COMPLICADO

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Capítulo 12 – COMPLICADO

Park Jimin On

Naquela noite, quando voltei para meu quarto e me deitei na minha cama, minha mente não parava de repetir aquilo. Um tempo. Ele estava me dando um tempo. Eu não tinha muita certeza do porque ou se eu queria ou precisava mesmo de um tempo.

Mesmo que o alarme tocasse em minha mente, eu continuava querendo ter ele por perto, porque eu me sentia seguro com ele e talvez esse fosse o grande problema, porque eu não queria ele só por isso.

Jin havia feito todo o discurso anti-Jeon para mim e aparentemente, pra ele também. Ele havia me dito todos os contras do porque me aproximar de Jeon seria uma grande idiotice e mesmo assim, eu ainda queria ter ele por perto.

Ele havia me dito o quão perigoso era e que eu, melhor do que qualquer um, deveria saber do que aquilo significava, mas mesmo assim, eu ainda queria estar nos braços deles.

Eu havia sido alertado sobre como ele poderia se ferir e que aquele tipo de vida não era perigoso apenas pra mim, como pra ele também e Jin até mesmo me aconselhou a voltar para Busan, mas eu ainda queria sentir sua respiração na minha.

Jin havia me dito, sobre as drogas, violência e o quão cafajeste Jeon era e como mesmo o conhecendo pouco, ele já havia visto mais pessoas dormirem no quarto do Jeon do que em um hotel. E mesmo assim, eu queria dormir com ele.

Se Jeon achava que eu precisava de um tempo pra pensar, porque eu tinha um complexo de herói com ele, ou que eu apenas o queria porque estava em divida por ele ter me salvado, ele estava mais do que errado. Porque mesmo sabendo de tudo isso, eu ainda o queria.

O dia seguinte se arrastou. Jin me fez dar quatro voltas no quarteirão, para provar meu ponto de que eu já estava bem. E quando chegamos em casa, Jeon me deu uma carona até a faculdade. Ele parecia nervoso e apreensivo e o fato dele ter escolhido o caminho mais longo, parado em todos os sinais amarelos e respeitado o limite de velocidade, me dizia que ele queria que eu me atrasasse e voltasse pra casa.

– Tem certeza de que tá bem? – Ele perguntou me encarando nos olhos pela primeira vez naquele dia e eu sorri de lado ao ver sua mão segurando a minha. – Não sabemos se pegamos todos eles. Podemos ter deixado passar alguém. Não precisa fazer isso agora, Hoje.

Se não for Hoje, quando? – Eu disse com um sorriso leve, mesmo estando com uma pontada de medo. – Eu já estou bem e acho que podemos voltar a treinar. Eu me sinto ótimo e prometo que a qualquer sinal de perigo, eu te chamo.

Jimin... – Ele fechou os olhos e negou com a cabeça. – Eu não te salvei. – Afirmou.

Eu sei. – Concordei com um leve sorriso triste por isso ser uma preocupação pra ele. – Mas isso não quer dizer que você não estaria aqui por mim, certo? – Ele me olhou nos olhos, mas não respondeu. – De qualquer forma... – Disse um pouco nervoso e envergonhado. – Eu já vou indo. Vejo você na saída. – E sai o mais rápido que eu consegui, porque mais um segundo ao lado dele e eu morreria sem ar.

As aulas foram calmas, consegui pegar todas as matérias que eu havia perdido com o representante do meu curso e depois de duas horas pegando todo o conteúdo, ele me convidou para tomar um suco. Eu neguei, porque não seria justo com ele e porque eu estava com o pé atrás. Diferente do que todos achavam, eu não havia sofrido um acidente e torcido o pulso, então talvez eu estivesse um pouco paranoico e nem um pouco preparado para conhecer pessoas novas.

Tayler pareceu ficar um pouco envergonhado, mas entendeu e deixou o convite aberto para outra ocasião. Depois de 5 aulas e 2 horários vagos de estudo, eu estava morto e não via a hora de ir pra casa. Jeon estava me esperando na moto, como de costume e uma nostalgia boa me atingiu e uma vontade quase solida de correr até ele e o beijar, percorreu minha mente.

GEMEALIDADE - JikookWhere stories live. Discover now