Romeo e Julieta

61 9 46
                                    

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.


HARRY

Fogo.

Tinha muito fogo.

Essas foram as palavras de Guinevere enquanto tinha seu corpo próximo ao meu. Eu sentia suas mãos abraçando-me de forma desesperada como se a qualquer momento, seja lá o que estivesse importunando-a, viesse à tona novamente para atormenta-la. Apertei a garota forte contra o meu peito; mesmo sem saber o que estava acontecendo, coloquei em minha própria cabeça que iria cuidá-la e defendê-la ao menos naquele momento.

Tentava não pensar muito sobre o fogo, minha mente voltava a todo instante para o fatídico dia quando tudo aconteceu: eu sendo acordado pela fumaça, os estrondos por todo castelo, os ruídos de coisas quebrando, o calor do fogo chegando ao nosso andar, eu correndo até Hailee, ela sendo levada e eu preso sob uma coluna de madeira em chamas. Meu coração tão acelerado quanto o de Gwen, minha respiração falha em uma constante de luta de manter o controle de mim mesmo; não podia vacilar naquele momento, a garota em meus braços precisava de mim.

— Não tem fogo aqui, Gwen. Está tudo bem, olhe pra mim. — Segurei delicadamente em seu rosto e o ergui pra cima, fazendo nossos olhos encontrarem-se. Senti meu peito doer, seu olhar era triste e desesperado. — Eu estou aqui com você, nada vai te acontecer.

Acariciei levemente seu rosto afim de promover qualquer tipo de conforto a ela. Suas mãos tremiam, não tanto com todo o resto de seu corpo, mas tremiam. Depois de alguns minutos me levantei e a puxei, trazendo de volta seu corpo ao meu. Sem dizer muitas palavras, caminhamos, sem nos separar, para fora da sala, em direção ao meu quarto.

— Não posso ficar aqui, tenho que ficar com Elizabeth. — sua voz soou baixa, quase inaudível.

— Não se preocupe com isso, está tudo bem. — tranquilizei.

Assim que chegamos a porta de meu quarto, pedi aos guardas que não nos incomodassem, isso incluía deixar que quaisquer outras pessoas fizessem o mesmo. Gwen ainda estava em meus braços, seu olhar cabisbaixo fitava o chão enquanto eu a guiava até a beirada da cama; fiz com que a mesma sentasse, só então nossos olhares cruzaram-se e tudo o que pude fazer foi dar-lhe o vislumbre de um sorriso. Tentei afastar-me, mas suas mãos agarraram meus braços como se suplicassem que eu não fosse a lugar nenhum, e, se ela quisesse, eu realmente não iria.

— Deite um pouco, eu vou ficar aqui. — Ela olhou para a cama por um instante e depois para mim novamente.

— Isso não parece adequado.

— Por Deus, apenas deite, eu vou buscar um pouco de água para você. — disse e ela concordou.

Caminhei um pouco mais tranquilo até o outro lado da cama, peguei a jarra de água e despejei um pouco no copo, então entreguei à Guinevere e me sentei na cadeira ao seu lado. Naquele momento, estava pouco importando-me com quem ela era; Gwen tinha seus segredos, mas afinal todos nós tínhamos, e talvez aquela fosse a primeira vez que sentia realmente conhecer a garota à minha frente; claro que, após Liam retornar ao castelo dizendo que havia confirmado no endereço do registro toda a história de Guinevere, tudo tornou-se mais claro.

Anamnese | H.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora