9 - Homem de 1 milhão de dólares

Start from the beginning
                                    

O corredor estava vazio e quieto, sendo iluminado apenas pela luz das arandelas espaçadas nas paredes. Sigo até as escadas e desço. Lá embaixo, a lua se derramava reluzente sobre o salão e eu apuro o ouvido, atenta para ver se ouvia alguém além de mim, mas não há som algum e então vou até a sala de TV apenas para dar uma conferida: vazia. Sinto meu estômago revirar daquele jeito e só então percebo o quanto eu estava nervosa. Decidida, caminho até a cozinha para pegar uma água e me recompor.

Sentada à mesa, observo o relógio a minha frente: 3:15. Por que ele ainda não desceu? O que está acontecendo?

Pisco os olhos e tenho que segurar um grito quando Rafael aparece por trás de mim, beijando meu pescoço.

— Oi, princesa. — Ele sussurra e se senta no banco ao meu lado, começando a me beijar.

Meu corpo inteiro reagiu aos seus toques e eu me viro para ele, e logo as carícias se tornam mais intensas. Ele me levanta para que eu sente no seu colo e passa minhas pernas por sua cintura, e por cima do seu short fino de dormir posso senti-lo rígido e delicioso. Pronto para mim. Agarro-me aos cabelos dele e me embebedo de seu cheiro, sentindo-o deslizar a língua pelos meus lábios, as mãos dançando em meus peitos.

— Você tá uma delícia assim, só de camisolinha... — Ele diz e sua boca desce ao meu pescoço e logo encontrando meus seios. Jogo minha cabeça para trás ainda agarrada às suas costas, sentindo-o e pressionar minha cintura contra a dele, mas o delírio vem quando ele puxa um de meus peitos para fora da camisola e começou a lambê-lo ali mesmo, no meio da cozinha envolta em breu e de frente para a porta aberta. Qualquer um podia chegar e nos ver, mas o perigo só tornava tudo mais excitante.

Sua língua traçava o caminho em volta de meu mamilo e, com a outra mão, ele acariciava meu outro seio, esfregando a cabeça entre eles, lambendo-os, um e depois o outro. Ele vai até o que ainda está semicoberto pelo tecido fino e morde meu mamilo enrijecido, enquanto sua outra mão brincava e eu o olhava com lascívia, sentindo meus lábios se encherem de vontade de beijá-lo, sentindo-me derreter por ele. E ele continuava com seus carinhos e então me olhava daquele jeito atrevido que só ele sabia fazer.

Meu corpo inteiro ardia de desejo, paixão, perigo, fogo. Eu puxo seu rosto para mim e caio em sua boca, saboreando-o com meu gosto, esfregando-me em sua cintura em deliciosos movimentos de vai e vem enquanto ele puxava minha bunda para mais perto de si e me beijava mais. Ele empurra minha cabeça para trás e mais uma vez vai até meu seio, enfiando-o o máximo que pôde na boca, sugando-o de um jeito delicioso e me deixando toda babada. E logo sua outra mão já estava entre minhas pernas. Eu o queria ali, daquele jeito, naquele momento.

Mas ele queria brincar comigo.

Seus dedos habilidosos subiam e desciam em meu ponto de luxúria, e tão logo estavam dentro, eu rebolava neles, indo e vindo, enquanto sua língua brincava mais entre meus lábios e meu seio, mas eu nunca tinha o bastante.

— Eu quero você... — Solto um gemido cheia de vontade, puxando o cabelo dele e afundando em seu pescoço, ao que ele suspira baixinho e me enlouquece ainda mais.

Nós iríamos foder na cozinha com todos dormindo e só eu e ele acordados. Que coisa mais deliciosa!

Ele se estica para pegar uma camisinha que espertamente trouxera consigo e já ia abrindo-a, comigo sentada em seu colo, a passar as mãos nele, querendo-o senti-lo inteiro dentro de mim. Mas então ouvimos um barulho.

Passos. Um riso abafado. Alguém estava descendo.

Olho para Rafael e vejo seus olhos arregalados fitando a porta aberta ao nosso lado. Minha boca seca na hora e Rafael me empurra do colo dele e se levanta, correndo a se esconder atrás da porta, enquanto eu ajeito minha camisola e arrumo meu cabelo, voltando a encarar o copo d' água em minha frente. E então aguardamos.

