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Um mês depois...

Os ferimentos pelo corpo de Regina já estavam cicatrizando, fisicamente ela estava bem... Só fisicamente.

Ela passou um mês entubada em uma cama do hospital, por conta dos ferimentos que arrumou no ato de loucura de se jogar contra a vidraça.
Nesse tempo, ela mal recebia visitas e sempre que um enfermeiro aparecia ela gritava, até ele droga-lá e ela dormir de novo.

Ela passou grande parte do tempo assim, dopada. Porque só assim o vazio se preenchia e a dor passava.
Ela estava acabada, afundando em uma depressão que sequer sabia de onde vinha. Queria saber sobre Emma, queria falar com a mãe, queria não sentir mais nada... Porém, nada acontecia como ela desejava.
Era só abrir os olhos, que ali estava a dor, o remorso e a culpa e ela odiava sentir aquilo... Era sufocante.

_Ela matou o meu pai. - Ela ouviu a voz distante.

_Ela salvou a sua vida. - Uma outra interveio.

_Aqui não é lugar de briga. - Falou uma terceira.

Mais alguns barulhos foram ouvidos, mas ela estava bem drogada para perceber o que acontecia ao seu redor.

_Quer que eu agradeça? - A voz feminina indagou. - A culpa é toda dela.

Passos ecoaram pelo quarto, seguido pelo som de uma embalagem sendo aberta.

_Quer acabar com isso? - A voz rouca perguntou. - Tome. Enfie essa siringa nela, mande ar pelas veias direto para o coração, vai matá-la sem deixar vestígios. É isso que você quer?

Um silêncio angustiante tomou o lugar.

Regina ouvia tudo a distância, como se não fosse com ela.

_Não vou fazer isso. - A mulher falou depois do silêncio. - Não sou como ela.

_Você não é metade do que ela é... - A voz rouca rosnou. - Eu arrisquei minha vida por você, ela arriscou a vida por você, é assim que retribui?

_Emms, vai com calma. - A terceira voz pediu. - Ela não tem culpa...

_Foda-se! - Emma cortou. - Eu não quero saber de quem é a culpa, só quero que sumam daqui.

_Volto quando se acalmar. -  Um rapaz falou.

_Ruby? - Emma chamou. - Quando ela acordar, porque eu sei que vai, quero que fique longe dela. Longe de nós. Entendeu?

_Se não? - Ruby desafiou.

_Eu faço a morte do seu pai, parecer brincadeira de criança perto do que vou fazer com você.

Emma ia visitá-la todos os dias, desde que a mesma havia recebido alta.

Ela não se lembrava de muitos detalhes daquela noite, só se lembrava do tiro, da dor e de ter acordado no hospital uma semana depois.

O ferimento no ombro não foi muito grave, logo ela não demorou para receber alta. Difícil mesmo, foi receber a notícia de que Regina estava mal.

Soube do que ela fez com James, e mesmo ela negando, tinha ficado muito assustada com o que viu, quase não acreditou que Regina havia feito aquilo.

Nos primeiros dias, ela evitou visitá-la, não sabia como iria reagir caso a encontrasse acordada, ele estava apavorada com tamanha frieza. Mas com o tempo, a saudade foi falando mais alto e aquilo passou a ser irrelevante.

Emma se sentou na beirada da cama, como fazia todos os dias, e segurou a mão de Regina.

A expressão serena em seu rosto, não a enganava, Emma sabia que ela estava sofrendo, podia sentir isso... E era justamente o que ela queria evitar.

Ela queria matar James, assim Regina não teria que lidar com toda aquela culpa e remorso... Ela a conhecia, ela era péssima nisso e seu estado era uma boa prova.

_Se você morrer, eu te mato. - Ela sorriu sozinha. - Anda, Gina, acorda. Chega de se dopar, de se castigar. Deixa eu cuidar de você.

