8. Já sei para aonde podemos ir

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Por não conseguir dormir durante a noite devido estar remoendo a visita inesperada do meu pai, acabo por levantar mais cedo que o necessário.

O relógio eletrônico ao lado da minha cama, marcava exatamente seis horas.

Após tomar um banho, me visto com uma calça jeans clara com mínimos rasgos nas coxas e joelhos, uma blusa de alça fina branca e meus tênis da mesma cor.

Apesar de ainda estar cedo, o sol que entra pela janela aberta do meu quarto já estar em uma temperatura agradável, o que me faz pensar que o dia será quente aqui em Winterfell.

Penteio meus fios loiros que contem pequenas ondas em seu meio e pontas, resultado da minha preguiça por não querer secá-lo ontem à noite.

Arrumo minha bolsa e faço menção de me retirar do quarto, mas a caixinha com embrulhe vermelho que deixei em cima da penteadeira me chama atenção. Pego o presente, desfazendo o laço que prendia o embrulho à caixa e retiro sua tampa, vendo um colar prateado com duas cerejas coladas uma à outra, pousado em um estofado vermelho e macio.

Pego o pequeno pingente vermelho em minhas mãos.

Eu não sei qual a razão do meu pai me dar especificamente isso. Seja porque achou bonito e o comprou para mim, ou quis me fazer lembrar que cerejas é a nossa fruta preferida e que ele sempre me chamava assim quando pequena.

E eu odeio pensar que a segunda opção é a mais provável.

Fecho a caixinha e a guardo em minha bolsa, decidida colocá-la em meu armário assim que chegasse à escola.

Desço para o térreo, encontrando todos os cômodos em completo silêncio, denunciando de que minha mãe já fora trabalhar. Ligo o alarme e me retiro de casa, descendo os degraus da entrada e indo para meu carro estacionado na garagem.

Jogo minha mochila no banco do passageiro e sinto meu celular vibrar em minhas mãos, assim que faço menção de jogá-lo com minha bolsa.

O nome de Casey brilhava na tela e já consigo adivinhar o motivo de sua ligação. Eu não havia respondido suas mensagens de voz enviadas ontem à noite.

— Oi Casey — coloco no viva-voz, encaixando o aparelho no suporte grudado no vidro e colocando meu cinto.

— Por Deus onde estava? Mandei mensagem até meus dedos sangrarem ontem!

— Me desculpa, tive uma visita inesperada. — Fito o retrovisor, saindo vagarosamente da garagem.

— E de quem seria?

— Meu pai. — Aperto o controle automático do portão e dirijo em direção ao Myers.

— O quê? Michael Hayes esteve na sua casa?

— É, ele esteve.

— E como foi?

— O que você acha? Um desastre, claro. Não sabia que depois de tanto tempo ele ainda se lembrava de mim.

— Ai Audrey, eu sinto muito — ouço um suspiro dado por ela do outro lado da linha — nem imagino como se sentiu.

— Foi um choque vê-lo na cozinha me desejando feliz aniversário com aquele jeito alegre dele como se não tivesse passado seis anos sem dar notícia, mas estou bem agora. Mandei ele embora.

— E o que a sua mãe disse?

— Ela só me apoiou.

— Fico feliz de você e a Nora estar voltando a se entender.

— Não é para tanto. Brigamos ontem mais cedo devido à bagunça que a minha festa causou em casa.

— Que droga. Falando nisso, para onde foi? Não te vi mais depois que entrei.

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