Os risinhos continuam e os passos se tornam mais audíveis. Mas só por um momento. Espero ver alguém se aproximar, mas ninguém aparece, e logo os ruídos ficam mais baixos. Rafael faz um gesto para mim de onde estava "e aí? ", e eu dou de ombros "não sei".

Minha cabeça ainda não estava funcionando direito, por isso a ficha demorou a cair. O clima já estava estragado e nós não podíamos continuar, então me levantei e, ainda gesticulando, disse que ia dar uma olhada. Rafael acenou e eu saí, caminhando na ponta dos pés até o salão, tentando ouvir além do que minha audição era capaz.

Foi quando me aproximei da sala de jogos que os ruídos se tornaram mais audíveis, e continuo indo até o corredor, esticando a cabeça para poder ouvir até reconhecer uma das vozes. Eu precisava saber o que estava acontecendo e a porta estava entreaberta. Encosto minha cabeça e prendo a respiração, imaginando onde aquilo daria.

— ... E nosso showzinho? Dança pra mim, baby, eu quero ver você! — A voz do tio César era carregada de uma volúpia que revirou meu estômago e tudo o que eu mais queria fazer era enfiar a cabeça pela porta.

— Ai, seu César, hoje eu tô sem inspiração... — Vandinha diz pesarosa e uma movimentação começa e logo em seguida cessa.

— Ahhh, não fica tímida pra mim, vai? Eu vim até aqui só para ver você...

— Ai, eu sei, mas é que tô cansada também...

— Ohhh, neném... — Barulho de beijo — Então tá cansada, é? Acho que eu sei do que você tá precisando... Quanto é aquela dívida, hein? Fala pra mim?

— Ai, seu César, eu...

— Oh, Vandinha, não precisa ficar envergonhada. Eu dou quanto você precisar, fala... A gente já faz isso há tanto tempo, poxa...

Meu queixo caiu. Há tanto tempo? Meu deus... Estava claro pra mim que a moça não estava muito feliz com seu encontro, e talvez nunca tenha ficado, de todo modo. Sinto pena. Até onde algumas pessoas vão pela necessidade? Eu não podia acreditar... Mas não a julgava, é claro.

— ... Isso, isso. Viu? Agora que seu problema tá resolvido, por que você não vem aqui e resolve o meu, hein, minha deliciosa?

Eu não podia vê-la, mas naquele momento tive a certeza de que ambas, eu e ela, compartilhávamos do mesmo asco. Eles se calaram e ouvi barulhos no couro do sofá, e quando virei a cabeça para o lado, lá estava Rafael querendo saber o que estava acontecendo. Ele chegou até a porta e, ignorando meus protestos, abaixou-se e enfiou a cabeça lá dentro. Pouco depois virou para mim e ordenou que eu fizesse o mesmo, e então tomei o lugar dele.

Quando estiquei a cabeça para olhar, lá estava Vanda, ajoelhada aos pés do sofá trabalhando no meia-bomba do tio César enquanto esse, como um marajá, tinha os olhos fechados e a cabeça apoiada no encosto, suspirando e gemendo.

Sai na mesma hora e me levantei. Quando olhei para Rafael, vi que ele mantinha um sorriso nos lábios, mas eu ignorei e tornei a ir até a cozinha, com ele em meu encalço. Assim que entrei, ele me puxou pelo braço e me imprensou na parede, beijando meu pescoço. No entanto, eu o afasto. A cena que presenciamos me enojara demais e eu só queria ir para a cama.

— Eiii, que foi, linda? — Ele pergunta baixinho. — A gente pode continuar... Eles não vão sair de lá tão cedo... — Ele dá aquele sorriso sem vergonha. Não o acompanho.

— Vou dormir... — Sussurro depressa e já ia me virar para subir quando ele me puxa mais uma vez e cola os lábios em minha orelha, arrancando-me um arrepio.

— Tá vendo?! Não é só a gente que gosta daquela sala... — Ele comenta zombeteiro e eu me solto, sacudindo a cabeça e subindo as escadas apressada, sem nem me importar se meu barulho atrapalharia ou não aquela cena patética. Inclusive eu tinha até sérias esperanças em atrapalhar.

Quando entro no quarto, eu só quero esquecer tudo, mesmo sabendo que será impossível.

.

Esse tio César... 👀

Perfeito ProibidoWhere stories live. Discover now