capítulo 5

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Enquanto eu experimentava um drink que uma modelo da Costa Rica havia me recomendado, a voz de Gabriela chamando o bartender em francês chegou aos meus ouvidos e meu corpo estremeceu

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Enquanto eu experimentava um drink que uma modelo da Costa Rica havia me recomendado, a voz de Gabriela chamando o bartender em francês chegou aos meus ouvidos e meu corpo estremeceu.

Eu não havia percebido a sua chegada e os principais responsáveis por isso era o álcool em minha mente e todos aqueles alto-falantes imensos que estavam distribuindo uma música pop atual por toda a balada.

Gabi estava me fitando quando nossos olhos se encontraram e eu engoli em seco. Um turbilhão de palavras se passavam pela minha mente e eu estava me controlando muito para não abrir a boca e acabar falando bobeira. Entretanto, a vontade de elogiá-la estava tão forte, que acabei não conseguindo controlar a minha língua.

— Você está muito bonita — ouvi a minha voz totalmente embargada. Imediatamente senti que minhas bochechas estavam ficando vermelhas. Por que eu bebi tanto, meu Deus? — Sério. Muito bonita mesmo.

Gabriela abriu um sorriso e se aproximou perigosamente de mim. Senti sua respiração em meu pescoço e morri por breves segundos quando ouvi sua voz em meu ouvido:

— Você está mais.

Engoli em seco mais uma vez e soltei todo o ar que estava preso em meu pulmão. Ela voltou a ficar perfeitamente ereta na banqueta onde estava sentada e tomou um pouco do drink que havia pedido, o qual, curiosamente, era idêntico ao meu.

Enquanto ela tomava todo aquele álcool tranquilamente, seus olhos castanhos ficaram me encarando e eu acabei, mais uma vez naquele dia, como uma maldita adolescente sem controle algum sobre suas emoções. Meu rosto com certeza estava todo vermelho novamente.

Ao me ver naquele estado, um sorriso divertido surgiu em seus lábios lotados de gloss e acabou sendo inevitável não olhar naquela direção. Ao encarar a boca de Gabi, eu desejei tanto beijá-la que quase o fiz, mas não pude realizar o ato, porque a DJ da balada escolheu justamente uma das nossas música para tocar naquele segundo e, quando percebi, eu já estava sendo guiada por Gabi para o meio da multidão.

Minha cabeça estava tão fora da órbita, por causa do álcool e também pelas várias doses de endorfina que meu corpo produziu naquele dia, que apenas deixei que Gabi me guiasse para onde quer que ela quisesse. Meus pés iriam para qualquer lugar que aquela mulher desejasse, até mesmo para o Inferno. Eu realmente não me importava.

A nostalgia da melodia de Sexy And I Know It carregou os nossos corpos durante os minutos que a música ressoava pelo ambiente. Dançávamos e cantávamos a música com toda a força que tínhamos nos pulmões e vários flashes da nossa adolescência passavam pela minha mente feito um filme.

Gabi passou os braços pelos meus ombros e minhas mãos foram automaticamente para a sua cintura, como se o meu corpo já sabia exatamente o que fazer quando recebia os toques da garota.

Depois que a música acabou, iniciou-se várias outras tão antigas quanto ela e ficamos ali dançando juntas, fazendo os passos mais estranhos do mundo, feito duas malucas. Fazia tempo que eu não me sentia tão bem como estava naquele instante, por mim aquele momento poderia ser eterno.

Os momentos ao lado daquela mulher ao meu lado sempre me proporcionaram o mais alto nível de felicidade. Obviamente, isso também não havia mudado com o passar dos anos, e eu sabia disso porque, se tinha um sentimento que meu corpo sentia naquela noite, era felicidade.

Nossos olhos estavam num eterno transe. Não conseguíamos desviar o olhar uma da outra em momento algum, era como se fôssemos nos perder uma da outra mais uma vez caso isso ocorresse e, portanto, não deixei de forma alguma que aquelas duas órbitas castanhas sumissem do meu campo de visão.

Eu não podia perdê-la mais uma vez.

Durante aquela explosão de sentimentos, regados a álcool, danças malucas com músicas antigas e muita diversão, eu acabei beijando Gabi.

O tão aguardado beijo aconteceu quando a voz do Adam Levine e da Christina Aguilera estavam sendo transmitidas pelas caixas de som da balada. Os cantores estadunidenses cantavam Moves Like Jagger, que já era uma música que eu gostava muito, mas que, a partir daquele momento, se tornou a minha favorita no mundo inteiro.

A boca da minha ex-namorada ainda era macia, ainda tinha o melhor gosto que eu já havia experimentado na vida e ainda me proporcionava uma das melhores sensações do mundo.

Meus hormônios, meu coração e todo o resto do meu corpo gritava com a sensação de estar beijando aquela boca de novo, depois de tanto tempo.Parecia que eu havia voltado a vida depois de anos adormecida e eu, sinceramente, nunca havia me sentido tão bem como me sentia naquela balada, ao lado dela, na capital da França.

Mais uma vez, tudo parecia muito surreal para ser verdade e eu só não pensava que aquilo não passava de um sonho por causa dos toques de Gabi em todo o meu corpo, tornando toda a experiência extremamente real e incrível.

A gente se beijou por tanto tempo que senti a minha boca ficar dormente, coisa que nunca havia acontecido antes comigo. Mas, sinceramente, era bom demais. Não me importaria nem um pouco em ficar com os lábios dormente todos os dias ao lado de Gabriela.

Era incrível como não parecia que seis anos haviam se passado. Era insano pensar que a nossa conexão era tão forte que nada havia mudado entre nós, nem mesmo as sensações que proporcionávamos uma para outra.

Eu ainda amava Gabriela Avelar e a amaria para todo o sempre, independente da distância, do tempo e de qualquer outra coisa banal. Ela estaria em meu coração mesmo depois que ele parasse de bater e, se ela desejasse, eu também ficaria no dela para todo o sempre, cuidando dele e lhe dando amor da mesma forma como ela fazia com o meu.

A lenda japonesa do Akai Ito pode até ter sido criada há muito tempo atrás, mas ela ainda era extremamente atual e nós duas éramos o maior exemplo da sua existência.

FIM.


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Depois de Todos Esses Anos  | ✓Where stories live. Discover now