Como sempre, ela permaneceu imóvel. Emma já tinha implorado para pararem com as drogas, mas sempre que chegava no hospital, ela estava dopada. Em parte, entendia o lado dela, a dor dela, mas não era justo. Ela a queria viva, com os olhos abertos e sorriso no rosto. Tinha sobrevivido por ela, lutou por ela... O mínimo que desejava, era que ela fizesse o mesmo.

_Eu estou aqui pra você amor. - Ela acariciou o rosto da loira. - Você prometeu lembra? Uma Mills não quebra promessas. Volta pra mim, me deixa curar suas dores. Eu te amo tanto.

Ela continuou imóvel e Emma teve vontade de arrancá-la daquela cama e levá-la para longe. Um lugar onde ela pudesse se recuperar, não haveria nada que a lembrasse de James ou do seu lado sombrio. Deus, como Emma queria salvá-la.

_Eu... - A voz saiu fraca, mas foi o bastante para fazer Emma pular. - Devia... Matá-la.

Ela sorriu, não foi um simples sorriso facial, mas um sorriso da alma. Sua Regina estava de volta.

_Meu amor. - Disse depositando um beijo em sua testa. - Eu vou cuidar de você.

_Dói. - Ela choramingou. - Eu... Eu o matei... Sou um monstro...

_Shiiu! - Ela pôs o dedo nos lábios dela, a impedindo de continuar. - Você não é um monstro. Salvou minha vida, até a da ingrata da Ruby...

_Eu gostei. - Confessou. - E eu não queria parar... Eu queria mais, queria vê-lo sofrer eu...

_Não, Regina, eu não vou deixar você se maltratar assim. - A interrompeu. - Você fez o que tinha que fazer.

_Então por que não estou feliz? - Ela questionou. - Por que esse vazio está me corroendo? Por que dói tanto?

Ela acariciou seu rosto, tentando acalmá-la. Era isso que ela mais temia, que Regina fizesse algo que não seria capaz de lidar.

_Dói e vai ficar pior. Isso é porque você é humana. - Disse olhando em seus olhos. - Bizarro seria se não sentisse. Você colocou anos de ódio pra fora, foi ruim até pra você, é normal que se sinta mal, mas vai passar. Eu vou fazer passar.

Ela sorriu melancólica e isso fez sua dor parecer menor. Ela a amava, mais do que a si mesma e talvez esse amor seria sua cura, ou talvez seria sua perdição. Ela não sabia o que iria acontecer, não tinha planejado aquela parte da vida e não gostava de viver sem planejamento. Porém, a vida estava lhe dando uma nova chance de se reinventar.

Uma chance loira, alta, com belos olhos verdes e um sorriso sedutor. Uma chance que poderia não ser segura, mas que ela amava e estava disposta a arriscar.

_Case-se comigo?

Emma a encarou com os olhos arregalados e um sorriso divertido no rosto.

_Acho que essa fala era minha. - Falou, voltando a exibir o sorriso que ela tanto amava.

_Regina Mills não se prende a tradições. - Se gabou, sorrindo em seguida. - Eu costumo ir atrás do que eu quero.

_E você me quer? - Sorriu marota.

Ela revirou os olhos, dando um tapa em seu braço não imobilizado.

_Eu te quero mais do que tudo.

Ela se curvou sobre Regina e lhe deu um beijo. Seus lábios se uniram de maneira majestosa, o beijo era calmo porém cheio de urgência, tinha um leve gosto de saudade, mas era repleto de promessas.

_Eu aceito. - Ela falou, ainda com os lábios contra os dela. - Mas só se você me deixar usar o terno.

Ela riu e o som de sua risada, aqueceu o coração da morena.

O vazio no peito dela, ainda não estava completamente preenchido, pelo contrário, mas aquele foi o primeiro passo pra transformar um buraco de saudades, em um recipiente de amor.

Revenge | SwanQueen VersionWhere stories live. Discover now