atrás do VR, precisava falar umas verdades na cara dele, não ia me segurar por muito tempo, já tava cansada disso.

Meu pai tava na sala conversando, e me olhou assustado

- tem como eu falar com ele?

- sim, cadê o Guilherme?

- tá na emergência, tem como ir lá ficar com ele?

- sim, filha. - saiu

VR tava com a mão vermelha e inchada, como eu ainda me preocupava com ele?

- eu vou ser rápida, eu não quero conversa com você,  nem nada. eu tô seguindo a minha vida, e eu tô feliz. eu só quero paz, tem como você fazer isso?

- você me prometeu

- isso deixou de ser uma promessa quando você foi pra outro lado do mundo e não me avisou, você acha mesmo que uma carta ajudou?

- eu precisava poupar você de sofrimento, eu poderia morrer, caralho.

- você poderia ter me avisado, confiado em mim

- confiar em você? a primeira coisa que você fez, foi ficar com um desgraçado

- me poupe VR, você sempre me falou quem era o VR, não se envolvia com ninguém, e gostava de ficar livre.

- por você eu tava disposto a mudar

- se você fosse verdadeiro comigo, eu poderia ainda tá aqui esperando você chegar

- larga ele, vamos pra qualquer lugar - falou chegando perto de mim

- eu não posso - ele começou a beijar meu pescoço

- VR - falei baixinho

- eu sei que você me quer

- eu amo o Guilherme - ele me largou

- de todas as coisas que eu sempre escutei de você, essa foi a pior, sabe por que?

- não

- você não o ama

- você não sabe dos meus sentimentos

- você se arrepia com meu toque e quase te beijei, se você amasse de verdade você não ia deixar

- você não sabe de nada, idiota, volta pra lá, aqui tava bom demais

- melhor se acostumar, voltei pra ficar - saiu batendo a porta com força

Eu não sei o que eu vou fazer, eu sinto algo pelo VR, e eu sei que não posso machucar o Guilherme. Ele faz tudo por mim, e eu realmente o amo, ele me faz feliz.

Por um tempo, sempre achei que o VR ia voltar, e íamos ficar juntos, nas primeiras semanas, achei que era uma pegadinha só que foi virando meses e meses e eu tive que seguir minha vida, agora ele volta e faz uma confusão. Eu não sei o que vou fazer da minha vida, só queria sumir.

Voltei para o hospital, e o Guilherme já tava saindo. Ele entrou no carro e fomos em silêncio pra casa, não queria falar nada, nem ele. Quando fechei a porta do apartamento sentei no sofá e fui abraçada.

As vezes me perguntava como o Guilherme veio parar nessa minha confusão, ele é o cara perfeito, que sonha em casar, ter filhos e viajar e nesse tempo de relacionamento, eu me vejo tendo tudo isso com ele.

- eu te amo, tá ? - ele falou me beijando

- obrigada por entender tudo, mesmo não perguntando

- ele tá ciúmes, uma hora vai entender que estamos juntos e vai deixar pra lá

- eu espero, vamos ter que conviver muito com ele

- eu sei, deixa lá, o importante é que estamos juntos e felizes

- verdade - dei um sorriso e entrei no banheiro

Não importa os meus sentimentos pelo VR, ele ia sofrer na minha mão, se ele acha que pode voltar e deixar minha vida de cabeça pra baixo, ele tá muito enganado.

No morro da maré 2Where stories live. Discover now