Capítulo 45

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Maju narrando

Me arrumei toda, e deixei uma bolsinha pronta pra dormir na casa da Helen, não ia voltar pra casa tão cedo, aproveitar que hoje é sexta e vou curtir até dizer chega, nem vou levar meu celular por que eu sei que vão me ligar. Desci as escadas rezando pra não ter que encontrar ninguém e começar uma discussão.

- tá indo pra onde? - meu pai falou

- vou pra um aniversário

- não vai não, sua mãe tá chorando muito, você vai lá conversar com ela, por que eu ainda tô sem entender essa sua revolta

- revolta?

- sim, eu tô aqui agora, ela foi uma ótima mãe e agora vamos ter outro filho, um irmão e você simplesmente faz isso ?

- quem realmente é você? chega assim e acha que pode falar o que quiser? eu cresci sem pai, sem ir em festas da escola por que você tava brincando de morto vivo por aí, custava ligar e falar que tava bem?

- você não sabe de nada, não pode me julgar

- realmente, não vivi aquela época pra saber o que te levou a fazer isso, mas sei também de toda sua fama não é atoa que falam que eu sou a sua cópia

- eu sou uma pessoa melhor, mudei por vocês, eu tenho o direito de mudar

- claro que você tem, agora querer fazer o papel de pai e me proibir logo agora, você não tem o direito, ela tem, você não - nem esperei ele falar nada e fui embora.

Tava cansada desse mesmo papo, ele aparecer de novo e com desculpas, tudo bem, aceitei até certo ponto, agora querer mandar em mim sem ter feito o papel de pai, é complicado. Posso até me arrepender de tudo que eu tô fazendo agora, mas nunca vou aceitar que ele mande em mim.

Com calma, depois de passar o final de semana todo fora vou ter uma conversa com a dona Emily. Agora eu vou ativar meu modo e beber bastante.

Encontrei a Helen, deixei minha coisas lá e partiu rocinha. Os bailes daqui são os melhores, muita bebida, muita música e sem contar nos bofes, tudo gostoso.

- que sensação boa de voltar aqui - falei subindo

- muita, fiquei sabendo que o dono do morro é um gato, mas é todo sério

- por incrível que pareça, não quero pegar ninguém, só dançar mesmo

- e beber - rimos

O baile tava pegando fogo, 150 BPM a todo vapor, as minas dançando muito, e nem ligavam pra nada, aqui não tinha muita briga por causa disso não, as minas se respeitam, agora se você chegar de muito deboche o pau quebra, uma vez uma maluca invocou comigo dizendo que eu tinha cara de nojenta, até descobrir que eu era filha da dona da maré. Odiava ser chamada da princesinha da maré, aqui esse apelidou pegou, como trocou de dono, não vi ninguém me chamando, até os vapores estão diferentes.

Comecei bebendo minha cerveja que não podia faltar, até tocar o aquecimento do tawan e fui para o meio das meninas dançar.

A Helen tinha sumido, aposto que tá pegando algum macho, ela não para mesmo. Até que eu olhei pra cima e a descarada tava no camarote com o dono do morro, nem tava acreditando nisso.

Continuei dançando, fiz amizade e no final fiquei bebada, coloquei meu óculos escuros por causa do sol e fui comer um pouco

- mulher, que homem é esse - chegou toda acabada

- não acredito que você pegou

- e vou pegar de novo, chamou a gente pra um churrasco que vai ter mais tarde, bora?

- bora

- primeiro vamos em casa, preciso dormir, tô cansada

- e eu? dancei tanto que não tô conseguindo andar

Descemos a ladeira, pegamos um táxi e fomos pra casa, tomei um banho e apaguei, tava me sentindo melhor depois dessa noite.

No morro da maré 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora