último.

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Suna não queria fazer isso. Ele encarava a foto no seu celular incrédulo, com um milhão de pensamentos na cabeça, tentando achar uma ideia boa o suficiente pra vocês conseguirem sair bem dessa. Mas ele não conseguia. Nada vinha em mente. Ele sabia que se ele contasse a verdade pra você agora, explicasse o contexto da situação você acreditaria nele, mas Aimi não te deixaria em paz e ele temia por você. Ele sabia que Aimi não pararia até conseguir o que queria e infelizmente, ela queria ele.

Seu peito doía, Suna queria gritar o quanto te amava e o como nunca faria tal coisa pra você, afinal, você era a pessoa mais importante do mundo pra ele. Ele não queria te perder. Mas ele sabia que seria necessário, preferia te ver bem e viva longe dele do que outra coisa pior só pelo fato dele ter negligenciado o que Aimi havia ''pedido''.

Ele te encarava com lágrimas nos olhos, pensando no que dizer, mas ele só conseguia pensar em dizer que te amava, mesmo não podendo falar. Ele não acreditava que te perderia assim, de uma forma que poderia ter sido facilmente resolvida. Além de desespero, Suna sentia raiva dentro de si. Raiva de Aimi por tudo o que ela fez. Raiva de si mesmo por deixar ela fazer tudo o que quisesse.

Suna não devia ter te arrastado pro inferno junto dele.

— Me desculpa. - ele disse.

— Só isso? - você perguntou, sentindo as lágrimas rolarem pela sua bochecha. - Eu sei que deve ter alguma explicação pra essa foto, então por favor, me explica. Eu acredito em qualquer desculpa esfarrapada que você me der. - você pegou na mão dele, o puxando pra um lugar mais afastado dos outros. - Me explica, Rin, por favor. - sua voz saiu embargada, seus olhos já ardiam pelas lágrimas que você segurava.

— Não tem o que explicar. - Suna mordeu o lábio com força, deixando as lágrimas caírem. 

— E-eu fiz alguma coisa pra isso acontecer? O-ou...

— Não, [Nome]. - ele suspirou. - Não é sua culpa que eu estrago tudo. E não é sua culpa eu não poder ser o que você precisa. - Suna colocou o polegar no seu rosto, limpando as lágrimas que escorriam. - Eu realmente sou aquilo que todos avisaram pra você que eu seria, você deveria ter escutado.

— Não faz isso. - você negou com a cabeça, engolindo seco. - Você não é assim.

— [Nome]... eu já disse pra você uma vez... não podemos ficar juntos. Precisamos ir pra caminhos diferentes agora. 

Você o encarava, por mais que ele falasse isso repetidas vezes, seus olhos inundados por lágrimas diziam totalmente ao contrário. Você não conseguia acreditar em uma palavra que saísse da sua boca, sua expressão triste e desesperada dizia totalmente o contrário dele. Suna te deu mais uma breve olhada antes se virar. 

Seus olhos pareciam implorar por perdão.

— Por favor, não vá embora. Rin, por favor. - você soluçou, sentindo uma vontade enorme de desabar. - Ninguém nunca me amou do jeito que você me ama e... - você sacudiu a cabeça, se perdendo um pouco nas palavras. - As coisas são melhores com você e e-eu te olho e... vejo apenas um lar. Você é meu lar, Rin, não importa onde esteja... por favor. - você o encarava, soluçando e sentindo uma dor horrível no peito. - Eu não quero que você vá.

— Eu não quero ir. - Suna disse em um fio de voz. - Mas eu não posso ficar também, [Nome]. - ele se virou, indo até você e te dando um abraço apertado. - Tá tudo bem... - ele sussurrou. - ...você vai ficar bem. Eu prometi que nada ia acontecer com você e não vai.

Assim que Suna te soltou, depositou um beijo na sua testa e saiu, desaparecendo pela multidão. Você o observou indo embora, levando as mãos até a boca, abafando seu choro, que insistia em ficar mais alto.

Você conseguiu achar o carro dele quando procurou com os olhos. Viu ele ligar, dar partida e sair, na maior velocidade que conseguia.

Seu peito doía. Não era como outra briga qualquer. Ele realmente havia terminado as coisas. Você sabia que não eram perfeitos, mas você nunca tinha se sentido assim por ninguém na vida. Era como seu porto-seguro acabara de desmoronar.

___________

Você encarava a tela do celular, vendo as conversas anteriores ali e vocês sempre tão bem. Sua visão logo ficou turva pelas lágrimas que sempre insistiam em vir cada vez que você pensava nele. Você já tinha digitado umas dez vezes e apagado as dez.

''[Nome] - faz um tempo que não conversamos, não?

- eu sinto tanta sua falta, rin. esses dois meses sem você tem parecido uma eternidade.

- hana forçou atsumu contar o que aconteceu, fico feliz que voce tenha contado pra ele e não guardado pra si. você sabe que não precisava ter feito o que fez... eu e você poderíamos ter passado por isso juntos. você não precisava ter me protegido assim, ficar sem você é pior do que qualquer coisa que alguém poderia fazer comigo.

- eu passei pela sua casa hoje. ver a placa dizendo que estava à venda quebrou meu coração, temos tantas memórias boas nela. queria ter notícias suas, mas atsumu disse que você está bem, então me alivia um pouco, mas eu ainda queria saber por onde você anda.

- e sim, eu passei de carro pela sua casa. tirei minha carta faz pouco menos de uma semana.

- você não precisaria me dar carona pra todo canto agora, inclusive, eu confesso que quando decidi tirar minha carta (te contei em alguma ligação nossa), eu estava animada pra te levar pra qualquer lugar que você quisesse.

- tá difícil sem você, sabia?

- a cada sinal vermelho, sinais de 'pare', eu lembro de você. parece que ainda consigo te ver nos carros pretos, que de relance, me lembram o teu. eu não consigo dirigir na frente dos lugares que costumávamos ir, porque me dói lembrar de você. pode me achar louca, mas de vez em quando eu olho pro meu passageiro e vejo você cantarolando alguma das nossas músicas favoritas ou fazendo alguma graça pra tirar uma risada de mim.

- por que você me deixou assim?

- é triste dirigir sozinha pela sua rua. eu sinto sua falta, espero que fique mais fácil algum dia e que nossas lembranças não sejam motivos dos meus choros mais.  

- eu queria que você tivesse prometido que nós ficaríamos bem e não só eu.

- eu ainda te amo, vou sempre te amar. você pode voltar quando quiser.

- eu espero que você volte, Rin. você ainda é meu lar.''

Você encarou um pouco a tela do celular, esperando algum sinal, um online, os dois risquinhos azuis, mas nada. Não aconteceu nada, mais uma vez. Bloqueou o aparelho, se deitando na cama e encarando o teto.

Se dando conta que você dançaria sozinha de agora em diante.

𝐂𝐈𝐆𝐀𝐑𝐑𝐄𝐓𝐓𝐄𝐒 𝐀𝐅𝐓𝐄𝐑 𝐒𝐄𝐗, suna rintarouWhere stories live. Discover now